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Falta um mês para o Europeu de Corta-Mato.
Edição deste ano poderá não ser tão feliz para Portugal, com uma selecção que é para já uma incógnita, quando estamos a dias de começarem crosses de selecção.
Após no ano passado se ter realizado em Albufeira (Portugal), este ano o Europeu de Corta-Mato vai ser num país de leste, depois de uma boa organização do país lusitano. A cidade de Velenje (Eslovénia) será o local de disputa da competição. Há um ano Portugal deixou uma fasquia muito alta para o seu sucessor, com uma boa organização, uma boa publicidade do evento e até uma boa afluência do público - de relembrar que um grupo de pessoas foi apoiar os atletas vestidos de pais-natal e mães-natal, formas criativas de ver atletismo. Os atletas invejaram o tempo do Algarve, mas de referir que até não estavam as melhores condições atmosféricas, nomeadamente chuva e vento.
O número de países e atletas a participarem tem vindo a subir de ano a ano. No último ano participaram 34 países e 468 atletas nos diversos escalões, contra os 30 países em Dublin e 423 atletas, no ano anterior.
Como é habitual o percurso terá dois tipos de volta, uma mais pequena de 500 metros e outra maior de 1500 metros. A altimetria do terreno é pouco variável, o que segue a tendência dos circuitos rápidos de anos anteriores, mais propícios aos atletas habituados a provas de pista. A máxima variação de altitude é de cinco metros, entre o ponto mais alto e o mais baixo (!).
As provas serão realizadas de manhã e de tarde, com começo às 10:30 (hora local), mais uma hora que em Portugal, ficando as provas séniores para o período da tarde, aliás como é habitual também neste tipo de eventos.
QUE PORTUGAL TEREMOS EM VELENJE?
Numa altura em que Portugal goza o estatuto de um dos países europeus mais fortes no corta-mato, impulsionados também com as sete medalhas de há um ano, será difícil prever um cenário semelhante em Velenje, por vários motivos. Atletas como Sara Moreira, Nuno Costa e Eduardo Mbengani têm a ausência certa (quase certa no caso de Sara Moreira), enquanto Jéssica Augusto e Dulce Félix vêm da Maratona de Nova Iorque, onde não é certo que o período de recuperação seja suficiente para o evento, apesar de Dulce Félix até o ter conseguido há um ano. Já Inês Monteiro, Marisa Barros, Rui Silva, são atletas que podem não participar na época de corta-mato, ainda para mais em época olímpica e a renovação das equipas de sub-23 acaba por ficar na maioria dos casos abaixo do nível a que Portugal tem habituado. Assim, não é certo que Portugal apresente a equipa feminina tão forte quanto é habitual, enquanto a equipa masculina é uma enorme incógnita.
A verdade é que Portugal é o segundo país, na tabela de medalhas, com mais uma medalha de Ouro que a França, que está no terceiro lugar e que pode muito bem tomar neste ano o lugar de Portugal, numa tabela amplamente liderada pela Grã-Bretanha, que já conta com 80 medalhas, 32 das quais de Ouro. Portugal já conseguiu nesta história 50 medalhas (19 de Ouro, 17 de Prata e 14 de Bronze). No ano passado a prestação rendeu sete medalhas, três das quais colectiva (uma de Ouro e duas de Bronze), além de quatro medalhas individuais (uma de Ouro e três de Bronze).
Há um ano, em juniores femininos, Bárbara Ferreira foi 34ª classificada, sendo a melhor portuguesa, numa prova onde participaram ainda Catarina Carvalho (37º), Débora Santos (42º), Catarina Gonçalves (51º), Marta Martins (62º) e Susana Godinho. O oitavo lugar colectivo desta selecção ficou contrastado com a Prata colectiva dos juniores masculinos, onde brilhou Rui Pinto (Bronze) numa selecção ainda composta por Emanuel Rolim (21º), José Costa (24º), Nuno Santos (26º), Fábio Rebelo (64º) e Diogo Lourenço (80º).
Em sub-23 os portugueses não estiveram tão brilhantes, com um 6º lugar colectivo em feminino e 7º lugar masculino. Carla Salomé Rocha (18ª) foi a melhor portuguesa, onde estiveram ainda Daniela Cunha (22º), Ana Ferreira (34º), Sónia Lima (43º), Sara Carvalho (56º) e Tânia Silva (61º). O surpreendente Ricardo Mateus (5º lugar) só teve a companhia de Tiago Costa (7º), com os restantes colegas muito atrás : Paulo Lopes (58º), Jorge Santa Cruz (61º), Ricardo Vale (84º) e Luís Mendes (88º).
Os momentos altos acabariam por aparecer com as selecções séniores, onde Portugal chegou ao lugar mais alto em femininos e ao segundo lugar mais alto, em masculinos. Jéssica Augusto (1º) e Dulce Félix (3º) ocuparam lugares de pódio, mas Marisa Barros (6º), Sara Moreira (9º), Ana Dias (10º) e Anália Rosa completaram a equipa que festejou junto do público português. Também Youssef el Kalai chegou ao terceiro lugar do pódio, sendo ladeado no pódio colectivo por Eduardo Mbengani (7º), Rui Pedro Silva (8º), Rui Silva (17º), Licínio Pimentel (27º) e José Rocha (40º).
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