Morte de um maratonista ofuscou o sucesso da prova.
A Maratona de Chicago provou que a dureza deste evento pode trazer a morte e o nascimento, associando ainda a vertente desportiva.
Ontem realizou-se em Chicago (EUA) a 34ª edição de uma maratona com mais de 30 mil chegados à meta e com uma enorme paridade ao nível dos géneros sexuais, ainda que com uma ligeira supremacia para o sexo masculino. O Parque Grant é o local de partida e chegada, numa prova onde até existe um desafio entre o Norte e o Sul.
Este ano o sucesso desportivo ficou associado ao evento, com vitórias do queniano Moses Mosop (2:05.37 horas) e da russa Liliya Shobukhova (2:18.20 horas). As marcas foram boas, atendendo ao tempo quente que se fez sentir na manhã de Domingo, mas todo o destaque desportivo acabou mesmo na russa, que pela terceira vez arrecadou a vitória neste evento, além de uma vitória já conquistada em Londres. No total das seis maratonas que a russa realizou desde 2009, apenas perdeu em duas ocasiões, ambas em Londres, onde não deixou de ficar no pódio.
Esta regularidade de Shobukhova fá-la sonhar com Londres, onde pretende estar nos Jogos Olímpicos, numa distância a que foi parar “por acidente”, a mesma foma que a fez iniciar no atletismo. Esta atleta com quase 34 anos tem sido surpreendida pela sua carreira desportiva, depois de ter feito passagens nos 3000, 5000 e 10000 metros, onde pelo meio arrecadou medalhas e até recordes. Desta vez foi a vez a nova queda do recorde nacional russo da Maratona, em Chicago, sendo agora a segunda atleta mais rápida do Mundo na distância de sempre, apenas superada pela britânica Paula Radcliffe.
PROVA TEVE MORTE DE UM PARTICIPANTE...MAS TAMBÉM UM NASCIMENTO...
Nem tudo foi felicidade na manhã de Chicago, já que devido ao calor e ao forte esforço que uma maratona exige um atleta não resistiu. Com 35 anos este atleta sofreu de uma paragem cardíaca, quase com a meta à vista, a menos de 500 metros de distância da chegada. Bombeiro de profissão, William Caviness ainda foi reanimado, mas acabaria por falecer quase duas horas depois, já no hospital, deixando dois filhos para trás. A ironia perseguiu este atleta, que estava em Chicago para promover uma causa, ligada às queimaduras nos bombeiros, que ficou literalmente pelo caminho...
Entretanto outra história acabaria por apaixonar os americanos, que contrasta com a anterior. Amber Miller, de 27 anos, correu esta prova com os nove meses de gravidez completos, arriscando na participação. Durante a prova disse ter sentido contrações, mas nada que a fizesse desistir. Aliás, esta não foi a primeira Maratona que fez grávida, já que em 2011 já tinha corrido a Maratona de Wisconsin, com quatro meses de gravidez. O tempo de 6:25 horas acaba mesmo por ser o menos importante, já que o risco de correr grávida parece não ter interferido com o seu parto, que ocorreu sete horas após ter corrido em Chicago.
RESULTADOS:
Masculinos:
1. Moses Mosop (Quénia) - 2:05.37
2. Wesley Korir (Quénia) - 2:06.15
3. Bernard Kipyego (Quénia) - 2:06.29
4. Bekana Daba (Etiópia) - 2:07.59
5. Ryan Hall (EUA) - 2:08.04
Femininos:
1. Liliya Shobukhova (Rússia) - 2:18.20
2. Ejegayehu Dibaba (Etiópia) - 2:22.09
3. Kayoko Fukushi (Japão) - 2:24.38
4. Belainesh Gebre (Etiópia) - 2:26.17
5. Christelle Daunay (França) - 2:26.41
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