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Portugal ficou fora das medalhas da Taça da Europa da Maratona.
A prova da Maratona voltou a ser dura, neste Europeu, com os portugueses a ressentirem-se. Luís Feiteira (10º) foi o melhor.
Foi uma prova com muito calor e humidade, que voltaram a provar que a realização desta prova às 10:00 da manhã, é uma hora tardia, argumento que é também defendido pelos atletas portugueses. “Cada vez mais as televisões mandam nas corridas”, dizia no final Luís Feiteira.
Este foi mesmo o melhor português em competição, depois de mais de 35 quilómetros atrás de Alberto Chaíça e de Fernando Silva, entretanto desistente. O atleta que se foi resguardando, quando sentiu o aumentar de ritmo da prova, esperou pela última volta, naquilo que considerou “um ritmo de senhora”, ironizou. Mas o 10º lugar de Luís Feiteira (2:21.28 horas) acaba por ser um excelente resultado para o português que garantiu a preparação olímpica. E agradeceu, “eu tenho é um grande treinador que foi um grande atleta”, considerando-o um dos responsáveis pela sua boa gestão da corrida. Na sua progressão na corrida, Feiteira encontrou Fernando Silva, debilitado: “pedi ao Fernando para tentar manter”. A preocupação de Feiteira era o colectivo, mas não se descuidou com a PREPOL e quando considerou ser tempo, largou Fernando Silva, para mais tarde alcançar Alberto Chaíça, com quem falou alguns momentos, mas nem considerou parar muito tempo, “porque o Chaíça é dos atletas à antiga, sabia que não ia desistir”.
Alberto Chaíça chegou à meta no 20º lugar, nitidamente em perda, a coxear, devido a um problema num pé, especificamente no dedo grande do pé, que foi levado ao hospital no final, já que se desconfia de uma fractura. Isto aconteceu porque aos 10 quilómetros sofreu um toque num pé, que tropeçou no outro, aleijando o dedo, com a dor a intensificar-se ao longo da prova. A confirmar-se essa fractura no dedo, Chaíça terá andado a correr 32 quilómetros dessa forma, apesar de sempre correr no top-20 e até ter passado por momentos no top-10. Se ao 35º quilómetro ia em 11º, aos 40 quilómetros Chaíça caiu para 18º lugar e no final acabou mesmo no 20º lugar, com o tempo de 2:24.14 horas. “Trabalhei muito para esta prova e estou triste”, disse o português que além de estágios, realizou até um período de treino em Barcelona para adaptação ao clima. Acabou por ser uma desilusão para si, mais pela classificação colectiva de Portugal, na Taça da Europa, que por não ter alcançado o top-10: “vi que era difícil chegar nos 10 primeiros”.
O último português que concluiu a competição, o garante da presença na classificação colectiva, foi mesmo José Moreira que acabou no 42º lugar com um pouco habitual 2:43.56 horas, um tempo que fica a meia-hora do que o português costuma fazer. “Passa sempre por objectivo terminar as competições”, disse José Moreira no final, atleta que há um ano, no Mundial, até tinha sido o melhor português. Aos 22 quilómetros o maratonista português chegou mesmo a parar um pouco, e embora não tenha arrependido de tentar terminar, “é lógico que estou triste, mas melhores dias virão”. A presença do atleta em Barcelona é também uma boa resposta à morte do seu treinador, num momento de preparação da época e isso já terá sido uma vitória para o nortenho.
Desistentes foram Fernando Silva e Hermano Ferreira. Hermano Ferreira foi o primeiro a desistir, antes dos 20 quilómetros, depois de aos 18 quilómetros ter sentido tonturas. “Vim para aqui bem preparado fisicamente e psicologicamente, nunca tinha sentido tonturas a correr, é a primeira vez que me acontece”. Fernando Silva desistiu mais tarde, pouco depois de passar a penúltima volta, com queixas de cãibras nas pernas. “Contava com estas condições de temperatura e humidade, mas foi impressionante, com ritmos lentos parecia que íamos ao máximo”, disse o português.
O vencedor foi o suíço Viktor Rothlin, que depois de ter superado uma trombose e uma dupla embolia, no ano passado, veio a Barcelona alcançar uma vitória importante para a sua carreira em lentas 2:15.31 horas. Atrás de si, muito aplaudido, chegou o espanhol Chema Martinez (2:17.50 horas), seguido do russo Dmitriy Safronov (2:18.16 horas), que compuseram assim o pódio.
COLECTIVAMENTE PORTUGAL EM SÉTIMO
Para as contas da Taça da Europa de Maratona, as contas até iam bem, até ao momento da desistência de Fernando Silva. Até aí Portugal seguia no terceiro lugar, mas a partir do momento de Fernando Silva, Portugal passou a contar apenas com três elementos, o mínimo para conseguir pontuar, sendo o terceiro José Moreira, que se encontrava na cauda da corrida. Portugal caiu nesse momento para o fundo da tabela colectiva e assim permaneceu até final. Vitoriosa saiu a selecção espanhola, que a correr em casa foi muito aplaudida, completando o pódio a selecção russa (Prata) e a selecção italiana (Bronze).
RESULTADOS (individual):
1. Viktor Rothlin (Suiça) – 2:15.31
2. ‘Chema’ Martinez (Espanha) – 2:17.50
3. Dmitriy Safronov (Rússia) – 2:18.16
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10. Luís Feiteira (PORTUGAL) – 2:21.28
20. Alberto Chaíça (PORTUGAL) – 2:24.14
41. José Moreira (PORTUGAL) – 2:43.56
Fernando Silva (PORTUGAL) – desistente
Hermano Ferreira (PORTUGAL) – desistente
RESULTADOS (colectivos):
1. Espanha (6:58.00)
2. Rússia (7:01.29)
3. Itália (7:01.40)
4. Holanda (7:07.33)
5. Grã-Bretanha (7:07.53)
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7. Portugal (7:29.38)
Enviados Especiais : Edgar Barreira (texto), Filipe Oliveira (fotos) e Pedro Moreira
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