Aproveitamento da pista dos Jogos Olímpicos é argumento.
Em disputa está o Mundial de 2017, numa corrida a dois entre as cidades de Londres (Inglaterra) e Doha (Qatar). Decisão final dentro de um mês...
A IAAF tem em mãos uma difícil missão de escolher a localização do Mundial de 2017, porque se por um lado é tentadora a ideia desta edição ser em Londres, dado que se aproveitam as infra-estruturas dos Jogos Olímpicos de 2012, não é menos verdade que Doha é das cidades que mais tem apostado no desporto mundial, sobre o lema de se tornar “a Meca do Desporto”. No difícil contexto económico europeu claramente Londres está em desvantagem perante Doha, mas será esse um facto preponderante?!
Recentemente a IAAF visitou Doha, ficando maravilhada com os desenvolvimento da candidatura asiática, ao mesmo tempo que Londres vai contando com vários “reforços” de peso do atletismo internacional. Um dos últimos foi o fundista Haile Gebrselassie, ex-recordista mundial da Maratona, que apoia a candidatura europeia. Hoje mesmo o presidente da Associação Europeia de Atletismo deu um forte contributo para a passagem de uma mensagem positiva sobre a candidatura londrina.
Contudo a candidatura de Londres tem sofrido algumas contrariedades, não só com o agravamento financeiro da Europa, mas também ao nível da discussão nacional, onde o acordo previamente estabelecido com o West Ham, clube que ficaria a explorar o estádio, com a promessa da manutenção da pista de atletismo para o futuro, teve uma reviravolta. Neste momento a indefinição está a deixar nervosos os responsáveis pela modalidade, até porque os Jogos Olímpicos deveriam permitir a Londres ter uma das melhores pistas mundiais daqui por diante. Entretanto inaugurada, o tartan de Londres espera não servir apenas para as olimpíadas, enquanto as batalhas jurídicas pela exploração do espaço enfraquecem a candidatura de Londres.
Ao nível do estádio Doha ganha vantagem, com várias tecnologias de aclimatação e com um complexo de treino muito bem apetrechado, designado por Aspire Dome, onde em 2010 foi realizado o Mundial de pista coberta. Por outro lado as infra-estruturas de Londres, ao nível da competição e do treino, terão muito mais efeito para a preparação de atletas relativamente a Doha. Serão os petrodólares suficientes para seduzir a IAAF a optar por deslocalizar o Mundial novamente para a Ásia, depois da edição de 2015 já ser neste continente, na cidade de Pequim (China)?!
A 11 de Novembro será conhecida a decisão final e neste mês vários argumentos deverão ser jogados, sendo de esperar que a Convenção da Associação Europeia de Atletismo, a realizar-se nestes dias em Arona (Espanha), traga novas forças no que toca à mobilização europeia para receber novamente um Mundial, depois de Berlim (em 2009) e de Moscovo (em 2013).
|