Destinos sul-africanos cruzam-se com Moçambique.
Campeã do Mundo em 2009 e vice-campeã do Mundo em 2011, Caster Semenya passará a treinar com uma multi-campeã com origens lusófonas, a moçambicana Maria Mutola.
Caster Semenya parece aos poucos dar a volta à sua situação perante a comunidade do atletismo, passando da polémica quanto ao género sexual, ao respeito obtido em Daegu e agora ao privilégio de treinar com a moçambicana Maria Mutola. Este foi o destino escolhido por Sermenya, que numa decisão pessoal decidiu deixar o seu anterior treinador, Michael Seme, para passar a ser orientada por uma das melhores atletas de 800 metros de sempre, agora no papel de treinadora.
“Eu estava a preparar sozinha as últimas quatro semanas para o Mundial, em Daegu e aí conheci a Maria Mutola, antes de viajar para a Coreia. Ela deu-me boas ideias para a competição e foi o meu ídolo desde que comecei no atletismo. Depois de Daegu perguntei à Mutola se estava interessada em treinar-me. A resposta dela foi no sentido positivo e eu fiquei tremendamente contente. Julgo que vai ser uma excelente conselheira para mim.”
Esta foi até uma decisão feita aparte do seu gestor de carreira, Jukka Harkonen, que no entanto enalteceu a felicidade da decisão. Também a sua nova treinadora, Maria Mutola, se pronunciou, confiando na juventude de Semenya para alcançar o topo mundial.
O currículo de Maria Lurdes Mutola, enquanto atleta, é invejável. A atleta alcançou duas medalhas olímpicas, cinco medalhas em Mundiais ao ar livre e nove medalhas em Mundias em pista coberta, além de todas as medalhas em campeonatos africanos e outros tantos feitos em meetings. Os 800 metros foram a sua prova marcante e dentro de um pavilhão, em pista coberta, Mutola foi demolidora para as suas adversárias. Contudo a medida deve ser sempre vista com prudência, porque já outros atletas tentaram repetir o sucesso da carreira como atleta, na carreira de treinadora, nem sempre com êxito. Contudo Harkonen está confiante nesta nova parceria : “Eu sei que a Maria toma a sua função de treinadora com a mesma seriedade com que levou a sua carreira de atleta”.
|