Christophe Lemaitre conquistou três Ouros em Barcelona.
O último dia destes Europeus ficou marcado por finais emocionantes.
Uma história de vida, é o que se pode dizer do coroar de Viktor Rothlin (Suiça) na prova de Maratona, numa prova novamente afectada pelo calor, onde o resultado final esteve longe de ser o melhor. O suíço, que se isolou depois dos 30 quilómetros, na fase mais crítica da competição, acabou com o Ouro, com o tempo de 2:15.31 horas. Muito depois corto a meta o espanhol Chema Martinez (2:17.50 horas) que erguei a bandeira de Espanha bem no alto em solo catalão e depois o russo Dmitry Safronov (2:18.16 horas) que arrecadou o Bronze. Ao nível da Taça da Europa de Maratona, a vitória foi da Espanha, seguida da Rússia e da Itália.
Mas a sessão da tarde traria as grandes finais em pista, algumas das principais e as últimas e neste particular o salto em altura foi quem deu o mote. O concurso teve emoção até final e três atletas disputaram fasquias acima dos 2 metros: Blanka Vlasic (Croácia), Emma Green (Suécia) e Ariane Friedrich (Alemanha). Com o Ouro saiu Blanka Vlasic, que se redimiu de derrotas anteriores em principais eventos e alcançou até novo recorde dos campeonatos, de 2.03 metros, que é também o melhor da época. Atrás de si duas atletas tinham antes sido afastadas do concurso a 2.01 metros, mas com Green a levar a melhor no desempate, com novo recorde pessoal, relegando a alemã para o Bronze.
Os 4x100 metros masculinos teriam começo depois e aqui o interessante era verificar se a França conseguiria o Ouro, com Christophe Lemaitre a obter a sua terceira medalha dourada. E assim foi, superior a todas as restantes, aproveitando a ausência da Grã-Bretanha, a selecção gaulesa triunfou com 38,11 segundos, numa prova disputada até final com a Itália (38,17 segundos). Longe desta disputa, lutando pelo Bronze, ficou a Alemanha que terminou com o registo de 38,44 segundos.
Do lado feminino os 4x100 metros femininos tiveram a melhor marca mundial da época por parte da selecção da Ucrânia, que correu em 42,29 segundos, com a França a não conseguir repetir o sucesso da equipa masculina, mas a arrecadar a Prata com 42,45 segundos. Por fim, foi a Polónia a fechar o pódio, com o tempo de 42,68 segundos.
Novo recorde dos campeonatos caiu também no lançamento do disco, onde dois dos principais favoritos, Gerd Kanter (Estonia) e Virgilijus Alekna (Lituânia) ficaram fora das medalhas. O autor do recorde dos campeonatos foi o polaco Piotr Malachowski que melhorou esse recorde em 4 centímetros, para alcançar 68.87 metros. Não ficou muito longe o alemão Robert Harting, o campeão do mundo, que foi aqui vice-campeão europeu com 68.47 metros. O húngaro Róbert Fazekas teve o seu melhor lançamento da época e arremessou o disco a 66.43 metros.
Uma grande marca ocorreu também no salto em comprimento masculino, onde o alemão Christian Reif saltou 8.47 metros, a melhor marca mundial do ano, novo recorde pessoal, mas mais que isso, novo recorde dos campeonatos. Acima dos 8 metros saltaram mais cinco atletas e quatro acima dos 8.20 metros. No pódio, além de Reif, ficaram Kafétien Gomis (França), com 8.24 metros e ainda Chris Tomlinson (Grã-Bretanha) que concluiu a um mero centímetro de Gomis.
Em trabalho de equipa e para um grande resultado, correram dois franceses, na prova de 3000 metros obstáculos. Mahiedine Benabbad e Bouabdellah Tahri encontravam-se num grande momento de forma, mas quem acabou por levar a melhor foi mesmo Benabbad, que ao correr em 8.07,87 minutos, tirou quase cinco segundos ao recorde dos campeonatos, que pertencia desde 1990 a Francesco Panetta. O recordista da Europa, Bouabdellah Tahri, teve de se contentar com a medalha de Prata nesta luta a dois. Para trás ficou a disputa pela medalha de Bronze, já longe da frente da corrida, com o espanhol José Luis Blanco (8.19,15) a levar a melhor sobre o recordista moldavo Ion Luchianov (8.19,64).
Os 5000 metros femininos traziam consigo uma grande dose de incógnita sobre o resultado final, mas este começou a ser traçado bem cedo, com um grupo de seis atletas a isolar-se desde início da prova. Nesse grupo estavam as quatro atletas (duas turcas e duas portuguesas) que viriam a disputar as medalhas nos metros finais. Alemitu Bekele (Turquia) acabou por levar a melhor com o tempo de 14.52,20 minutos, respondendo a um ataque da portuguesa Sara Moreira a 300 metros do final. Esta marca não foi a única abaixo do recorde dos campeonatos, com todo o pódio a ser abaixo do anterior recorde, que estava na mão da espanhola Marta Dominguez (14.56,18) desde 2006. No final Sara Moreira (14.54,71) acabou por perder a Prata para Elvan Abeylegesse (14.54,44), a turca que havia-se sagrado campeã europeia de 10000 metros. Jéssica Augusto (14.58,47), uma das responsáveis pelo forte ritmo da prova, acabou no quarto lugar.
Um dos maiores orgulhos espanhóis estava reservado para perto do final do dia, nos 1500 metros, onde Núria Fernandez (Espanha) se sagrou campeã da europa da distância e logo com um novo recorde pessoal de 4.00,20 minutos. Mas este orgulho ampliou-se depois de Natalia Rodriguez (Espanha) ter arrecadado uma das outras medalhas, o Bronze, apenas a 13 centésimos da Prata, que foi alcançada pela francesa Hind Dehiba (4.01,17 minutos).
Sempre dominadora nos 4x400 metros, a selecção russa obteve a melhor marca mundial do ano com 3.21,26 minutos, muito superior às duas outras equipas medalhadas. E a luta pelas restantes medalhas até foi grande, com a Alemanha (3.24,07) a levar a melhor sobre a Grã-Bretanha (3.24,32).
A Rússia obteve também vitória do lado masculino dos 4x400 metros, mas com uma vitória com vantagem mais magra que no sector feminino. O triunfo fez-se em 3.02,14 minutos, contra os 3.02,25 minutos da selecção da Grã-Bretanha, que arrecadou a Prata. O Bronze foi disputado até final pelas selecções belga e alemã, com a Bélgica a conseguir arrecadar o lugar mais baixo do pódio, com o tempo de 3.02,60 minutos.
No final deste dia, que foi o último destes europeus, a selecção da Rússia foi a que mais medalhas alcançou, 24 no total e também o primeiro lugar na tabela de medalhas (10 ouros, 6 pratas e 8 bronzes). Com este último dia demolidor, a França alcançou o segundo lugar na tabela de medalhas (8 ouros, 6 pratas e 4 bronzes), seguida por Grã-Bretanha (6 outros, 7 pratas e 4 bronzes). Portugal, nesta tabela, alcançou a vigésima posição (1 prata e 3 bronzes). Na tabela de classificações, que contempla os resultados até ao oitavo lugar, a ordem é a mesma da tabela de medalhas, com Rússia (262 pontos), França (183 pontos) e Grã-Bretanha (167 pontos) a dominarem. Portugal, com 45 pontos, foi 10º classificado nesta tabela.
Enviados Especiais: Edgar Barreira (texto), Filipe Oliveira (foto) e Pedro Moreira
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