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Época de transferências não foi só entre clubes.
A baixa dos orçamentos, levou a que alguns atletas tivessem prescindido de ter um clube e passassem a individuais.
Arnaldo Abrantes foi o atleta que provocou uma das maiores surpresas neste período de transferências, já que deixou o Sporting, clube que representava desde 2006, depois de ter representado o Benfica. Agora, aquele que é o melhor corredor de 200 metros da actualidade, que faz parte da Selecção Nacional nos grandes eventos, correrá como Individual, depois de não ter chegado a acordo com o Sporting quer ao nível salarial, de estatuto no clube e uma eventual saída para outro clube.
Também Susana Feitor foi surpresa em Santarém, depois de ter saído do CN Rio Maior, clube que representou durante mais de 20 anos. “É o desfecho mais lógico neste momento e já que há algum tempo para cá amadureci o assunto, pesei mais o futuro que o passado, que foi importante e relevante na vida CNRM... talvez por isso a minha exigência em relação à sua gestão e dinâmica, também seja grande.”, disse a marchadora no seu blog. À última hora, o Benfica tentou “resgatar” a atleta para os seus quadros, reforçando o sector de marcha. O interesse benfiquista só terá chegado a 29 de Setembro, a um dia de fechar o período de transferências, mas além de ter sido uma opção de última hora o CN Rio Maior terá sido pouco flexível a negociar Susana Feitor.
O, também, marchador António Pereira, viu o orçamento da JOMA ser reduzido e acabou por sair e registar-se na AA Porto, como individual. Esta época será dura para António Pereira, que além de se ver sem clube, terá uma forte redução no subsídio de Alta Competição, que lhe dificultará a preparação para o Mundial de Ar Livre, que será o seu principal objectivo.
Já o lançador António Vital e Silva, saído do Sporting eventualmente para um clube espanhol, mas em Portugal apresentando-se como Individual e também Mónica Rosa, que terminou uma longa relação com o Maratona Clube de Portugal, passando também para individual, são outros atletas internacionais que preferiram prescindir do apoio de um clube português, para organizarem a época sem fins colectivos.
DE NORTE A SUL, TRANSFERÊNCIAS TIVERAM A NORMAL AGITAÇÃO
Como costume, a época de transferências teve as grandes transferências de carácter nacional, mas também importantes movimentações ao nível regional. Torna-se claro que alguns dos mais pequenos clubes participantes em Nacionais de Clubes continuam a tentar manter esse estatuto e o desinvestimento dos grandes até deverá equilibrar as 2ª e 3ª divisões.
Um do grandes beneficiados do fim da secção de atletismo do FC Porto é o Maia AC, que acolheu a maioria dos jovens e pode até tentar uma participação no Nacional de Clubes de pista. Certa é a aposta nos Nacionais de Corta-Mato, já que nas fileiras possui atletas de qualidade como Pedro Ribeiro, Sérgio Silva, Bruno Silva, Daniel Pinheiro, Vítor Oliveira e Bruno Jesus. Contudo o acordo é de cavalheiros e os atletas poderão ter de regressar ao FC Porto, se este decidir voltar ao atletismo, funcionando o Maia AC como um clube satélite da equipa portista.
Mas nem todos os atletas portistas integraram o Maia AC e além dos já muitos nomes revelados, juntam-se os de Carlos Pires (Grecas), Leslei Delgado, Teresa Ribeiro e Tânia Duarte (GCA Donas), estes ex-atletas da equipa portista.
Para o SC Braga, entraram 11 atletas novos, dos quais se destacam as entradas de Eunice Tavares (ex-Sportzone) e de Catarina Ribeiro (ex-FC Vizela), ambas atletas que podem superar-se este ano e que acabam por ajudar a colmatar a saída de Dulce Félix. Também da Sportzone saiu Doroteia Peixoto, que integrará os quadros da NA Joane. Além de Leslei Delgado, Teresa Ribeiro e Tânia Duarte, integrarão o GCA Donas o ex-sportinguista Miguel Quaresma e Celma Bonfim (ex-JOMA), num clube onde entraram 23 atletas novos. Para o CUA Benaventense, entram dois atletas bem conhecidos, António Travassos (ex-Sporting) e Marco Costa (ex-Juventude Vidigalense).
Também a Juventude Vidigalense, um dos principais clubes de formação e que vem fazendo frente aos grandes no Nacional de Clubes, teve um corte orçamental (de cerca de 25%), tendo visto sair um dos seus jovens promissores nos lançamentos, Francisco Belo. Também Cátia Ferreira, uma das atletas de referência do clube, deverá desinvestir na modalidade este ano. Contudo o clube conseguiu algumas entradas importantes como Diogo Santos, Pedro Machado e Adriano Lopes (ex-Porto), todos atletas de firmados créditos, tal como Diogo Marouco (ex-Bairro Valongo) e Tiago Silva (ex-Benfica). No sector feminino Marta Martins, Sara Martins e Lilian Silva foram as ex-portistas que chegaram ao clube juntamente com Sara Oliveira (ex-Marinha Grande), Tânia Alves (ex-JOMA) e Cláudia Santos (ex-SC Braga).
LISTAS COMPLETAS DE TRANSFERÊNCIAS
AA Aveiro
AA Beja
AA Braga
AA Castelo Branco
AD Ilha do Faial
AA Évora
AA Lisboa
AA Portalegre
AA Porto
AA Santarém
AA Viana do Castelo
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Quanto à situação da Mónica Rosa, é tudo uma questão de interpretação, mas leia-se a frase: "e também Mónica Rosa, que terminou uma longa relação com o Maratona Clube de Portugal, passando também para individual, são outros atletas internacionais que preferiram prescindir do apoio de um clube português, para organizarem a época sem fins colectivos." O título sugere alguns casos, não todos. Mais do que a Mónica Rosa, poderíamos falar do caso de Susana Feitor, cujos contornos não se prendem aparentemente por qualquer questão económica, sendo que ela também aí aparece citada.
São por isso questões de interpretação e de forma de ler uma notícia, que apresenta diferentes lados desta época de transferências, na continuidade de outras que também foram colocadas no Atleta-Digital.
Cumprimentos!
No sector feminino destaca-se a entrada de lilian silva que poderá ajudar muito a equipa nas provas de 800 e 1500 metros. Assim coma marta martins na prova de 3000m.