Condições de vento prejudicaram provas rápidas.
Foi um dia difícil para os velocistas, que encontraram muito vento na recta da meta e que se limitaram a competir para a classificação, esquecendo as marcas…
Estocolmo hoje não acordou com felicidade para os velocistas e os velocistas tentaram brilhar com o vento contra, com alguns a darem boas indicações. A melhor destas indicações acabou até por ser a de Sónia Tavares que com muito vento contra conseguiu superar as piores perspectivas e mostrou o porquê da sua aposta nos 200 metros. Arnaldo Abrantes também o fez, mas teria saído mais feliz se tivesse corrido abaixo dos 21 segundos…
VENTO CONTRARIOU CORRIDAS DE DABO E ARNALDO
Os 200 metros de Arnaldo Abrantes, como o próprio previra no dia de ontem, acabaram prejudicados pelas condições atmosféricas. Apesar de estar na série principal e depois de um bom arranque, a última centena de metros de Arnaldo Abrantes foi menos bem conseguida e o tempo final de 21,34 segundos reflecte bem os 2.8 m/s contra que se fez sentir na recta da meta. “Nestas condições ia apenas dar o meu melhor, porque sabia que a marca não ia ser boa” disse Arnaldo Abrantes, conformado pela marca, que só lhe permitiu chegar ao 10º lugar, a um centésimo do espanhol Ángel David Rodríguez. Venceu, com recorde dos campeonatos, o francês Christophe Lemaitre, como esperado, sem que se sentisse ter feito um esforço por aí além, com o registo de 20,28 segundos.
Rasul Dabó foi o participante nos 110 metros barreiras e no que era espectável ser uma boa marca, acabou invalidada pelas condições atmosféricas adversas. O português até saiu bem, com boa transposição das primeiras barreiras. Com vento contra, o pior veio depois, com o português a terminar com o tempo de 14,14 segundos, marca que considera que podia ter sido melhor. Agora o foco está nos Europeus do seu escalão : “Quero chegar em forma aos Europeus de Sub-23”. Venceu esta prova o favorito Andy Turner (Grã-Bretanha) que não deixou o crédito em mãos alheias e concluiu em 13,42 segundos, numa segunda série corrida com vento contra de 2.4 m/s.
Na estafeta de 4x400 metros a equipa portuguesa, formada por Yazaldes Nascimento, João Ferreira, Carlos Pinheiro e Jorge Paula cumpriram sem brilharem, terminando em 3.10,24 minutos, numa prova onde as equipas da Bielorrússia e Grã-Bretanha foram desclassificadas. A melhor equipa presente acabou por ser naturalmente a da Rússia, com a melhor marca europeia do ano (3.02,42 minutos).
SÓNIA TAVARES REEDITOU CENÁRIO DE ONTEM, SUPERANDO-SE…
Numa aposta pessoal, Sónia Tavares esteve a um nível muito elevado nos 200 metros, contrariando qualquer previsão e repetindo uma história semelhante à de ontem, concluindo em 2º lugar na série mais lenta e na geral concluindo no 7º lugar. Mesmo com vento contra de 2.1 m/s a portuguesa conseguiu correr abaixo dos 24 segundos, com 23,94 segundos. Ficou muito próxima da britânica Abi Oyepitan, que foi apenas três centésimos mais rápida, numa prova ganha pela ucraniana Mariya Ryemyen (23,10 segundos) . “Foi uma excelente corrida”, disse a estudante em medicina dentária, que por causa dos exames tem prejudicado o seu descanso após os treinos. Após os seus exames é que pretende descansar e encarar um conjunto de quatro meetings no mês de Julho. A aposta para o Mundial é a prova de 200 metros, onde apresenta ambição : “Acredito que faço os mínimos para os Mundiais”.
No último lugar dos 100 metros barreiras, foi o que Patrícia Mamona alcançou nesta prova que há muito deixou de ser a sua especialidade. A portuguesa não teve um arranque famoso e também não conseguiu melhor ao longo da prova. Com nítidas dificuldades na aceleração, numa prova com algum vento contra, a portuguesa ficou-se por 14,30 segundos, muito longe do melhor desta época. Venceu a russa Tatyana Dektyareva, com 13,16 segundos, assumindo mais 12 pontos para a Rússia, que já seguia isolada na classificação.
Esperava-se mais da selecção nacional de 4x400 metros, uma equipa jovem reforçada pela presença de Patrícia Lopes no segundo percurso, precedida de Carla Tavares e seguida por Cátia Nunes e Vera Barbosa. Tudo apontava para um melhor resultado, mas não terá beneficiado a presença na série principal, com equipas muito mais fortes que a portuguesa, que completou em 3.40,57 minutos, apenas no último lugar. Também com liderança europeia ficou a Rússia, registando 3.27,17 minutos, em disputa aproximada com a Grã-Bretanha (3.27,21 minutos).
RESULTADOS:
Masculinos:
110 m Barr. – Rasul Dabó (11º) – 14,14
200 m – Arnaldo Abrantes (10º)- 21,34
4x400 m - Yazaldes Nascimento, João Ferreira, Carlos Pinheiro e Jorge Paula (10º) - 3.10,24
Femininos:
200 m – Sónia Tavares (7º) – 23,94
100 m Barr. – Patrícia Mamona (12º) – 14,30
4x400 m - Carla Tavares, Patrícia Lopes, Cátia Nunes e Vera Barbosa (12º) - 3.40,57
Enviados Especiais : Edgar Barreira (texto) e Filipe Oliveira (fotos)
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