Velocidade e Barreiras em análise.
No balanço do ano de 2011, o Atleta-Digital inicia aqui um pequeno conjunto de artigos que analisam o sucesso global das várias áreas do atletismo.
Até aos 400 metros as provas de velocidade e barreiras têm um forte ingrediente de cativar grandes públicos, pela rapidez dos movimentos. Até aqui Usain Bolt parecia invencível nos 100 e 200 metros, mas o ano de 2011 ditou outras realidades...As barreiras tiveram destaque de Sally Pearson...
A VELOCIDADE QUESTIONOU REGRA DAS FALSAS PARTIDAS COM SITUAÇÃO DE USAIN BOLT
Os 100 metros masculinos têm evoluído de forma impressionante nos últimos anos e a prova disso está nos números. Em 2011, 20 atletas (61 marcas) baixaram dos 10 segundos aos 100 m contra os 13 de 2010 ou os 7 de 2004.
O grande resultado deste ano aconteceu a meados de Setembro, já a época ia longa, em Bruxelas e foi obtido não por Usain Bolt mas pelo seu companheiro de treino Yohan Blake. O jovem jamaicano, com apenas 21 anos, correu fantásticos 19,26s aos 200 metros ficando apenas a sete centésimos de um recorde difícil de bater. Sabe-se que horas antes dessa prova Usain Bolt aconselhou Blake a fazer a curva relaxado e foi o que Blake fez. Talvez tenha sido o melhor conselho que Bolt alguma vez deu pois o recorde ainda é seu…
Apesar de ter sido campeão mundial nos 200 m e nos 4x100 m (com novo recorde mundial) e ter acabado a época invencível, Usain Bolt teve uma época com menor brilho do que em 2008 e 2009, desiludindo milhares de fãs com a sua falsa partida na final dos 100 m em Daegu.
Nos 400 m apareceu uma nova estrela do atletismo, Kirani James (Granada) e reapareceu LaShawn Merritt, após suspensão por doping. Kirani James foi campeão mundial no dia antes de cumprir 19 anos(!) mas Merritt ficou com a melhor marca do ano, por um centésimo apenas – 44,35 s contra 44,36 s.
No lado feminino, é impossível esquecer os 10,70 segundos de Carmelita Jeter (e os 10,76 segundos de Veronica Campbell-Brown) nos 100 metros. Em Daegu, Jeter levou o ouro nos 100 m e V.C.B. nos 200 m. Allyson Felix mostrou-se um pouco ambiciosa, desejando o título mundial nos 200 e 400 metros e acabou com uma medalha de bronze e outra de prata, respetivamente.
A POLÉMICA FINAL DOS 110 METROS BARREIRAS A CONTRASTAR COM A TÉCNICA VICIANTE DE SALLY PERSON
Nesta especialidade, foram as mulheres que tiveram maior destaque, ameaçando os recordes mundiais de 100 e 400 metros barreiras. Na distância mais curta, Sally Pearson foi a grande dominadora da época. De 25 anos, a australiana foi vencendo prova após prova, com margens confortáveis, chegando a Daegu na forma ideal. Aí, ganhou o título mundial com 12,28 segundos tornando-se a quarta melhor atleta na história dos 100 m barreiras. Nos 400 m barreiras três mulheres baixaram dos 53 segundos! Lashinda Demus foi a líder mundial com 52,47 s que lhe deram a medalha de ouro em Daegu, deixando Melanie Walker (52,73 s) e Kaliese Spencer (52,79 s) em segunda e terceira do ano, respetivamente.
Nos 110 metros barreiras, David Oliver começou bem (demais) a época com 12,94 s mas não voltou a baixar dos 13 segundos e ficou em quarto no Mundial (de facto, a marca de Oliver foi a única marca abaixo dos 13 segundos durante toda a época de 2011). Liu Xiang e Dayron Robles correram ambos 13,00 segundos mas não foi nenhum destes atletas mencionados anteriormente a vencer em Daegu. O título mundial foi para Jason Richardson fruto da desqualificação de Robles na final.
Na prova de 400 m barreiras, o líder mundial do ano, o sul-africano L. J. van Zyl, correu em 47,66 segundos a 31 de Maio e as quatro melhores marcas do ano foram realizadas por ele até essa data. À semelhança de David Oliver, van Zyl foi perdendo fulgor à medida que se aproximaram os Mundiais de Daegu, terminando ainda assim no 3º lugar (com 48,80s!), sete centésimos à frente de Félix Sanchéz que, aos 34 anos de idade, bateu o recorde de 6 finais consecutivas em Campeonatos do Mundo neste difícil evento.
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