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Nos 1500 metros as alternativas são opções pela falta de certezas...
Com Rui Silva a subir em distâncias, tem restado Sara Moreira no alcance de marcas dentro dos mínimos internacionais e...Hélio Gomes.
Esta será uma das distâncias em que Portugal ao longo da história mais tem levado atletas a grandes eventos internacionais e isso justifica as 12 participações olímpicas masculinas e as 6 participações olímpicas femininas. Neste ciclo para Londres o mais credenciado de todos, Rui Silva, subiu na distância, o que trouxe um grande vazio aos 1500 metros portugueses e as dúvidas são mais que muitas quanto à possibilidade de substituição ao nível de Rui Silva...
HÁ QUEM TENTE SEGUIR SOMBRA DE RUI SILVA...
Não se pode negar que Portugal teve neste milénio um atleta que ficará para sempre marcado na história do atletismo nacional, Rui Silva. O atleta, que optou recentemente pelas distâncias de 5000 e 10000 metros, deixou um legado difícil de ser seguido por atletas portugueses, mesmo com a fixação à distância de Hélio Gomes, atleta que em 2008 correu em 3.43,19 minutos, em 2009 em 3.41,13 minutos e já em 2011 chegou mesmo aos 3.40,62 minutos. Estas marcas e esta fixação poderão trazer este atleta para a sombra de Rui Silva, ainda assim para já só na sombra, porque o atleta tem um palmarés invejável e de relembrar que neste ciclo olímpico o atleta cartaxense, entretanto a treinar com o grupo do Prof. João Campos, já chegou aos 3.34,18 minutos. A quebra na profundidade é talvez das maiores preocupações deste sector, que também não se espera ser demasiado alimentado por atletas a subir dos 800 metros. A esperança recai até mais em jovens em ascensão...
Em 2011 os atletas Emanuel Rolim (3.44,91) e Rui Pinto (3.45,32) deram mostras que no próximo ciclo olímpico poderão ser grandes opções, embora dentro de quatro anos se possa eventualmente esperar subidas na distância, principalmente do segundo, muito vocacionado para distâncias mais longas. Desta forma ambos ocuparam o top-3 nacional de 2011, embora seja de realçar que nenhuma das marcas entraria no top-3 no início deste ciclo olímpico, o que demonstra a queda da especialidade, que desde 1972 apenas teve duas falhas (em 1988 e em 2004), sendo de esperar que Londres represente mais uma quebra, a não ser que Hélio Gomes se assuma de vez como candidato a esse lugar, depois de em 2011 ter conseguido estar no Europeu de pista coberta...
Foto : Filipe Oliveira / Atleta-Digital
AS FUNDISTAS TÊM DESENRASCADO BEM, MAS CONTINUA O VAZIO DE PELO MENOS UMA ESPECIALISTA
É pouco provável que compita neste distância em Londres, se a condenação por doping não destruir o sonho olímpico, porque Sara Moreira tem já mínimos “B” para os 3000 metros obstáculos, 5000 e 10000 metros, especialidades onde nitidamente se sente mais à vontade. O “azar” que lhe tem batido à porta no último ano levou até que participasse nos 1500 metros no Europeu de pista coberta, por um erro administrativo sobejamente conhecido. Mas isto não faz de Sara Moreira especialista numa distância onde outras fundistas têm passado pelo top-3. Casos de Jéssica Augusto, que aparece nestes quatro anos , quase sempre com marcas em pista coberta, Dulce Félix, Inês Monteiro e Ercília Machado, são os mais visíveis. A excepção foi mesmo Sandra Teixeira, em 2008, uma distância onde nunca foi perfeitamente feliz. Depois de uma melhoria de profundidade de 2008 a 2010, o ano de 2011 sofreu com a falta de profundidade, que teve algumas fundistas com outros objectivos e desta forma permitiu a Ercília Machado entrar como segunda melhor, com 4.16,14 minutos, uma marca que fica muito longe dos tempos na casa dos 4.07 minutos, alcançados por Sara Moreira nas duas últimas temporadas. Os mínimos, esses, são apenas para Sara Moreira...
Três atletas nascidas em 1990 procuram chegar-se mais à frente na distância, mas todas dificilmente se fixarão à especialidade, face às actuais escolhas da sua carreira, o que não garante que nos próximos dois ciclos Portugal apresente especialistas na distância. Daniela Cunha (4.17,71), Carla Salomé Rocha (4.23,85) e Catarina Ribeiro (4.26,06) são as atletas mais próximas da glória de um dia representar Portugal nesta distância ao mais alto nível, até porque a tendência é que as actuais fundistas cada vez menos optem por esta distância, numa altura em que Dulce Félix e Jéssica Augusto já se especializam na distância de Maratona.Pequim também ditou a interrupção de um bom ciclo da especialidade em Portugal e nem o frio de Londres, nem o calor do Rio de Janeiro parecem ser recintos olímpicos para atletas portuguesas nos 1500 metros...
Foto : Filipe Oliveira / Atleta-Digital
MÍNIMOS:
Masc. A – 3.35,50 (nenhum atleta) | Masc. B – 3.38,00 (nenhum atleta)
Fem. A – 4.06,00 (nenhum atleta) | Fem. B – 4.08,90 (Sara Moreira)
RANKINGS
Masculinos:
2008 – 3.38,84 (Rui Silva) | 3.39,58 (Manuel Damião) | 3.43,19 (Hélio Gomes)
2009 – 3.34,18 (Rui Silva) | 3.41,13 (Hélio Gomes) | 3.42,64 (Manuel Damião)
2010 – 3.41,38 (Bruno Albuquerque) |3.43,85 (Hélio Gomes) | 3.46,62 (Bruno Moreira)
2011 – 3.40,62 (Hélio Gomes) | 3.44,91 (Emanuel Rolim) | 3.45,32 (Rui Pinto)
Nº de presenças nos Jogos Olímpicos :12 (1 em 1972, 1 em 1976, 1 em 1980, 1 em 1988, 1 em 1992, 3 em 1996, 1 em 2000 e 2 em 2004)
Melhor marca em Jogos Olímpicos : Rui Silva (2004) – 3.34,68
Femininos:
2008 – 4.13,31i (Jéssica Augusto) | 4.13,32 (Sara Moreira) | 4.14,72 (Sandra Teixeira)
2009 – 4.10,66i (Jéssica Augusto) | 4.11,87i (Inês Monteiro) |4.12,94 (Sara Moreira)
2010 – 4.07,11 (Sara Moreira) | 4.07,89i (Jéssica Augusto) |4.14,96i (Dulce Félix)
2011 – 4.07,29 (Sara Moreira) | 4.16,14 (Ercília Machado) |4.16,42 (Jéssica Augusto)
Nº de presenças nos Jogos Olímpicos : 6 (1 em 1992, 3 em 1996, 1 em 2000 e 1 em 2004)
Melhor marca em Jogos Olímpicos : Carla Sacramento (1992) – 4.05,54
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