Bolt vence pela terceira vez, Sally Pearson estreia-se.
A IAAF distinguiu ontem os melhores atletas mundiais do ano, numa gala sempre muito aguardada, um dia depois de se ter conhecido que o Mundial de 2017 será em Londres, após reunião do Conselho da IAAF.
O jamaicano Usain Bolt, campeão mundial dos 200 metros e 4x100 metros, e a australiana Sally Pearson, campeã mundial dos 100 metros barreiras, foram eleitos os melhores atletas do ano pela IAAF numa cerimónia decorrida em Monte Carlo, Mónaco. O prémio para cada um dos atletas foi um cheque de 100 mil dólares americanos.
Em 2011 Usain Bolt defendeu com sucesso o seu título mundial dos 200 metros, liderou a estafeta 4x100 metros jamaicana para o título mundial com um novo recorde mundial (37,04 segundos) e correu a melhor marca mundial do ano dos 100 metros com 9,76 segundos. Estes factos aliados à invencibilidade de Bolt nas provas de 100 e 200 metros ao longo de toda a época 2011 convenceram a IAAF que assim o premeia com a mesma distinção pela terceira vez, após 2008 e 2009.
“Este prémio significa muito para mim” afirmou Bolt numa época em que teve vitórias apertadas e em que, por isso, teve de se esforçar imenso e numa época que também não esquecerá facilmente pela desilução da falsa-partida na final dos 100 metros de Daegu e pela forte ameaça ao seu recorde mundial dos 200 metros pelo seu jovem colega de treino, Yohan Blake.
Blake, que era um dos três finalistas ao lado de Bolt e do queniano David Rudisha, apesar de não ter ganho o prémio de melhor atleta do ano quando muitos o esperavam, viu os seus 19,26 segundos aos 200 metros, a segunda melhor marca de sempre na distância, ser considerada a melhor “performance” masculina do ano.
No lado feminino, todas as três finalistas tinham argumentos para levar de vencida o prémio. Vivian Cheruiyot tinha ganho dois títulos mundiais em Daegu e sido campeã mundial de Corta-Mato, Valerie Adams dominou todas as provas que disputou no lançamento do peso, sendo campeã mundial com mais de um metro de avanço sobre a medalha de prata e, por fim, Sally Pearson que dominou os 100 metros barreiras, culminando na vitória em Daegu com 12,28 segundos, a quarta melhor marca de sempre na distância e a primeira desde há 19 anos, com uma técnica de barreiras apuradíssima.
A mais alta distinção acabou por ser entregue a Sally Pearson que se mostrou bastante surpreendida, apesar de ter vencido 14 em 15 provas disputadas em 100 metros barreiras, e afirmou que não se pode sentir totalmente feliz “sem o ouro olímpico” que quer vencer no próximo ano em Londres.
Vivian Cheruiyot, a que todos atribuíam a vitória antecipadamente pelos seus três títulos mundiais, ganhou o “pequeno” prémio de compensação ao ver as suas duas vitórias em Daegu serem consideradas a melhor “performance” feminina do ano.
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