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Especialidade no auge e a progredir.
Se há especialidades em crise, o salto com vara é das especialidades com maior vitalidade no atletismo português, não só na qualidade do melhor, mas com alguma profundidade em perspectiva.
Sandra Tavares é a melhor portuguesa de sempre, recordista neste ciclo e Edi Maia tem procurado incessantemente um recorde que é muito forte e que pode fazer sonhar em finais olímpicas para ambos, dependendo da progressão no ano de 2012. O salto com vara, que foi alvo de uma forte aposta por parte da Federação Portuguesa de Atletismo há anos atrás, vê assim o esforço recompensado, com o nome de Raposo Borges como o grande impulsionador da especialidade em Portugal e Gerald Baudouin como o grande impulsionador das prestações portuguesas em França...
EDI MAIA À PROCURA DA MARCA MÍTICA DE NUNO FERNANDES
O nível do salto com vara em Portugal tem melhorado ao longo dos últimos anos e promete continuar esse crescimento, apesar do conceito da Escola de Vara da Federação Portuguesa de Atletismo ter desaparecido, com o “divórcio” de Raposo Borges com essa escola. Apesar de tudo a missão da Escola parece ter deixado as suas marcas positivas em Portugal, com outros treinadores mais motivados para o treino desta disciplina e isso tem permitido mais sucesso além do que Edi Maia já tem conseguido. Mas tem sido o sportinguista a estar nos píncaros dos rankings nacionais, sempre em progressão neste ciclo olímpicos : 5.31 em 2008, 5.40 em 2009, 5.55 em 2010 e 5.60 em 2011. O abandono de Hugo Serra, que em 2008 foi o segundo melhor com 4.85 metros, deu origem a um novo grupo de treino de salto com vara em Lisboa, um ganho que deverá ter resultados dentro de anos. Diogo Ferreira, jovem que passou dos saltos horizontais para o salto com vara, tornou-se o segundo melhor português desde 2009, também sempre em crescendo, para terminar em 2011 com 5.30 metros. Nesta escada em ascensão apareceu em grande nível Rubem Miranda, em 2010, elevando-se a 5 metros e posteriormente, em 2011 a 5.20 metros, até se lesionar no último Europeu de Juniores, o que o deve colocar um ano fora das pistas. Do top-3, todos foram formados por Raposo Borges e só um deles, Diogo Ferreira, optou por continuar a treinar com Pedro Pinto, responsável pelos varistas que ficaram “órfãos” de treinador com a saída de Raposo Borges da Escola de Salto com Vara.
Da geração de Diogo Ferreira, outros varistas têm-se mantido na especialidade, mas em 2011 quem mais prometia era mesmo o irmão de Rubem Miranda, juvenil, que saltou 4.46 metros muito interessantes, talvez o único em que a perspectiva dos 5 metros é realmente provável. Apesar disso Portugal é actualmente um país bem servido de varistas, com uma profundidade invejável para muitos países pela Europa fora...
OS PRODUTOS DA FAMÍLIA TAVARES AINDA GARANTEM BOM NÍVEL EM FRANÇA E PORTUGAL
A especialidade, no sector feminino, tem vivido “à custa” da teimosia das irmãs Tavares, que vivem e competem essencialmente em França, apenas viajando para Portugal quando se trata dos Nacionais de Clubes e pouco mais. O responsável por estas, Gerald Baudouin, também não tem transportado as suas práticas para Portugal, tanto que é com o treinador de Renaud Lavillenie, também ele a residir em França, que os portugueses estagiam, no que toca ao salto com vara. Depois de Elisabete Tavares, a irmã mais velha, ter sido o destaque português, Sandra Teixeira, a irmã do meio, tentou seguir-lhe as pisadas. A verdade é que conseguiu algo inédito para a especialidade, em 2008, quando esteve nos Jogos Olímpicos de Pequim e foi a primeira portuguesa no salto com vara a estar no maior evento desportivo do planeta. Contudo os rankings não demonstram a sua supremacia, que foi agarrada pela terceira irmã, Leonor Tavares, que depois dos 4.22 metros de 2008, igualou os 4.35 metros de Sandra, em 2009, estagnando em 2010 nos 4.32 metros e obtendo o recorde nacional este ano, em 2011, com a marca de 4.50 metros, que é igualmente mínimo “A” para Londres. Desde 2009 que Sandra Tavares está em “queda” competitiva, largando os 4.35 metros, para fechar 2011 com 4.24 metros. A desistência, em 2010, de Elisabete Tavares (entretanto com o apelido Ansel a aparecer por casamento), levou a que pela primeira vez neste ciclo aparecesse uma varista no top-3, totalmente “Made in Portugal”. Trata-se de Marta Onofre, jovem varista que se tem destacado das demais, ao ponto de este ano ser contratada pelo Sporting, já que é uma jovem esperança para o futuro da especialidade, que não pode depender só das irmãs Tavares...
À excepção de Marta Onofre, não há destaques demasiado fortes nas idades mais jovens. Isabel Vieira acaba por ser a maior das esperanças, terminando 2011 com 3.60 metros, ainda assim uma progressão mais abaixo daquela protagonizada por Diana Carquejo, que deixada a idade de sub-23 progrediu 26 centímetros de 2010 para 2011, uma subida para ser observada com atenção...
MÍNIMOS:
Masc. A – 5.72 (nenhum atleta) | Masc. B – 5.60 (Edi Maia)
Fem. A – 4.50 (Leonor Tavares) | Fem. B – 4.40 (nenhuma atleta)
RANKINGS
Masculinos:
2008 – 5.31 (Edi Maia) | 4.85 (Hugo Serra) | 4.77 (Rui Pereira)
2009 – 5.40 (Edi Maia) | 5.11 (Diogo Ferreira) | 4.70 (Hélder Fernandes)
2010 – 5.55 (Edi Maia) | 5.22 (Diogo Ferreira) | 5.00 (Rubem Miranda)
2011 – 5.60 (Edi Maia) | 5.30 (Diogo Ferreira) | 5.20 (Rubem Miranda)
Nº de presenças nos Jogos Olímpicos : 4 (1 em 1992, 1 em 1996 e 2 em 2000)
Melhor marca em Jogos Olímpicos : Nuno Fernandes (1996) – 5.60
Femininos:
2008 – 4.40 (Elisabete Tavares-Ansel) | 4.35 (Sandra Tavares) | 4.22 (Leonor Tavares)
2009 – 4.35 (Leonor Tavares) | 4.35 (Sandra Tavares) | 4.34 (Elisabete Tavares-Ansel)
2010 – 4.32 (Leonor Tavares) | 4.30 (Sandra Tavares) | 4.20 (Elisabete Tavares-Ansel)
2011 – 4.50 (Leonor Tavares) | 4.24 (Sandra Tavares) | 3.95 (Marta Onofre)
Nº de presenças nos Jogos Olímpicos : 1 (1 em 2008)
Melhor marca em Jogos Olímpicos : Sandra Tavares (2008) – 4.30
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