Motivos financeiros na base do cancelamento.
O Maratona Clube de Portugal anunciou ontem o cancelamento deste evento, que deixa mais pobre o calendário nacional e internacional de corta-mato.
A austeridade tem-se feito sentir no atletismo, mas o cancelamento do Crosse de Oeiras é a primeira grande consequência de uma forte diminuição nos apoios à organização de eventos de atletismo em Portugal. A prova, que nitidamente era a mais bem cotada no calendário nacional, pertencente ao calendário IAAF, caiu perante a desorçamentação, depois de ter resistido a anos de incerteza pela possibilidade do circuito de crosse ser “invadido” pelo campo de golfe do Jamor.
Segundo comunicado do clube : “A falta de apoios privados e públicos não nos possibilita realizar a edição deste ano. Apesar de não se anteverem facilidades no que respeita a obtenção de apoios futuros, o Presidente do MCP, Sr. Comendador Carlos Moia, espera retomar este evento no próximo ano.”
Relembre-se que este corta-mato chegou a estar previsto para 12 de Novembro, mas foi antecipado para 5 de Novembro, também por motivos de calendarização internacional, com o Crosse de Atapuerca (Espanha) a realizar-se a 13 de Novembro. Desta forma o calendário internacional da IAAF fica apenas com um evento de corta-mato em Portugal, que se realizará em Fevereiro. Trata-se do Crosse das Amendoeiras em Flor, que este ano terá em disputa o Campeonato Nacional de Corta-Mato Longo.
FPA ATENTA PODE TER DE MUDAR CRITÉRIOS DE SELECÇÃO
A Federação Portuguesa de Atletismo tinha divulgado os seus critérios de selecção para o Europeu de Corta-Mato, que compreendia um período de observação de 5 a 27 de Novembro. Para o seleccionador nacional, José Barros, a data de Oeiras estava estrategicamente mal colocada, dado que se localizava a mais de um mês do Europeu e apenas uma semana após a Taça dos Clubes Campeões Europeus de Estrada. Os critérios podem ser alterados “se houver um corta-mato em Portugal no dia 12”, diz José Barros, sendo que existe a possibilidade de um novo evento de corta-mato para essa data.
Se os critérios se mantiverem, acresce a dificuldade de existirem apenas dois eventos de corta-mato de selecção em Portugal, o que dificultará a presença dos candidatos ao lugar, que têm de concentrar a sua atenção em dois fins-de-semana, dado que se tem privilegiado as prestações em Portugal, em detrimento das prestações no estrangeiro.
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