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Europa campeã da Taça Intercontinenal de 2010.
A Europa dominou, afinal, esta Taça Intercontinental, mesmo dando-se ao luxo de não pontuar nos 4x100 e 200 metros, masculinos.
Terminou hoje, em Split (Croácia), a Taça Intercontinental, que opôs Europa, Américas, Ásia-Pacífico e África, uma prova com grandes disputas e resultados interessantes. Naide Gomes (Comprimento) e Jéssica Augusto (5000 metros) foram as portuguesas que actuaram hoje pela Europa, um dia depois de Sara Moreira o ter feito nos 3000 metros.
Tal como Sara Moreira, Jéssica Augusto saiu de Split com o 7º lugar, numa prova onde as suas hipóteses de um resultado melhor não se afiguravam as melhores. Numa prova muito lenta, Jéssica Augusto tentou espevitar o ritmo, passando em primeiro aos 2000 metros de prova, mas acabou apenas sétima classificada com o tempo de 16.18,20 minutos, numa prova ganha pela queniana Vivian Cheruiyot (16.05,74 minutos).
Naide Gomes foi a melhor das portuguesas em Split e ofereceu à Europa 4 pontos para a luta entre continentes. Nitidamente cansada, a atleta não foi além dos 6.52 metros, num concurso muito irregular da portuguesa, que foi novamente batida pela campeã europeia, Ineta Radevica (6.55 metros), que nesta competição correu com as mesmas cores que Naide Gomes, a Europa. A vitória sorriu inesperadamente a Yuliya Tarasova (Uzbequistão), que deu os 8 pontos à Ásia-Pacífico, com um salto de 6.70 metros.
SEIS RECORDES DE COMPETIÇÃO E UM RECORDE DE CONTINENTE
O balanço deste segundo dia foi bastante interessante, se analisados alguns dos recordes de competição. Aquele que por ventura trouxe mais emoção acabou mesmo por ser o alcançado por Blanka Vlasic (Europa), que a competir no seu país superou a sua melhor marca nesta época e atingiu 2.05 metros, igualando a melhor marca mundial do ano da norte-americana Chaunté Lowe. Ainda tentou o recorde do Mundo, a 2.10 metros, mas apenas a segunda tentativa foi realmente convincente, apesar de ter falhado esta altura.
Depois de uma época irregular, Steven Hooker (Ásia-Pacífico) apareceu nesta competição para alcançar a melhor marca mundial do ano, ao transpor a fasquia de 5.95 metros, disputada em conjunto com Renaud Lavillenie (Europa), que até esta altura ainda não tinha derrubado qualquer fasquia no concurso. Esta marca de 5.95 metros constitui-se também novo recorde de competição.
Também os 3000 metros obstáculos, tanto masculinos como femininos, deram recordes de competição. Yuliya Zarudneva (Europa) com 9.25,46 minutos obteve vitória, apertada no final pela queniana Milcah Cheywa (9.25,84 minutos). Um final apertado foi o que também se verificou na prova masculina, com os três primeiros classificados separados por menos de 30 centésimos. Vitorioso saiu Richard Mateelon (África) com o tempo de 8.09,67 minutos, logo seguido do etíope Roba Gari (8.09,87 minutos), com novo recorde da Etiópia e do francês Mahiedine Benabbad (8.09,96 minutos).
No lançamento do dardo, o norueguês Andreas Thorkildsen (Europa) foi supremo e triunfou com esclarecedores 89.26 metros, sem concorrência à altura, já que foi uma vitória por mais de 6 metros de vantagem (!). Esta marca foi também recorde dos campeonatos, e a cerca de um metro da melhor marca mundial do ano.
David Rudisha (África), depois de já nesta época ter batido por duas vezes o recorde mundial dos 800 metros, correu hoje mais lento, mas igualmente com vitória fácil, terminando com o novo recorde dos campeonatos, com 1.43,37 minuto.
Destaque ainda para o lançamento do Disco, onde o alemão Robert Harting (Europa) foi o vencedor com 66.85 metros, mas onde o resultado de relevo acabou por ser o novo recorde da Oceânia, estabelecido pelo australiano Benn Harradine, que foi segundo classificado do concurso com 66.45 metros.
EUROPA VENCEDORA SOBRE AMÉRICA...ÁFRICA NO TERCEIRO LUGAR
Esta Taça Intercontinental tinha dois tipos de disputa distintos. Por um lado a disputa entre as Americas e a Europa, continentes com elevados índices técnicos e de resistência, até pelo seu desenvolvimento desportivo. Por outro lado a disputa entre Ásia-Pacífico e África que punha à prova um sector técnico mais desenvolvido para a primeira, mas com os fundistas a imporem-se na selecção africana.
A Europa acabou por levar a melhor e até se deu ao luxo de no primeiro dia ver os 4x100 metros desclassificados e de no segundo dia ver o norueguês Jaysuma Saidy Ndure a não terminar os 200 metros, em prova onde os dois primeiros lugares foram para dois americanos. A Europa (429 pontos) terminou com 9.5 pontos de vantagem sobre as Americas (419.5 pontos), enquanto África (292 pontos) se vez valer dos seus fundistas, e acabou no terceiro lugar com 5.5 pontos de vantagem sobre a equipa de Ásia-Pacífico (286.5 pontos), o que tornou a luta nesta competição muito interessante.
RESULTADOS – DIA 2
Martelo (F) – Tatyana Lysenko (Europa) – 73.88
Vara (M) – Steven Hooker (Ásia-Pacífico) – 5.95
Triplo (M) – Marian Oprea (Europa) – 17.29
3000 m Obstáculos (F) – Yuliya Zarudneva (Europa) – 9.25,46
3000 m Obstáculos (M) – Richard Mateelong (África) – 8.09,67
100 m Barr. (F) – Sally Pearson (Ásia-Pacífico) – 12,65
Disco (M) – Robert Harting (Europa) – 66.85
110 m Barr. – David Oliver (Americas) – 13,11
1500 m (M) – Hind Chahyd (Europa) – 4.19,78
Altura (F) – Blanka Vlasic (Europa) – 2.05
3000 m (M) – Bernard Lagat (Americas) – 7.54,75
Comprimento (F) – Yuliya Tarasova (Ásia-Pacífico) – 6.70
200 m (F) – Aleksandra Fedoriva (Europa) – 22,86
200 m (M) – Wallace Spearmon (Americas) – 19,95
Peso (F) – Valerie Adams (Ásia-Pacífico) – 20.86
5000 (F) – Vivian Cheruiyot (África) – 16.05,74
Dardo (M) – Andreas Thorkildsen (Europa) – 89.26
800 m (M) – David Rudisha (África) – 1.43,37
4x400 m (F) – Americas – 3.26,37
4x400 m (M) – Americas – 2.59,00
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