Maratona feminina terá também mexida nos recordes.
A IAAF, no recente congresso em Daegu, decidiu algumas mexidas às regras da modalidade, com duas a tomarem a dianteira do protagonismo.
Duas medidas estão já a provocar alguma polémica, depois da IAAF aprovar algumas das alterações propostas. Ambas são destinadas à estrada, um dos sectores em que a diferença de opiniões mais tem afectado a relação da IAAF com a modalidade. Apesar do esforço da federação internacional, os vários esforços nem sempre têm sido bem recebidos na comunidade.
RADCLIFFE PODE FICAR SEM RECORDE DO MUNDO DA MARATONA
A nova regra da IAAF incide especificamente sobre as corridas femininas em estrada, onde na sua óptica as mulheres tiram vantagem pelo facto da maioria das mesmas serem mistas, ou seja, muitas vezes com “lebres” masculinas. Foi, aliás, desta forma que a britânica Paula Radcliffe correu em 2003 em ritmo de um estrondoso recorde mundial da Maratona, em 2:15.25 horas. Agora a IAAF vem regulamentar este tipo de situação e espera criar dois tipos de marcas mundiais, os recordes do mundo se forem alcançados exclusivamente em corridas só com mulheres e máximos mundiais se forem alcançados em provas mistas.
A AIMS (Associação Internacional de Corridas de Estrada) e a WMS (World Marathon Majors) juntaram-se numa voz única no protesto contra esta medida. Segundo ambas as entidades esta situação poderá criar alguma confusão ao nível da atribuição do tipo de recorde alcançado e também o facto da maioria das provas ser mista, onde de facto provas exclusivamente de mulheres são raros eventos, muitas vezes até de propaganda ao nível de causas médicas.
Para já fica por esclarecer se esta medida afectará também os recordes nacionais, o que a acontecer será uma dor de cabeça para os estatísticos da modalidade, porque isto afectaria também as provas de 10 quilómetros, meia-maratona ou mesmo os recordes de distâncias intermédias, como os 30 quilómetros.
VETERANOS NA ESTRADA LOGO AOS 35 ANOS...COMO NA PISTA...
Esta ideia chegou a ser implementada pela IAAF, também em Portugal, antes de 2009. Contudo no Congresso de Berlim, em 2009 a IAAF decidira por atribuir o começo da idade de veterano aos 35 anos em eventos de pista e aos 40 anos em eventos de estrada. Passados dois anos a IAAF recuou em relação à actual regra e com total aprovação quer do organismo de Veteranos da IAAF, quer da Associação Mundial de Veteranos (WMA), que nunca aceitou a actual regra que colocava diferenças de idades a começar na pista e na estrada.
A proposta é voltar à antiga regra 141 do regulamento geral e desta forma os escalões de veteranos começam aos 35 anos tanto para a estrada, como para a pista, uma notícia que dificilmente irá convencer os atletas de estrada e de fim-de-semana. Para já aguarda-se a transposição da regra para os regulamentos nacionais, que terão de passar a impor às organizações de provas um voltar à lei antiga. Para já o maior dos argumentos ganhos pelos defensores da medida é o facto de se passar a ter uma uniformização para todo o tipo de provas, embora também seja verdade que muitos atletas de topo conseguem bons resultados até aos 40 anos, caso por exemplo da portuguesa Susana Feitor (36 anos).
|
Aleluia
Tendo atenção que se fala da obtenção uma marca e não de uma classificação, questiono se isso não se pode comparar à obtenção de uma marca por parte de uma atleta que procure simplesmente mínimos para ir a uma competição internacional?? Quantas e quantas vezes vemos atletas que procuram mínimos para a maratona e competem com lebres masculinas?? Pelo critério da IAAF essa marca também não é "suspeita"??