Marcos Chuva continua a ter época gloriosa.
Portugal volta a uma final de salto em comprimento masculino dez anos despois do Bronze de Carlos Calado.
A qualificação do salto em comprimento era um dos momentos aguardados da sessão matinal, já que muitos atletas possuíam marcas próximas umas das outras e a possibilidade de existirem surpresas ao nível da exclusão de candidatos era elevada. A marca de qualificação directa era de 8.15 metros, marca que se veio a revelar difícil para os atletas presentes.
O português Marcos Chuva já tinha surpreendido nesta época com os 8.34 metros alcançados no último meeting antes deste Mundial, uma marca que é a segunda melhor marca portuguesa de sempre, só superada pela do mítico Carlos Calado. A dúvida sobre a prestação de Marcos Chuva neste Mundial era o facto da sua estreia e a sua pouca consistência acima dos 8 metros o poder limitar nas marcas alcançadas na qualificação, numa sessão matinal, com somente três ensaios. Mas estas dúvidas dissiparam-se ao segundo ensaio de Marcos Chuva, depois de um nulo na primeira tentativa, com o português a atingir 8.10 metros, a cinco centímetros da marca de qualificação directa. Esta seria uma marca muito importante já que dez atletas fizeram marcas entre os 8.13 e 8.02 metros, uma diferença pequena que promete uma final do salto em comprimento emocionante. Há dez anos, quando Carlos Calado atingiu a final, fê-lo com modestos 7.88 metros e com o mesmo 6º lugar que Chuva conseguiu hoje na qualificação. Na altura Carlos Calado acabaria com o bronze ao peito numa final onde atingiu os 8.21 metros, uma marca que Marcos Chuva mostrou hoje que pode muito bem alcançar, numa final onde tudo pode acontecer...
Esta qualificação revelou-se fatal para alguns atletas habituados a finais. O grego Loúis Tsatoumas (8.01), o britânico Greg Rutherford (8.00), o sul-africano Godfrey Mokoena (8.00), o panamiano Irving Saladino (7.84) e o francês Salim Sdiri (7.58) são alguns dos atletas que irão falhar a final, aumentando as possibilidades do português Marcos Chuva chegar a uma classificação onde o céu será o limite, ainda que na qualificação o norte-americano Dwight Thomas (8.32) e o australiano Mitchell Watt (8.15) tenham mostrado que são sérios candidatos à medalha, ou não fosse Thomas o actual campeão do Mundo.
A final do salto em comprimento está marcada para amanhã, sexta-feira, a começar às 11:20 (hora portuguesa), vinte minutos após o começo da final da prova do lançamento do peso.
RESULTADOS (Comprimento – Qualificação)
1. Dwight Philips (EUA) – 8.32
2. Mitchell Watt (Austrália) – 8.15
3. Christian Reif (Alemanha) – 8.13
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6. Marcos Chuva (Portugal) – 8.10
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