|
Maratona feminina com calor.
Foi uma prova lenta mas dura, a da Maratona feminina, que fez algumas baixas e logo duas na equipa portuguesa.
A prova começou lenta e lenta terminou, com a campeã europeia, a lituana Zivile Balciunaite a vencer com 2:31.14 horas (!). Desde início, Marisa Barros foi a puxar o pelotão da frente, porque “nem me ia a sentir bem com aquele ritmo”, disse a portuguesa. Puxou na frente até aos 25 quilómetros, altura em que Balciunaite atacou fulminantemente para uma vitória que até se podia pensar possível, mas não tão fácil como acabou por ser.
Antes dos 20 quilómetros aconteceu a primeira desistência portuguesa, nada mais que Fernanda Ribeiro, atleta que até prometia uma boa prova, mas cedo deixou-se ficar para trás, ressentindo-se das dores nos tendões, problema que se agravou quando numa das viragens do circuito, uma das atletas deu um toque. Fernanda ainda tentou andar para tentar recuperar, mas acabou mesmo por desistir. “Neste momento estou triste”, disse a portuguesa que mais do que ter desistido encontra-se infeliz por não ter ajudado a equipa na Taça da Europa da Maratona. A atleta que quase não conseguia andar, com as fortes dores, ainda não decidiu o seu futuro, mas para já “custa-me dizer que maratona nunca mais”, embora tenha saído hoje desiludida.
Quem também não resistiu foi Mónica Rosa, que pouco depois de Fernanda Ribeiro, numa altura em que ainda corrida no top-30 (27º lugar), terminou a sua competição e, assim, Portugal ficou sem possibilidade de lutar pela classificação colectiva da Taça da Europa de Maratona, numa altura que até teria o bronze assegurado, depois de uma prestação de péssima qualidade das britânicas. Chegou à zona de meta de ambulância, a soro e débil, uma vítima do desgaste da competição.
Ana Dias foi a segunda portuguesa com melhor classificação, com o 18º lugar, apesar de ter andado toda uma prova perto das 12 primeiras. Nos últimos 7 quilómetros, Ana Dias quebrou o ritmo e acabou por cair algumas posições e, assim, descer para o 18º lugar. Chegou ao final esgotada, apesar de ainda conseguir andar, como a maioria das suas adversárias. O trabalho das equipas médicas foi atribulado na manhã de hoje, tão grande era o número de atletas a chegarem ao posto médico.
A melhor portuguesa, Marisa Barros, também chegou exausta e fez recurso do posto médico. A maratonista não chegou a Barcelona nas melhores condições, depois de ter estado a antibiótico durante o mês de Julho, que lhe limitou os treinos, tendo tido uma recaída já nesta semana. Terminou no 8º lugar, depois de uma boa recuperação nos dois últimos quilómetros e ficou com o tempo de 2:35.43 horas. “O meu prémio de consolação foi chegar ao fim”, disse a portuguesa depois de repousar. A atleta teve de lidar com algumas dores de estômago, porque apesar de forte psicologicamente, o estômago é o que mais sofre quando é obrigada a tomar medicação. “Durante a corrida doía-me tudo, os ouvidos, a garganta…” e a atleta, que sofreu por causa da amigdalite, não tem dúvidas : “Se não tivesse tido estes problemas de saúde, teria lutado pela medalha”.
A possibilidade de medalhas na Maratona feminina ficou assim adiada e não foi por falta de apoio, porque Rosa Mota muito correu para apoio às atletas portuguesas e que há de melhor que uma ex-campeã olímpica apoiar freneticamente as atletas…
RESULTADOS:
1. Zivile Balciunaite (Lituânia) – 2:31.14
2. Nailya Yulamanova (Rússia) – 2:32.15
3. Anna Incerti (Itália) – 2:32.48
…
8. Marisa Barros (PORTUGAL) – 2:35.43
18. Ana Dias (PORTUGAL) – 2:41.02
Mónica Rosa (PORTUGAL) – desistente
Fernanda Ribeiro (PORTUGAL) - desistente



Enviados Especiais : Edgar Barreira (texto), Filipe Oliveira (foto) e Pedro Moreira
|