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Ainda não foi desta que Nelson se “soltou”.
O sector de saltos português não comprometeu participação, mas esteve longe da superação, não fazendo a diferença como noutras ocasiões…
Também para os saltos as condições atmosféricas, marcadas pela chuva, mas fundamentalmente pelo frio, fizeram os seus estragos nos saltadores portugueses e todos são unânimes que esse foi um dos factores limitadores da sua acção hoje. Naide Gomes acabou por ser a melhor prestação, a única a ter direito aos quatro saltos, com Nelson Évora ainda a tentar encontrar-se e com Edi Maia a ser obrigado a competir em pista coberta, depois da recusa da maioria dos atletas em competir perante a forte chuva que se abateu no início da sessão de provas.
NELSON NA TRAVESSIA DO DESERTO…EDI NA FUGA DA CHUVA, COMPETIU EM PISTA COBERTA
Ainda não foi desta que Nelson Évora conseguiu livrar-se do “demónio” dos resultados obtidos após a sua lesão. O atleta, que se afirma que esta prestação “não espelha a forma” em que está, não foi além dos 16.33 metros, após os 16.28 metros do primeiro ensaio e um segundo ensaio nulo.
Classificou-se no final em 6º lugar, uma classificação que poderia ser muito melhor atendendo a que o melhor foi o italiano Fabrizio Schembri, com 16.95 metros. Ao segundo ensaio o nulo do português teria eventualmente permitido que chegasse a um dos quatro primeiros lugares e aí ter direito a mais um ensaio. Quanto à sua fase difícil o português diz que “há que ter paciência e aguentar a travessia do deserto”. O atleta terá agora objectivos de clube, dentro de uma semana e em Julho fará a participação em três meetings. Deixou ainda uma achega sobre as previsões feitas inicialmente, que previam desde logo uma descida de Portugal.
Depois de inicialmente a prova não se ter disputado no recinto principal, por questões atmosféricas adversas, o salto com vara foi transferido para uma pista coberta, onde os atletas tiveram de voltar a executar todos os procedimentos de aquecimento e preparação do evento. Edi Maia foi um dos atletas que até queria competir no Estádio Olímpico de Estocolmo, mas acabou por competir em pista coberta, obtendo 5.20 metros, muito longe dos 5.60 metros que tem como melhor, numa prova onde o francês Renaud Lavillenie foi apenas 5º classificado, após fazer 5.50 metros e só voltar a tentar, sem sucesso, os 5.72 metros, que foram passados pelo vencedor Maksym Mazuryk (Ucrânia) e por Malte Mohr (Alemanha). Uma situação insólita e que até teria sido evitável se não tivesse havido tanta precipitação na decisão…
NAIDE DAS MELHORES, MESMO COM AS DORES E O FRIO DE ESTOCOLMO
Naide Gomes era óbvia candidata a um bom resultado final na prova do salto em comprimento e lutou intensamente para que tal acontecesse. Nos três primeiros ensaios apenas obteve um válido, no primeiro com 6.58 metros. Os dois nulos seguintes não invalidaram que tivesse direito ao quarto ensaio, mas aí falhou a entrada na tábua e acabou por não melhorar, num salto descontrolado. Aliás o último ensaio não correu bem a qualquer uma das quatro primeiras classificadas, numa vitória apertada da russa Darya Klishina, com 6.74 metros, seguida de perto por Carolina Kluft (6.73 metros). “Já não sentia os pés, estava gelada”, disse a portuguesa que saltou sempre com algumas dores. Sem considerar como má a sua participação, o quarto lugar poderia até ser diferente: “noutras condições acho que podia fazer melhor”.
No salto em altura, a representante portuguesa, Marisa Anselmo, tinha a difícil tarefa de tentar sair do último lugar a que estava quase predestinada. Depois de há uma semana ter conseguido ultrapassar 1.77 metro, hoje não foi além do 1.70 metro, depois de falhar 1.75 metros por três vezes. “Estava confiante para 1.75 metro”, disse Marisa Anselmo que se queixou do frio que se fez sentir ao longo da sua prova, ganha pela sueca Emma Green com 1.89 metro, tal como Viktoriya Styopina (Ucrânia), Ruth Beitia (Espanha) e Irina Gordeyeva (Rússia).
RESULTADOS:
Masculinos:
Vara – Edi Maia (9º) – 5.20
Triplo – Nelson Évora (6º) – 16.33
Femininos :
Altura – Marisa Anselmo (12º) – 1.70
Comprimento – Naide Gomes (4º) – 6.58
Enviados Especiais : Edgar Barreira (texto) e Filipe Oliveira (fotos)
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