Hoje decorreram seis finais, quando faltam três dias...
Os Mundiais tiveram hoje o sexto dia de competições, que além das finais tiveram as qualificações para outras provas importantes a disputar nos próximos três dias.
As qualificações do lançamento do peso abriram o dia, como é habitual nesta disciplina, uma rotina que os melhores mundiais já preparam porque a qualificação só permite três tentativas, escassas muitas vezes..Não existiram grandes surpresas negativas a este nível, com os candidatos a ultrapassarem a qualificação sem sobressaltos. A grande surpresa positiva foi mesmo a prestação do alemão David Storl, que na sua estreia lançou 21.50 metros, um grande registo que o coloca entre os candidatos. Nos 5000 metros muitos dos participantes que estiveram nos 10000 metros tentam agora a redenção ou a confirmação da sua valia, ente eles os mais rápidos de cada uma das eliminatórias : o norte-americano Bernard Lagat (13.33,90) e o etíope Imane Merga (13.37,96). Não esteve presente Kenenisa Bekele, depois do desaire dos 10000 metros e foi afastado o australiano Craig Mottram, além do português Rui Silva. Ainda sim ficaram as principais peças do Xadrez e Mo Farah é um real candidato às medalhas de novo..O salto em comprimento teve uma qualificação emocionante e que deixou fora da final alguns dos candidatos a um bom resultado : o grego Loúis Tsatoumas (8.01), o britânico Greg Rutherford (8.00), o sul-africano Godfrey Mokoena (8.00), o panamiano Irving Saladino (7.84) e o francês Salim Sdiri (7.58). Quem saltou mais longe foi mesmo o campeão em título, o norte-americano Dwight Philips (8.32). Nas eliminatórias dos 4x400 metros os mais rápidos foram os norte-americanos, com 2.58,82 minutos, a melhor marca mundial do ano numa equipa composta por Greg Nixon, Jamaal Torrence, Michael Berry e LaShawn Merrit. A Jamaica (2.59,13) e a África do Sul (2.59,21) seguiram-se nos tempos, com os sul-africanos a baterem o recorde nacional, com um importante contributo do amputado Oscar Pistorius, uma das sensações dos campeonatos. Tam recorde nacional para a equipa da Coreia, que a correr em casa e com apoio do público presente obteve 3.04,05 minutos. Se a sessão da manhã começou com o lançamento do peso, a da tarde começou com o grupo A do lançamento do dardo, realizando-se mais tarde o grupo B. A maior surpresa foi a eliminação do finlandês Tero Pitkamaki (79.46), que longe dos melhores tempos nem chegou à marca de qualificação directa de 82.50 metros, nem aos doze melhores classificados. Mas também apenas dois atletas chegaram à marca de qualificação : o cubano Guillermo Martínez (83.77) e o russo Dmitri Tarabin (82.92). O campeão Andreas Thorkildsen (Noruega) ficou-se pelos 81.83 metros e a um ensaio do fim esteve também para não se conseguir qualificar...Na final do salto em altura cedo se percebeu que o campeão em Berlim, Donald Thomas (Bahamas) não era candidato, com fraca impulsão e uma técnica pouco apurada, mas Trevor Barry (Bahamas) ainda conseguiu redimi-lo e obter o bronze, com 2.32 metros, um novo recorde pessoal. A luta seria mesmo pelo Ouro e aí quem levou a melhor foi o norte-americano Jesse Williams (2.35) que em todo o concurso só falhou as três tentativas a 2.37 metros, enquanto que o medalha de Prata, o russo Aleksey Dmitrik (2.35 metros) foi falhando algumas primeiras tentativas. Longe de dias melhores ficou o russo Ivan Ukhov, que não foi além dos 2.32 metros. As meias-finais dos 1500 metros foram ambas muito tácticas e com um aglomerado de atletas a chegar ao final para decidir entre as cinco passagens directas e os dois tempos repescados. As repescagens foram exclusivamente para a segunda meia-final, calhando em sorte ao irlandês Ciaran O’Lionaird (3.36,96) e ao neozelandês Nicholas Willis (3.37,39). Além do irlandês apenas o espanhol Manuel Olmedo (3.36,91) e o francês Mehdi Baala (3.46,87), este nesta fase após protesto da França pela sua queda nas eliminatórias, conseguiram lugares como europeus na final, que promete uma luta interessante e praticamente ao centésimo. A final dos 3000 metros obstáculos trouxe um super-Ezekiel Kemboi, atleta queniano que disparou para uma última volta fenomenal para terminar em 8.14,85 minutos, com uma dança muito original no final. Foi seguido do seu compatriota Brimin Kipruto (8.16,05) que quase era surpreendido pelo medalha de bronze, o francês Mahiedine Bennabad (8.16,09). Foi uma final com várias lideranças, com mudanças rápidas de ritmo, onde novamente os etíopes perderam a batalha com os quenianos, sem qualquer medalha. Os 400 metros barreiras tiveram uma boa final, com vitória mais ou menos surpresa do britânico David Green (48,26) e com o segundo lugar do peruano Javier Culson (48,44), que deixaram o sul-africano L..J. van Zyl apenas com a medalha de bronze (48,80). Mesmo essa medalha foi perigada pelo experiente Feliz Sanchez, num dia onde os dois norte-americanos, Bershawn Jackson (49,24) e Angelo Taylor (49,31), se esqueceram de brilhar...
Dividida em dois grupos, a qualificação do lançamento do dardo não deixou de fora nenhuma das verdadeiras candidatas, onde a melhor foi Christina Obergfoll (68.76), mas onde não faltaram nomes como Barbora Spotakova (63.40) ou Maria Abakumova (62.49) com qualificação directa, que era obtida acima dos 61 metros. A qualificação do salto em altura também não deixou de fora da final qualquer uma das verdadeiras candidatas. As únicas a fazerem o seu percurso “limpo” até 1.95 metro, marca de qualificação directa, foram as duas principais candidatas : a croata Blanka Vlasic e a russa Anna Chicherova. Os 200 metros tiveram cinco séries nas eliminatórias, com as principais candidatas a passarem sem sobressaltos. A mais rápida desta fase foi a jamaicana Veronica Campbell-Brown (22,46) que se destacou das demais e onde até esteve Carmelita Jeter (22,68). .A maioria das candidatas correu nas pistas de fora, o que não as impediu de dominarem a série (!). Nas meias-finais apenas uma europeia conseguiu o feito de passar à final (Hrystyna Stuy), numa luta que sem dúvida irá opor Jamaica (Veronica Campbell-Brown, Kerron Stewart e Sheron Simpson) e os EUA (Shalonda Solomon, Carmelita Jeter e Allyson Feliz), além da atleta das Bahamas, Debbie Ferguson-McKenzie). Foram pacíficas as eliminatórias dos 800 metros, onde esteve presente a sul-africana Caster Semenya, com um look bem mais feminino, tentando esquecer todo o imbróglio de Berlim, relativamente ao seu género sexual. Passaram à fase seguinte as favoritas e quatro atletas já correram abaixo dos dois minutos : a queniana Janeth Busienei (1.59,36), a russa Ekaterina Kostetskaya (1.59,61), a norte-americana Alysia Montano (1.59,62) e a britânica Marilyn Okoro (1.59,74). Será que Caster Semenya irá revalidar o seu título? A final do triplo salto feminino teve desde logo uma grande desilusão, a lesão precoce da cubana Yargeris Savigne, que só fez um ensaio válido a 14.43 metros e saiu da pista de Daegu a chorar, quando era a grande favorita à vitória. Face a esta ausência forçada a meio do concurso, quem aproveitou foi a outra favorita, a ucraniana Olha Saladuha (14.94) que atingiu logo no primeiro ensaio, ainda que tenha tido um enorme calafrio quando no quinto ensaio a medalha de Prata, Olga Rypakova (14.89) e a medalha de Bronze, Caterine Ibarguen (14.84) se aproximaram perigosamente. Felizmente, para a ucraniana, foi possível sair da sombra de Savigne e juntar ao título europeu do ano passado, o título mundial.. Nos 1500 metros femininos nenhuma atleta africana alcançou medalhas, um facto que começa a ser raro e que foi uma boa vingança entre uma norte-americana e duas europeias. A vitoriosa foi mesmo da norte-americana Jennifer Simpson (4.05,40), seguida da britânica Hannah England (4.05,68) e da espanhola Natalia Rodriguez (4.05,87), numa final onde a anterior campeã, Maryam Jamal (Bahrain) foi um desilusão ao terminar no último lugar com 4.22,67 minutos (!). Quem também perdeu o título foi a jamaicana Melaine Walker, que na final dos 400 metros barreiras correu em 52,73 segundos, muito distante da norte-americana Lashinda Demus (52,47) que conquistou o lugar mais alto do pódio. A luta pelo bronze ficou lá bem longe, com a russa Natalya Antyukh (53,85) a superiorizar-se às restantes, numa final onde competiram cinco atletas europeias.
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