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Ano de paragem, com regresso a Raposo Borges.
Lesionado, Rubem Miranda luta agora para ser de novo o atleta que revelou ser enquanto júnior, que culminou com uma lesão grave no Europeu de Juniores.
A vida atlética de Rubem Miranda foi quase sempre maravilhosa em Portugal, onde a luta constante pelos recordes pessoais o levou a quebrar a barreira dos 5 metros, mas também quase sempre desastrosa nos grandes eventos internacionais – no apuramento para os Jogos Olímpicos da Juventude teve um problema na virilha, nos Europeus de Juniores lascou o osso...
Se nos Jogos Olímpicos da Juventude uma falha técnica o colocou fora de competição, nos Europeus de Juniores a culpa deveu-se a problemas na montagem do colchão que o fez cair de uma altura próxima aos cinco metros num vazio existente entre os blocos que compunham o colchão. Tallin, na Estónia, é assim cidade de má memória para Rubem Miranda, já que após uma qualificação impecável, o aquecimento para a final revelou-se fatídico. Afinal trata-se de um ano de paragem, com recuperação todos os dias e cujo final pode ser feliz, mas com probabilidade de não o ser...
Perguntámos a Rubem Miranda como está a decorrer a sua recuperação : “Está a melhorar, já ando sem moletas e consegui isso apenas em dois meses”. O seu pé esquerdo já se mobiliza e não doi ao andar, mas nem pensar em esforços porque basta um impacto forte no pé para deitar sessões diárias de fisioterapia ao lixo. A recuperação está a ser feita através do seu clube, o Benfica, com recurso a electroestimulação e afinal este é também um estágio para o seu futuro profissional, já que neste momento Rubem não tem dúvidas : “quero estudar fisioterapia”.
E por isso explica com algum pormenor o que originou e o que provocou a sua lesão : “quando caí lasquei o osso e os fragmentos do osso danificaram a cartilagem”. Ou seja, a conclusão é que Rubem Miranda sofre actualmente de problemas na cartilagem, no seu pé esquerdo, o que aumenta significativamente a probabilidade de lesões musculares, ultrapassada que está a questão óssea.
Mas uma das grandes alterações nesta época de Rubem Miranda, depois de uma alteração também brusca no ano anterior, é também o regresso ao treino com Raposo Borges, depois de ter treinado com Pedro Pinto, actual responsável pela Escola de Salto com Vara. Reserva, por isso, as tardes para fazer trabalho de condição física na Nave do Jamor, um trabalho a solo mas que executa com toda a paciência. Afinal a paciência terá sido uma das principais qualidades desenvolvidas por Rubem Miranda, o jovem que sucede aos sucessos de Edi Maia e Diogo Ferreira e que se tiver recuperação total pode um dia tentar pensar em bater o seu mestre e, quem sabe, o seu colega de treino, Edi Maia...
Aplicando uma célebre máxima de Nelson Évora, uma das inspirações do atletismo nacional, não há dúvida que para Rubem Miranda “o sonho continua...”
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