Velenje acolhe evento pela segunda vez.
Paulo Guerra foi herói há 12 anos atrás, em Velenje, vencendo a prova, levando atrás de si Eduardo Henriques. Lebid foi nessa altura 7º...
O Europeu de Corta-Mato disputa-se no próximo Domingo, na cidade eslovena de Velenje, apelando no seu cartaz comercial com as frases “Os melhores corredores num percurso. Não perca isto!”. Ironicamente do cartaz dos três atletas presentes, apenas Serhiy Lebid estará presente em Velenje, com Jéssica Augusto e Alessandra Aguillar a marcarem a ausência, as primeiras a perder o espetáculo do Europeu de Corta-Mato.
Em 1999, quando Velenje acolheu o evento, estavam na “moda” os percursos acidentados e lamacentos, ao jeito de Paulo Guerra, que na altura ganhou com menos cinco segundos que Eduardo Henriques e quase um minuto de vantagem sobre o britânico Jonathan Brown, o que demonstra bem o poderio nacional no fim do século passado. Desde aí os percurso tornaram-se mais planos, a tender para os atletas de pista e as diferenças de tempo têm sido menores, o que por um lado tem permitido mais emoção até final.
Quem aterrar na Eslovénia, no aeroporto de Liubliana, terá ainda uma hora de autocarro até chegar a Velenje, tempo que deve ser bastante inferior ao que foi percorrido em 1999. Por isso hoje a selecção partiu para a Eslovénia, porque amanhã será o dia de reconhecimento do percurso. O percurso deste ano está instalado junto a um extenso lago, que promete uma boa imagem de um evento que se realiza num país em que o verde dos campos é marcante. Para seguir a tendência dos percursos actuais, a maior variação de altitude é de escassos quatro metros, embora uma das subidas prometa quebrar o fôlego dos participantes.
A perspectiva é que Valenje este ano consiga um recorde de participação em Europeus de Corta-Mato, uma expectativa que é sustentada pelos 489 inscritos (521 se forem considerados os atletas substitutos) de 33 países diferentes. Fica para já adiado o recorde de Albufeira, há um ano, no que toca ao número de países participantes, na altura de 34. Contudo os 468 atletas que participaram nas edições de 2006, 2008 e 2010 é um recorde que fica ao alcance da edição deste ano.
E este ano a Associação Europeia de Atletismo aposta numa cobertura vídeo do evento online, com comentários, para dar ainda mais brilho ao evento, que de alguma forma tem um papel importante no continente. Ainda hoje o seu presidente Hansjörg Wirz dava conta da importância do evento : “Temos trabalhado na última década na evolução e o crescente número de participantes nos campeonatos e a melhoria das suas performances fazem-nos acreditar que os nossos esforços estão a produzir os seus frutos”.
A grande estrela deste ano, como de outros anos anteriores, é Serhiy Lebid, atleta ucraniano que já triunfou por nove vezes neste evento, nas 17 edições que o mesmo teve. Se a estas vitórias acrescentarmos as quatro vitórias do português Paulo Guerra (1994, 1995, 1999 e 2000), restam poucos vencedores : Jonathan Brown (1996), Carsten Jorgensen (1997), Mo Farah (2006) e Alemayehu Bezabeh (2009). Em femininos não temos este ano qualquer vencedora de edições passadas, nem existem domínios tão concentrados numa só atleta ao longo da história.
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