4º lugar em Zurique não permitem que ganhe Liga Diamante.
No Meeting de Zurique foram obtidos dois máximos mundiais do ano e algumas vitórias interessantes.
A portuguesa Naide Gomes tinha em Zurique a última oportunidade de tentar assaltar a liderança na Liga Diamante na prova do salto em comprimento e tinha de ganhar para arrumar com as contas já hoje. Contudo, Naide Gomes fez um concurso mais irregular que costume e sem um grande salto que a transportasse para a vitória, que foi alcançada pela a ainda mais irregular Brittney Reese (EUA) que realizou apenas um único salto válido (6.89 metros). A portuguesa começou o concurso com um nulo, realizando a sua melhor marca ao segundo ensaio com 6.67 metros, que no final das contas feitas não lhe permitiu ir além do 4º lugar, atrás da norte-americana Brittney Reese (6.89), da russa Luydmila Kolchanova (6.73) e da suíça Iréne Pusterla (6.70).
Assim a vitoriosa do salto em comprimento feminino nesta Liga Diamente será mesmo a norte-americana Brittney Reese, uma atleta com capacidades físicas de enorme valia, mas com uma capacidade técnica muito deficiente, que faz com que tenha concursos irregulares e por vezes recheados de sorte. Naide Gomes acusou algum cansaço nos dois últimos meetings desta Liga Diamante, embora tenha voltado a bater a campeã europeia, Ineta Radevica.
DOIS MÁXIMOS DO ANO, TRÊS RECORDES DE MEETING E UM GRANDE RECORDE NACIONAL
Foi mais um meeting da Liga Diamante sem recordes mundiais, embora tenha tido alguns resultados de interessante e que fazem uma espécie de rampa de lançamento para a próxima época, quando se disputará um Mundial de Ar Livre.
Com máximos mundiais do ano os Estados Unidos da América voltam a firmar o seu crédito na modalidade. Jeremy Wariner, que já é campeão da Liga Diamante nos 400 metros, correu em máximo mundial do ano no registo de 44,13 segundos e mostrou que poderá estar de regresso para o domínio da especialidade, depois de LaShawn Merrit ter sido afastado algum tempo da modalidade por controlo positivo de teste de antidoping. Também a equipa de estafeta curta norte-americana mostrou um bom momento, correndo em 37,45 segundos e batendo o anterior máximo mundial do ano da Jamaica, que em Zurique melhorou a sua marca, mas ficou-se pelo segundo lugar (37,76).
Além do recorde de meeting alcançado pela estafeta norte-americana, outros dois recordes de meeting foram alcançados. Nos 200 metros masculinos assistiu-se a uma prova de bom nível, com dois atletas a baixarem dos 20 segundos. Wallace Spearmon (EUA) foi o melhor com 19,79 segundos e obteve o recorde de meeting, mas teve de acelerar para não ficar atrás do jamaicano Yohan Blake (19,86 segundos), que se mostrou em bom nível. Também Christina Obergfoll (Alemanha) bateu recorde de meeting, ao lançar o dardo a 67.31 metros, ficando à frente da vencedora da Liga Diamante deste ano, Barbora Spotakova.
Outras provas alcançaram em Zurique um nível elevado e numa delas foi o quinto classificado a brilhar. Mo Farah (Grã-Bretanha) participou nos 5000 metros, onde a vitória pertenceu a Tariku Bekele (Etiópia), com 12.55,03 minutos, que ainda assim não conseguiu roubar a liderança na Liga Diamante a Imane Merga. Mas Mo Farah brilhou porque alcançou um novo recorde britânico da especialidade, correndo em 12.57,94 minutos, recorde que estava na posse de David Moorcroft, com o máximo de 13.00,41 minutos, desde 1982.
Tal como nos 200 metros masculinos, os 100 metros femininos tiveram uma luta renhida entre as duas nacionalidades que dominam a velocidade mundial, os Estados Unidos da América e a Jamaica. As duas primeiras classificadas, Veronica Campbell-Brown (Jamaica) e Carmelita Jeter (EUA) terminaram com um tempo canhão de 10,89 segundos, com a vitória a ir para a jamaicana, embora a norte-americana esteja encaminhada para a vitória final na Liga Diamante.
Também Priscilla Lopes-Schliep (Canadá) tentou o máximo mundial do ano, mas ficou a um mero centésimo dessa situação. Nos 100 metros barreiras terminou com o tempo de 12,53 segundos, não dando hipótese à concorrência, entre elas a de Lolo Jones (EUA) que não foi além do terceiro lugar.
Nas barreiras masculinas, prova que se disputa em 110 metros, foi David Oliver (EUA) a ficar novamente próximo do recorde mundial que está na mão do cubano Dayron Robles (12,86 segundos). Oliver assume-se assim como o grande barreirista da actualidade, não só pela vitória mais do que assegurada na Liga Diamante, mas porque possui as cinco melhores marcas mundiais do ano, o único a ter corrido a distância abaixo dos 13 segundos em 2010.
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