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Português satisfeito, depois dos 20 Km Marcha.
Condições atmosféricas afectaram prestações, com uma elevada humidade relativa, numa prova com ritmos espevitados ainda assim...
Era madrugada em Portugal e a marcha preparava-se para sair à estrada de manhã em Daegu. À partida muitas eram as dúvidas, apesar dos russos serem sempre apostas credíveis nestes momentos.
Cedo o italiano Giorgio Rubino veio para a frente da prova com o objectivo muito claro de fazer a diferença na corrida e a verdade é que fez a diferença na primeira metade da prova, na altura com o japonês Yusuke Suzuki a acompanhá-lo nesta verdadeira aventura, com um pelotão recheado de candidatos, embora Rubino fosse uma pedra muito perigosa também. Esta audácia acabou por resultar mal com Rubino, que acabaria desclassificado após acumular faltas decorrentes do seu risco de “andar” mais rápidos que os restantes. Nessa altura o português João Vieira estava no segundo pelotão, a tentar chegar-se mais à frente e quem sabe ao pelotão da frente. Quando Suzuki ficou sozinho, o russo Valeriy Borchin não tardava em apanhá-lo numa fuga que levou também que o chinês Zhen Wang passasse aos 15 quilómetros apenas com o russo à sua frente. Borchin assumiu o risco da fuga para novo alcance de título mundial, depois de Berlim 2009, conseguindo-o com uma chegada à linha de meta em 1:19.56 hora. Nos últimos cinco quilómetros a prova sofreu várias alterações, com o também russo Vladimir Kanaukin (1:20.27) a chegar no segundo lugar e com o colombiano Luís Lopez (1:20.38) a surpreender tudo e todos com o alcance do lugar de Bronze, relegando para segundo plano o esforço de Wang na tentativa da medalha. Chegaria em quinto lugar o actual campeão europeu, o também russo Stanislav Emelyanov (1:21.11), que demonstrou com os seus colegas de equipa o poderio russo na marcha internacional, muito semelhante ao domínio queniano nas provas de fundo.
No meio de todo este alvoroço, completamente contrário do que tinha sido a prova da Maratona ontem, João Vieira foi subindo na classificação, com uma marca cautelosa, tanto mais que estas condições são completamente adversas ao português. Acabaria por terminar no 16º lugar, com a marca de 1:23.26 hora, o que segundo o mesmo foi um resultado dentro do que objectivava. “Eu posso dizer que saio daqui super contente. As pessoas podem não gostar do 16.º lugar, mas quem traça os objectivos sou eu e, por isso, tenho que estar satisfeito”, disse à Agência Lusa no final.
Desta forma o português não melhorou o 10º lugar que tinha conquistado em Berlim há dois anos, não dando o melhor estatuto à medalha de bronze que alcançou há um ano no Europeu de Ar Livre. No entanto a preparação deste evento também não correu da melhor forma e João Vieira voltou a sucumbir à humidade do Oriente, depois do 24º lugar em Osaka 2007 e do 32º lugar em Pequim 2008 (Jogos Olímpicos). O que vale é que os próximos Mundiais são na Rússia e os próximos Jogos Olímpicos na Grã-Bretanha...
RESULTADOS (20 Km Marcha - Final):
1. Valeriy Borchin (Rússia) - 1:19.56
2. Vladimir Kanaukin (Rússia) - 1:20.27
3. Luís Lopez (Colômbia) - 1:20.38
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16.João Vieira (Portugal) - 1:23.26
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