Portugal alcançou honroso 4º lugar.
Num dia de Europeu, foi Bekele quem triunfou, mas se o apelido é igual ao de outra grande estrela do corta-mato, este tem como nome Atelaw.
José Rocha tem 35 anos, mas esta foi apenas a quarta vez que participou em Europeus de Corta-Mato. A sua anterior melhor classificação datava de 2009, quando em Dublin foi o melhor português, com o sexto lugar. Desta vez voltou a ser o melhor português, mas com medalha ao peito, um terceiro lugar que foi obtido com muito suor e muita indefinição até final. Desde início Atelaw Bekele (Bélgica) isolou-se para tentar encontrar a glória. Nessa altura o pelotão não teve grandes mexidas, quando até era o português Rui Teixeira a aparecer na frente. Aos poucos alguns dos candidatos, como Ayad Lamdassem (Espanha), Serhiy Lebid (Ucrânia), Hassan Chahdi (França) foram-se chegando à frente do pelotão e entre eles estava José Rocha. O português foi-se mantendo, enquanto Rui Teixeira se ia afundando na classificação. Quando José Rocha se viu rodeado apenas dos melhores atletas, numa altura onde Bekele continuava em fuga, foi o português a lançar um ataque forte que despedaçou o grupo e com ele só ficou Lamdassem, atleta espanhol que há um ano foi segundo classificado. E assim continuou a ser, quando Bekele já tinha assegurada a medalha de Ouro na linha de meta, num ataque na recta da meta que deixou o português sem possibilidade de tentar o Prata, para se contentar com o Bronze, uma medalha muito importante para este atleta, que tem sido dos mais lutadores na especialidade.
A audácia de Rui Teixeira, no início, foi também compensada com o 19º lugar e só não foi o segundo melhor português porque o jovem Tiago Costa fez uma excelente recuperação e estreou-se da melhor maneira no escalão sénior, com o 16º lugar. Bruno Jesus (36º), Ricardo Ribas (45º) e Pedro Ribeiro (47º) tiveram uma prestação dentro do razoável.
Pedir melhor a esta equipa não era fácil, até porque também em Velenje a selecção sénior apresentou uma equipa desfalcada, onde a principal ausência foi a de Youssef el Kalai, terceiro há um ano. Mesmo assim os 76 pontos alcançados ficaram apenas a nove pontos da equipa espanhola e quase se concretizava o desejo de Rui Teixeira, que no Corta-Mato da Amora lançou a possibilidade de um bom resultado colectivo. A Grã-Bretanha voltou aos pódios colectivos, com a Prata e a França repetiu o Ouro de Albufeira.
Hoje a prova ficou ainda marcada pela desistência de Serhiy Lebid (Ucrânia), o colosso do corta-mato europeu que não conseguiu o décimo título europeu da especialidade. Depois de ter andado várias voltas no grupo da frente, foi caindo na classificação, não dando forte resposta aos ritmos fortes impostos a partir da segunda metade da prova. Hoje o dia foi de Bekele e Lamdassem teve de se contentar novamente com o segundo lugar...
RESULTADOS
1. Atelaw Bekele (Bélgica) – 29.15
2. Ayad Lamdassem (Espanha) – 29.20
3. José Rocha (Portugal) – 29.21
4. Hassan Chahdi (França) – 29.22
5. Joseph Sweeney (Irlanda) – 29.23
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16. Tiago Costa (Portugal) – 29.46
19. Rui Teixeira (Portugal) – 29.48
38. Bruno Jesus (Portugal) – 30.25
45. Ricardo Ribas (Portugal) – 30.39
47. Pedro Ribeiro (Portugal) – 30.47
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