Silas Sang e Mary Keitany ganharam ‘Meia’ de Portugal.
Com recorde de participação na prova principal, houve ainda o recorde de prova no sector feminino, no primeiro round de Keitany em Lisboa...
O Parque das Nações foi hoje palco de mais uma chegada da Meia-Maratona de Portugal, prova que promete sofrer um forte incremento na próxima edição, num anúncio que deverá surgir amanhã através do Maratona Clube de Portugal, clube organizador do evento. O maior dos recordes surgiu ao nível da participação, com 3343 atletas chegados, um recorde de participação, sem contar ainda os atletas chegados na Mini-Maratona. No total foram cerca de 17 mil os atletas que percorreram algumas artérias da capital, num evento cada vez mais complexo de organizar, com a recente mudança existente na gestão do Parque das Nações.
PROVA MASCULINA DOMINADA POR DOIS ‘SILAS’...UM ACABOU DE RASTOS...
Desde cedo que Silas Kipruto (Quénia) tentou assumir a frente da prova masculina, onde logo aos cinco quilómetros no tempo de 13.50 minutos faziam antever uma boa marca. Silas Kipruto andou depressa, mas foi perdendo fôlego e uma lesão física acabaria por levar o atleta a cinco quilómetros finais penosos, tendo sido ultrapassado aos 19 quilómetros pelo compatriota Silas Sang. A pouco menos de um minuto do recorde de prova, Sang terminou com o registo de 1:01.13 hora, o que até se justifica tendo em conta o forte calor que se fez sentir hoje em Lisboa, principalmente no momento da chegada do evento. Das quatro vezes que Sang esteve no evento, triunfou em três, a contar com a vitória de hoje, uma vitória construída essencialmente a partir do 16º quilómetro, quando o queniano começou a encurtar a distância para Kipruto, aproveitando a sua forte quebra de ritmo. Nos dois lugares seguintes chegaram os quenianos Lucas Rotich (1:01.38 hora) e Benson Olenakeri (1:02.19 hora), com os quenianos a ocuparem as primeiras quatro posições.
O português Hermano Ferreira chegaria em 7º lugar, com 1:03.56 hora, voltando a ser o melhor europeu e a fazer uma boa preparação para a Taça dos Clubes Campeões Europeus, onde deverá representar novamente a Conforlimpa. A preparar a Maratona, no próximo mês de Novembro, Hermano Ferreira quer estar no seu melhor no final de Outubro : “Quero lá chegar na melhor forma de sempre”. Mais para trás, em 10º lugar, chegaria Luís Feiteira (1:04.39 hora) e o campeão europeu da Maratona, Viktor Rohtlin (Suíça) chegaria no lugar seguinte, com o tempo de 1:04.47 hora.
O homem do dia passou de uma prova a bom ritmo, para uma chegada penosa, muito aplaudida pelo público presente no Parque das Nações, fazendo lembrar algumas chegadas histórias da Maratona. Quase a andar, Silas Kipruto justificou a sua presença em Lisboa e acima de tudo terá justificado a aposta de Carlos Móia para em Lisboa tentar um bom resultado, mesmo sem o ter alcançado. Desta forma, o 15º lugar, com o tempo de 1:06.02 hora mostra muito pouco da valia da prova deste atleta. Quem também hoje teve um dia ‘não’ foram os portugueses Rui Pedro Silva e José Rocha, a aparecerem no dia com lesões, cuja gravidade não foi apurada.
Foto : Edgar Barreira/Atleta-Digital
KEITANY TESTOU-SE A PENSAR EM NOVA IORQUE E EM...LISBOA
Mais interessante foi o resultado final da prova feminina, com a presença da recordista mundial Mary Keitany, a preparar-se para a Maratona de Nova Iorque, onde quer uma presença o mais histórica possível. Hoje o teste até pareceu interessante, tendo corrido ao longo da prova maioritariamente sozinha e sem qualquer incómodo, para uma vitória em 1:07.54 hora, depois de no ano passado ter ganho em 1:08.47 hora. Esta marca fica ainda distante do recorde mundial, que alcançou este ano em Ras Al Khaimah (1:05.50 hora), mas também era expectável que assim fosse, não só pelo calor de Lisboa no dia de hoje, mas também num momento de elevada carga de treino a pensar na Maratona de Nova Iorque. “Agora vou acabar a preparação para a Maratona de Nova Iorque, para no próximo ano tentar o recorde do Mundo da meia-maratona, em Lisboa”, respondeu Keitany prontamente ao elemento IAAF presente hoje em Lisboa, Sean Wallace. Também aqui o Quénia dominou até ao quarto lugar, com o pódio a ser preenchido por Helena Kiprop (1:08.57 hora) e por Caroline Kilel (1:10.30 hora).
Também em preparação para a Maratona de Nova Iorque a melhor portuguesa foi Dulce Félix, como já tinha sido há um ano, quando igualmente preparava esta prova. A maratonista lusa ficou no 9º lugar, com o registo de 1:13.34 hora, tempo mais rápido que há um ano, numa altura de fortes treinos. A correr na prova do seu clube, Dulce Félix passará ainda na Taça dos Clubes Campeões Europeus, no final de Outubro, e quanto à Maratona de Nova Iorque é pragmática : “Para já estou a sentir-me bem. Agora é preparar-me e espero ser mais feliz”. Anália Rosa chegaria no 10º lugar, com 1:14.44 hora e a terceira melhor portuguesa acabaria por ser a marchadora Ana Cabecinha, que a correr fez uma marca razoável de 1:17.02 hora.
Foto : Joana Oliveira/Atleta-Digital
MÓIA ESPERAVA MAIS...PISTORIUS DEU OS PRÉMIOS TODOS
Desta vez, sem presenças ministeriais ou presidenciais, também a pompa e circunstância da entrega de prémios foi atribuída a outros ilustres conhecedores da modalidade, principalmente ao sul-africano Oscar Pistorius, atleta conhecido pela amputação das pernas, que distribuiu simpatia na manhã lisboeta.
Apesar de esta não ser a maior das duas meias-maratonas disputadas em Lisboa, Carlos Móia, presidente do Maratona Clube de Portugal, esperava mais : “Esperava melhores tempos”. Contudo congratulou-se pela inexistência de qualquer situação gravosa, derivada do forte calor que se fez sentir em Lisboa durante o dia de hoje : “foi um dia extremamente difícil para as corridas...”.
Por seu lado o observador da IAAF, Sean Wallace, destacou positivamente a organização nacional. “Gostei imenso da prova pela mobilização que a mesma exige da cidade e das autoridades”, destacou como ponto mais positivo. Já Oscar Pistorius, que teve direito a uma espécie de “visita guiada” pelo evento, esteve muito atento ao que se ia desenrolando, apreciando acima de tudo o envolvimento do acontecimento desportivo : “Gostei muito de ver estes atletas profissionais em acção”.
Foto : Joana Oliveira/Atleta-Digital
RESULTADOS:
Masculinos:
1. Silas Sang (Quénia) – 1:01.13
2. Lucas Rotich (Quénia) – 1:01.38
3. Benson Olenakery (Quénia) – 1:02.19
4. Sammy Kigen (Quénia) – 1:02.31
5. Dickson Marwa (Tanzânia) – 1:03.10
6. Ezekiel Chebii (Quénia) – 1:03.21
7. Hermano Ferreira (Portugal – Conforlimpa) – 1:03.56
8. Kiprono Menjo (Quénia) – 1:04.27
9. Peter Kipkassi (Quénia) – 1:04.33
10. Luís Feiteira (Portugal - Individual) – 1:04.39
Femininos:
1. Mary Keitany (Quénia) – 1:07.54
2. Helena Kiprop (Quénia) – 1:08.57
3. Caroline Kilel (Quénia) – 1:10.30
4. Rita Jeptoo (Quénia) – 1:10.34
5. Desiree Davila (EUA) – 1:11.27
6. Magdalene Mukunzi (Quénia) – 1:11.54
7. Salina Kosgei (Quénia) – 1:11.55
8. Hellen Kimutai (Quénia) – 1:12.29
9. Dulce Félix (Portugal – Maratona CP) – 1:13.34
10.Anália Rosa (Portugal – Maratona CP) – 1:14.44
Foto : Joana Oliveira/Atleta-Digital
Foto : Edgar Barreira/Atleta-Digital
Foto : Joana Oliveira /Atleta-Digital
Enviados Especiais : Edgar Barreira (fotos e textos) e Joana Oliveira (fotos)
|