Algumas surpresas, entre confirmações e medalhas.
O balanço da prestação portuguesa no Europeu de corta-mato foi positivo, um balanço confirmado pelo director técnico nacional.
Portugal não teve em Velenje uma prestação ao nível de Albufeira, mas também não teve equipas do mesmo valor de Albufeira, onde todas as principais figuras em condições físicas acabaram por marcar presença. Este ano a selecção portuguesa (tal como outras pela Europa fora), esteve mais “económica” no potencial de resultados, mas nem por isso deixou envergonhado o país que a potencia.
As quatro medalhas alcançadas, através de Dulce Félix e Colectiva Séniores Femininos (Prata), José Rocha e Colectiva Sub-23 Femininos (Bronze) igualaram o número de medalhas de França, Rússia e Alemanha, com a diferença de que relativamente a França não foram alcançados Ouros. Desta forma Portugal perdeu o segundo lugar na história do evento, algo que era previsível acontecer…
Mas nem tudo o que era previsível ocorreu e este foi um dos factos realçados por José Barros, director-técnico nacional. “Nós acreditávamos que estávamos em condições para lutar pelo pódio feminino, mas não estávamos à espera da medalha do José Rocha”, assumiu já em Portugal, chegado da Eslovénia. O enfraquecimento de outras selecções europeias, onde a Espanha é o maior dos exemplos, também permitiu a Portugal enquadrar esta competição com um ligeiro optimismo em relação às equipas seniores, que são afinal as que mais impacto têm numa participação internacional como esta.
O SAPATO PERDIDO POR DIOGO LOURENÇO FOI A MAIOR DAS LIMITAÇÕES…
No que resta da equipa que esteve em Velenje, não tendo havido limitações físicas, a análise não é, por parte de José Barros, tão positiva como nas equipas seniores. Evitando a particularização, o destaque de José Barros foi aqui para Rui Pinto e Emanuel Rolim : “Rui Pinto fez um resultado excepcional e atendendo ao percurso desfavorável, o resultado de Emanuel Rolim correspondeu”. A equipa júnior masculina, medalhada há um ano, acabou por cair para um incómodo 9º lugar, com justificações que na prática poderão desculpar o insucesso, nomeadamente a desistência de Samuel Barata e o patriotismo de Diogo Lourenço, que ao perder um dos sapatos de bico aos 50 metros de prova, correu os seis quilómetros descalço, uma situação caricata que o levaram a ser assistido no final, com alguns cortes nesse pé. Ainda assim Diogo Lourenço não deixou de ser o terceiro melhor português…
Sem desculpar outras situações, José Barros mostrou-se crítico relativamente a outros resultados de atletas com experiência de selecção em edições anteriores : “Houve resultados que não nos deixaram satisfeitos”. Mas, como não poderia deixar de ser, José Barros transmitiu a sua felicidade pelo resultado da equipa feminina de Sub-23, um resultado que não tinha expectativas à saída de Portugal, mas que foi sonhado em solo esloveno : “quando vimos os inscritos perspectivámos a possibilidade da medalha colectiva das Sub-23”.
PRÓXIMA EDIÇÃO SERÁ EM BUDAPESTE
As duas próximas edições continuarão a ser disputadas no leste europeu, tentando captar a atenção de outros públicos para a vertente do corta-mato, que continua a ser na Europa um dos factores de desenvolvimento. Hungria e Sérvia, os dois próximos países organizadores, em 2012 e 2013, nunca antes acolheram o Europeu de Corta-Mato, embora a Hungria seja o oitavo da tabela de medalhas.
Já para os anos seguintes são Espanha, Itália, Noruega, França e Grã-Bretanha que se assumem como potenciais organizadores, o que significaria o regressar o corta-mato onde ele já tem expressividade, depois de três edições (2011, 2012 e 2013) onde o corta-mato opta por uma política mais expansionista…
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