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Seis medalhas alcançadas, das seis possíveis.
O primeiro dia deste Mundial de Ar Livre foi dominado pelo poder do Quénia em disciplinas de fundo, onde a Etiópia começou muito mal...
Duas finais a abrir neste primeiro dia, a da Maratona e a dos 10000 metros , distâncias habitualmente dominadas pelas atletas africanas, mas que hoje foram especificamente dominadas pelo Quénia, sem que a Etiópia fosse uma oposição credível. Com seis medalhas alcançadas, o Quénia já alcançou neste primeiro dia mais de metade das medalhas alcançadas em Berlim, há dois anos, altura em que foram a terceira selecção na tabela de medalhas. As duas primeiras campeãs do Mundo já se conhecem e são Edna Kiplagat na Maratona e Vivian Cheruiyot nos 10000 metros, ou seja, não são surpresas.
O Decatlo teve hoje as primeiras cinco provas, das dez que os participantes terão de fazer neste Mundial : 100 metros, Comprimento, Peso, Altura e 400 metros. O líder é para já Aston Eaton (4446 pontos), atletas norte-americano que se está a prevalecer relativamente ao compatriota Trey Hardee (4393 pontos). Alguns atletas destacaram-se individualment em alguns eventos, como Eaton nos 100 e 400 metros (10,46 e 46,99 segundos), Thomas van der Plaesten no salto em comprimento e salto em altura (7.79 metros e 2.17 metros), Ryan Harlan no lançamento do peso (16.49 metros).
Steven Hooker (Austrália), actual detentor do título do salto com vara, vacilou e com três nulos a 5.50 metros acabou fora da final e acabou a principal surpresa deste concurso, cujos 16 qualificados para a final não atingiram a marca de qualificação directa (5.70 metros). A final a 16 acaba por ser um número demasiado alto para uma prova de salto com vara. Nos 800 metros o papel de frustrado acabou por pertencer ao sudanês Ismail Ismail, que não foi além do 39º lugar (!), com o grande candidato David Rudisha a ultrapassar as eliminatórias tranquilo, numa das séries mais lentas. O que lançou mais longe no lançamento do martelo foi o japonês Koji Murofushi, que se qualificou para a final com 78.56 metros. Os 100 metros masculinos foram marcados novamente com a descontracção de Usain Bolt (Jamaica), que vem promovendo alguma cautela sobre a análise dos resultados que venha a alcançar em Daegu. A verdade é que nas eliminatórias, quase todas corridas com algum vento contra, terminou em 10,10 segundos, a melhor marca da qualificação, a desacelerar nos últimos 40 metros. Nesta prova não houve qualquer surpresa negativa quanto ao afastamento de algum dos melhores atletas presentes.
No lançamento do disco feminino não houve grandes novidades ao nível da qualificação, onde das 12 qualificadas, cinco qualificaram-se directamente para a final : Nadine Muller (65.54), Yanfeng Li (64.44), Yarelys Barrios (63.80), Zaneta Glanc (63.44) e Jian Tan (62.26). Sem surpresas negativas também os 3000 metros obstáculos, com a turca Binnaz Uslu a ser a mais rápida, na primeira série, com 9.24,06 minutos. Na volta a pista, os 400 metros, a grande azarada do dia acabou por ser a britânica Christine Ohuruogu, que na terceira eliminatória realizou uma rara falsa partida nos 400 metros, ainda por cima quando seria uma fácil apurada. A atleta acabou por ficar perplexa e saiu da pista sem perceber o sucedido, com o olhar calmo do juiz português Jorge Salcedo que a encaminhou para fora da pista. Deixou assim o papel mais fácil para as suas adversárias, tendo Amantle Montsho (Botswana) sido hoje a mais rápida (50,95 segundos). Maurren Higa Maggi (Brasil), já com 35 anos, foi a que saltou mais longe na prova de salto em comprimento, batendo a concorrência com 6.86 metros, com a final desta prova a realizar-se amanhã e com as principais figuras presentes.
A TECNOLOGIA TEM FALHADO NA TERRA DA TECNOLOGIA
Para já a Coreia do Sul está a dar uma má imagem ao nível da tecnologia, mesmo que a culpa não seja directamente do país, mas a empresa que trabalha com a IAAF há alguns anos. Os “resultados em directo” poderiam chamar-se mais “resultados em diferido”, onde o cúmulo atingiu-se na final dos 10000 metros femininos, com os resultados a demorarem mais de 30 minutos a estarem completos na internet. Esta falha ainda se nota na prova da Maratona, sem a passagem aos 30 quilómetros e sem os resultados da Taça do Mundo. Também um dos grupos do lançamento do martelo não possui resultados no site oficial, falhas a mais e raras em provas da IAAF.
Estes problemas tecnológicos já tinham começado na reunião da IAAF, também em Daegu, onde falhou a votação eletrónica, tendo-se efectuado uma votação pelo método tradicional.
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