Toque originou desclassificação do Brasil..
Portugal bem poderia hoje ter conseguido bater o recorde nacional e isso acabou por não acontecer porque a equipa brasileira acabou por atrapalhar os portugueses...
A tarde foi boa para as eliminatórias das estafetas de 4x100 metros, sempre com incidentes o que torna este tipo de prova muito apelativa para o público. Desta vez um dos incidentes ocorreu mesmo co ma equipa portuguesa, não por culpa própria, mas porque a estafeta da equipa do Brasil autenticamente abalroou o português Yazaldes Nascimento.
Portugal ia na primeira eliminatória, na pista 2, juntamente com as selecções de França, Brasil, Gana, EUA, Suíça e China Taipei. As transmissões até correram bem à maioria das selecções, embora a Suíça tenha falhado a segunda transmissão, já não continuando no evento. A França e os EUA dominavam esta eliminatória, quando na última transmissão o atleta brasileiro Nilson André abalroou o português Yazaldes Nascimento que esperava o testemunho que vinha na mão de Arnaldo Abrantes. Desta forma o português atrasou a sua corrida de balanço e ali acabaria por perder tempo precioso, ainda que a estafeta terminasse com o bom registo de 39,09 segundos. O toque com toda a certeza custou a Portugal a aproximação ou mesmo o recorde nacional, o que mesmo não sendo possível a passagem à final traria aos portugueses a satisfação pelo trabalho que desenvolveram antes do Mundial, mesmo sem Francis Obikwelu. Ao Brasil, até porque a entrega ocorreu para lá da zona limite, custaria uma desclassificação, que igualmente colocaria a selecção fora da final, mas sem antes esta selecção ter tentado desclassificar na secretaria a portuguesa, com uma boa contra-resposta de Portugal que provou ser Yazaldes Nascimento a vítima de uma má acção de Nilson André. Nesta eliminatória os EUA acabariam os mais rápidos, com 37,79 segundos, seguidos da selecção francesa que se apurou para a final com 38,38 segundos. Foi a melhor prestação portuguesa de sempre em Mundiais, de uma equipa toda ela jovem e que promete assegurar o futuro das estafetas portuguesas, mesmo sem o mais rápido de todos, Francis Obikwelu.
Na segunda eliminatória a selecção da Jamaica, sem Usain Bolt, era o grande chamariz e a equipa da Jamaica apurou-se directamente com um segundo lugar tranquilo, corrido em 38,07 segundos, só batida pela selecção da Trinidade e Tobago (37,91), onde ainda deu para Saint Kitt and Nevis se qualificar por repescagem, após um novo recorde nacional de 38,47 segundos. A grande azarada desta eliminatória acabaria por ser a Alemanha, que acabaria fora das eliminatórias por culpa própria. Na terceira eliminatória a Grã-Bretanha confirmou a passagem à final com 38,29 segundos, mesmo sem a presença de um dos seus atletas mais rápido, Dwain Chambers. A Polónia lutou para alcançar um lugar de qualificação directa, com o tempo final de 38,37 segundos, mais rápida que a selecção da Itália, que com 38,41 segundos foi uma das duas selecções repescadas para a final. Esta última eliminatória ficou ainda marcada pelo recorde da Coreia do Sul (38,94 segundos) e ainda pela desclassificação da selecção da Holanda.
A prestação portuguesa foi aqui muito agridoce, apesar do resultado só permitir o 15º lugar, quando um lugar entre as 12 melhores selecções mundiais era mais que possível. Ficam na mesma de parabéns os atletas Ricardo Monteiro, João Ferreira, Arnaldo Abrantes e Yazaldes Nascimento, por esta ordem de participação na estafeta, por terem conseguido o segundo melhor resultado de sempre sem a “bengala” chamada Francis Obikwelu...
RESULTADOS (4x100 – Eliminatórias):
1. EUA – 37,79 WL
2. Trinidade e Tobago – 37,91
3. Jamaica – 38,07
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15. Portugal (Ricardo Monteiro, João Ferreira, Arnaldo Abrantes e Yazaldes Nascimento) – 39,09
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