Análise do ciclo olímpico (200 m)

Quinta, 24 Novembro 2011
Análise do ciclo olímpico (200 m)

Arnaldo Abrantes e Sónia Tavares futuros estáveis na distância.

Os 200 metros têm mantido o nível ao longo deste ciclo olímpico, ainda que globalmente longe das três melhores marcas de sempre, principalmente em femininos. 

Hoje falamos sobre os 200 metros, uma especialidade que normalmente é corrida pelos melhores velocistas da prova dos 100 metros, mas também servindo de preparação para atletas de 400 metros. Esta potencial rivalidade deveria permitir mais disputa pela melhores marcas, mas em Portugal o fosso entre o atleta com melhor marca e o terceiro com melhor marca, tem sido com frequência acima do meio segundo, às vezes muito perto do segundo de diferença.

ARNALDO ABRANTES SUPERIORIZOU-SE AO ‘MESTRE’...

Quando o velocista Arnaldo Abrantes deixou o Benfica, em 2005, integrou o Sporting como jovem promessa para o clube, mas fundamentalmente já o era para as selecções nacionais. Nessa altura Francis Obikwelu era o mais rápido em Portugal nos 100 e 200 metros, onde ainda hoje detém os recordes nacionais, mas com a especialização de Obikwelu nos 100 metros, também por problemas físicos que o foram impedindo de suportar as curvas em pista, Arnaldo Abrantes foi superando o seu “mestre” na especialidade dos 200 metros, tanto que a partir de 2009 o domínio é seu. Neste ciclo olímpico, Arnaldo Abrantes passou dos 20,94 segundos de 2008, para 20,51 (em 2009), 20,71 (em 2010) e 20,61 segundos (em 2011), esta última marca a que lhe permitiu o mínimo “B” para Londres.

Em masculinos esta especialidade vive a felicidade de ter um segundo melhor do ano de luxo, Francis Obikwelu, que tem estas marcas inferiores pelas poucas provas que tem feito. A regularidade tem-lhe permitido, ainda assim, correr abaixo ou até 21 segundos. Felizmente que a especialidade começou a ganhar mais competitividade, com a tendência a verificar-se fundamentalmente com a progressão de Yazaldes Nascimento, que derrubou João Ferreiro no top-3 nacional, tendo inclusivamente corrido em 20,87 segundos nesta última época, o que perspectiva uma batalha intensa com o seu colega de equipa Arnaldo Abrantes, não só na luta por um lugar na equipa do Benfica para o Nacional de Clubes, como pelo mínimo ‘B’ para os Jogos Olímpicos de Londres, sendo que neste modelo apenas um iria a Londres, a não ser que um deles consiga os mínimos ‘A’ em 2012. E será que jovens como David Lima (21,23), Bruno Fernandes (21,43) e André Bivetti (21,64), atletas nascidos em 1990, 1991 e 1992, respectivamente, terão o potencial de baixar dos 21 segundos a pensar nos Jogos Olímpicos de 2016?!

Arnaldo Abrantes
Foto : Filipe Oliveira / Atleta-Digital

SÓNIA TAVARES DE ‘PREGO A FUNDO’ PARA SONHO OLÍMPICO

A velocista Sónia Tavares, que está a um passo do recorde dos 100 metros, mas longe do recorde dos 200 metros, com Lucrécia Jardim a ser ainda uma miragem, depositará muitas esperanças nesta distância para tentar os mínimos dos Jogos Olímpicos de 2012. Afinal os 16 centésimos que a separam do mínimo ‘B’ não é uma distância assim tão difícil, depois de uma progressão interessante de 2008 para 2009 (de 25 centésimos) e com uma estabilização em 2010 e 2011, em torno dos 23,40 segundos. Tal como nos 100 metros, Sónia Tavares não tem alcançado as melhores condições em eventos determinantes ao alcance do mínimo, uma situação que a atleta espera ver este ano melhorada, com mais participação em meetings com ritmos competitivos e menos participações em provas de clubes.

Nesta distância Carla Tavares já lhe terá feito maior frente, com os dois últimos anos corridos sempre acima dos 24 segundos, embora em 2012 tenha a possibilidade de ficar com o lugar vago no Sporting, depois da saída de Sónia Tavares. Esta especialidade tem tido como terceiras melhores as atletas quatrocentistas, como Carla Ratão (em 2008) e Patrícia Lopes (2009, 2010 e 2011), excepção feita à intrusão de Ungudi Quiawacana, que em 2010 correu com a mesma marca de Patrícia Lopes, 24,35 segundos, mas desinvestindo entretanto desta especialidade, onde nesta temporada correu em 24,56 segundos. Com tanto desinvestimento, o nome da junior Diana Cerqueira tem vindo a subir nos rankings, passando de 26,35 (em 2009), para 24,95 (em 2010), tendo terminado a época que passou com a marca de 24,49 segundos, uma progressão notável que pode muito bem terminar abaixo dos 24 segundos, caso se mantenha este ritmo desta atleta que nasceu no ano de 1993.

Sónia Tavares
Foto : Filipe Oliveira / Atleta-Digital

MÍNIMOS:
Masc. A – 20,55 (nenhum atleta) | Masc. B – 20,65 (Arnaldo Abrantes)
Fem. A – 23,10 (nenhum atleta) | Fem. B – 23,30 (nenhum atleta)

RANKINGS

Masculinos:

2008 – 20,46 (Francis Obikwelu) | 20,94 (Arnaldo Abrantes) | 21,03 (João Ferreira)
2009 – 20,51 (Arnaldo Abrantes) | 20,90 (Francis Obikwelu) | 21,19 (João Ferreira)
2010 – 20,71 (Arnaldo Abrantes) | 21,00 (Francis Obikwelu) | 21,11 (Yazaldes Nascimento)
2011 – 20,61 (Arnaldo Abrantes) | 20,82 (Francis Obikwelu) | 20,87 (Yazaldes Nascimento)
Nº de presenças nos Jogos Olímpicos : 13 (1 em 1912, 2 em 1924, 1 em 1928, 1 em 1948, 2 em 1952, 1 em 1964, 1 em 1984, 2 em 1988, 1 em 2004 e 1 em 2008)
Melhor marca em Jogos Olímpicos : Francis Obikwelu (2004) – 20,14

Femininos:
2008 –23,81 (Sónia Tavares) | 23,87 (Carla Tavares) | 24,63 (Carla Ratão)
2009 – 23,56 (Sónia Tavares) | 23,76 (Carla Tavares) | 24,34 (Patrícia Lopes)
2010 – 23,43 (Sónia Tavares) | 24,18 (Carla Tavares) | 24,35 (Ungudi Quiawacana e Patrícia Lopes)
2011 –23,46 (Sónia Tavares) | 24,09 (Carla Tavares) | 24,40 (Patrícia Lopes)
Nº de presenças nos Jogos Olímpicos : 1 (1 em 1992)
Melhor marca em Jogos Olímpicos : Lucrécia Jardim (1992) – 22,88


Conteúdos relacionados
Análise do ciclo olímpico (100 m)

| Mais


Comentarios (0)add feed
Escreva seu Comentario
quote
bold
italicize
underline
strike
url
image
quote
quote
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley
Smiley


Escreva os caracteres mostrados


 
< anterior   Seguinte >









facebook atleta-digital rss atleta-digital
 
SRV2