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Dois portugueses com mínimos “A”.
Nelson Évora e Patrícia Mamona são os actuais recordistas nacionais e podem até Londres tentar novos recordes, porque nenhum deles chegou ao seu limite ainda...
Na continuação do artigo anterior, sobre o salto em comprimento, também aqui Portugal evoluiu até um ponto onde as medalhas chegaram e onde a evolução se tem sentido. 2011 foi mesmo um dos anos mais fortes da especialidade em Portugal, principalmente por um aproximar aos melhores atletas, com marcas internacionais, através de uma profundidade de atletas em ascensão...
SE NAIDE É RAINHA NO SALTO EM COMPRIMENTO, NELSON ÉVORA É REI NO TRIPLO SALTO
É o mais recente medalhado de Ouro de Portugal em Jogos Olímpicos, alcançada em Pequim, tendo em Londres a responsabilidade de defender esta medalha, agora que está recuperado de uma lesão que o colocou fora das pistas cerca de um ano, o que nunca o impediu de estar nos rankings nacionais neste ciclo olímpico. Em 2008 e 2009 as marcas de Nelson Évora foram similares, no primeiro ano com 17.67 metros e no segundo com 17.66 metros. Em 2010, nos Campeonatos de Portugal fez a sua aparição, ainda a finalizar a recuperação, onde baixou significativamente para os 16.36 metros. Depois de 2011 ter começado mal, Nelson Évora conquistou no Campeonato de Portugal os mínimos para o Mundial e a caminho fez os 17.35 metros que o colocaram no topo da lista, com uma marca de nível internacional. Se a repetição do primeiro lugar foi para Nelson Évora, Marcos Caldeira tem sido neste ciclo sempre o segundo português, ascendendo de 15.60 metros em 2008 para 16.23 metros em 2011 e prometendo continuar a sua ascensão permitirá que sonhe em breve com as competições internacionais. A melhoria também do terceiro lugar destes rankings anuais, permitiu uma subida interessante de nível da especialidade desde 2008. Nesse ano foi Diogo Espinha o terceiro (15.39 metros) e durante os dois anos seguintes o anterior recordista nacional, Carlos Calado, que voltou às competições depois de uma paragem alargada, fazendo 15.31 metros em 2009 e 15.78 metros em 2010. Por fim, este ano, Carlos Veiga, também treinado por João Ganço, obteve 15.84 metros, que faz sonhar em mais para 2012, se as condições físicas o permitirem.
Tal como no salto em comprimento a juventude permitirá respirar com alguma facilidade nos próximos anos, ao nível da qualidade dos resultados, não só porque a carreira de Nelson Évora está longe de ter um fim à vista, mas porque os seus mais directos perseguidores estão agora a abandonar a idade de sub-23. Novamente é Bruno Costa quem surge entre os mais jovens como o mais capaz de chegar a resultados de valia dentro de anos, sem esquecer o ainda mais jovem Ricardo Mendes, ambos com marcas acima dos 14.50 metros em 2011.
Foto : Filipe Oliveira / Atleta-Digital
A AMÉRICA UNIVERSITÁRIA TEM PATRÍCIA MAMONA, MAS É EM PORTUGAL QUE ALCANÇA O MELHOR
Já em 2008 a atleta Susana Costa, na altura líder nacional do ano, tinha dificuldade em controlar a subida de rendimento de Patrícia Mamona, uma jovem atleta que já tinha dado que falar nas camadas jovens e que daria que falar nos EUA, desde o momento em que entrou na Universidade de Clemson, não só como atleta, mas também como estudante. Depois de, antes deste ciclo, ter estagnado, Patrícia Mamona passou de segunda em 2008 com 13.51 metros, para 13.83 metros em 2009, 14.12 metros em 2010 e finalmente 14.42 metros em 2011, esta última marca recorde nacional absoluto. O padrão tem-se repetido e depois de épocas em que tinha de ser polivalente pela sua Universidade, chegava a Portugal e era reconduzida pelo seu treinador, José Uva, para o essencial, o triplo salto . A evolução do recorde para níveis nunca antes imaginados passou a dar uma imagem de nível internacional do triplo salto português. A lesão de Susana Costa, que contra todas as marés recuperou para reaparecer como segunda melhor em 2011 (13.70 metros), deu oportunidade para Marta Godinho passar a segunda melhor atleta nacional em 2009 e 20010, com marcas em redor dos 13 metros. A experiente Januária Pereira (12.96 metros em 2009) e a jovem Carla Gama (12.65 metros em 2010) foram as terceiras do ranking desses anos. Se tudo correr como esperado, com uma maior aposta para os Jogos Olímpicos, Patrícia Mamona será a primeira portuguesa a competir por Portugal nesta competição, dado que já possui os mínimos “A”...
Falta talvez, ainda, mais profundidade nesta disciplina, apesar das melhorias evidentes dos últimos anos. Ana Oliveira, com 16 anos, evoluiu bem neste ano para 12.16 metros, enquanto Carmen Nascimento e Vanessa Rocha evoluíram este ano e aproximam-se dos 13 metros. O futuro da especialidade em Portugal, ainda assim, poderá ser bem disputado até médio prazo entre Patrícia Mamona e Susana Costa, atletas que ainda terão alguns anos pela frente para melhorar marcas...
Foto : Filipe Oliveira / Atleta-Digital
MÍNIMOS:
Masc. A – 17.20 (Nelson Évora) | Masc. B – 16.85 (nenhum atleta)
Fem. A – 14.30 (Patrícia Mamona) | Fem. B – 14.10 (nenhuma atleta)
RANKINGS
Masculinos:
2008 – 17.67 (Nelson Évora) | 15.60 (Marcos Caldeira) | 15.39 (Diogo Espinha)
2009 – 17.66 (Nelson Évora) | 16.19 (Marcos Caldeira) | 15.31 (Carlos Calado)
2010 – 16.36 (Nelson Évora) | 16.19 (Marcos Caldeira) | 15.78 (Carlos Calado)
2011 – 17.35 (Nelson Évora) | 16.23 (Marcos Caldeira) | 15.84 (Carlos Veiga)
Nº de presenças nos Jogos Olímpicos : 8 (2 em 1948, 2 em 1952, 1 em 1988, 1 em 1996, 1 em 2004 e 1 em 2008)
Melhor marca em Jogos Olímpicos : Nelson Évora (2008) – 17.67
Femininos:
2008 – 13.77 (Susana Costa) | 13.51 (Patrícia Mamona) | 13.45 (Marta Godinho)
2009 – 13.83 (Patrícia Mamona) | 13.09 (Marta Godinho) | 12.96 (Januária Pereira)
2010 – 14.12 (Patrícia Mamona) | 12.98 (Marta Godinho) | 12.65 (Carla Gama)
2011 – 14.42 (Patrícia Mamona) | 13.70 (Susana Costa) | 13.17 (Marta Godinho)
Nº de presenças nos Jogos Olímpicos : nenhuma
Melhor marca em Jogos Olímpicos : -
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