Espanha apareceu e ascendeu nas classificações .
Foi um dia com mais finais que os dias anteriores e além das russas, o destaque foi Christophe Lemaitre, com a conquista do segundo Ouro.
O dia de competições começou cedo, com os 50 Km marcha, prova onde o francês Yohann Diniz, atleta filho de pai português, saiu aos 500 metros para se isolar e buscar uma vitória de alto nível, renovando o título europeu. Acabou com o registo de 3:40.37 horas, a melhor marca europeia do ano, mesmo depois de ter caído, tropeçando num lancil. Mais atrás, com recordes pessoais, chegaram o polaco Grzegorz Sudol (3:42.24) e o russo Sergey Bakulin (3:43.26). Alex Schwazer (Itália) falhou o objectivo da dupla medalha, depois de ter sido medalhado nos 20 Km, depois de dores fortes na coxa, num momento em que estava nessa luta.
Com a ausência de Isinbaeva das competições, foi a sua homóloga russa Svetlana Feofanova a garantir o título europeu, com a melhor marca europeia do ano, após transpor 4.75 metros. Bem disputada foi a fasquia de 4.65 metros, altura atingida pelas alemãs Silke Spiegelburg e Lisa Ryzih, esta última com recorde pessoal, alcançando ambas medalhas na competição, prata e bronze respectivamente. Mais duas atletas alcançaram 4.65 metros (Anastasiya Shvedova e Jirina Ptácníková).
Christophe Lemaitre (França) é até agora uma das grandes figuras destes campeonatos, depois de hoje ter conquistado a sua segunda medalha de Ouro, agora nos 200 metros, depois de há dois dias ter sido campeão nos 100 metros. O tempo de 20,37 segundos ficou longe do recorde dos campeonatos e a vitória foi alcançada depois de um sprint final impressionante. Ficaram atrás de si o britânico Christian Malcolm (20,38 segundos) e o francês Martial Mbandjock (20,42 segundos).
Nos 400 metros femininos as russas voltaram a arrecadar todo o pódio, o que já havia acontecido nos 20 Km Marcha. Numa disputa até final, a vitoriosa acabou por ser Tatyana Firova, com a melhor marca europeia do ano, de 48,89 segundos. Muitos superiores às restantes, a medalha de prata foi para Kseniya Ustalova (49,92 segundos) e de bronze para Antonina Krivoshapka (50,10 segundos). A Rússia, com este resultado, reforçou ainda mais a sua posição nas tabelas de medalha e classificação.
A Grã-Bretanha conquistou o Ouro nos 110 metros barreiras, por Andy Turner (13,28 segundos), a sua melhor marca da época e à frente do francês Garfield Darien (13,34 segundos) e do húngaro Dániel Kiss (13,39 segundos).
No lançamento do martelo feminino, Betty Heidler (Alemanha), fez o melhor da temporada para uma vitória sobre a anterior campeã da Europa, Tatyana Lysenko. Heidler dominou o concurso a partir do segundo ensaio e amplificou a sua vantagem sobre as restantes ao quinto ensaio, quando lançou 76.38 metro. A russa Tatyana Lysenko (75.65 metros) e a actual campeã do mundo, a polaca Anita Wlodarckzyk (73.56 metros), arrecadaram as medalhas seguintes.
Queda de recorde dos campeonatos nos 3000 metros obstáculos femininos para Yuliya Zarudneva, numa final disputadíssima com a espanhola Marta Dominguez. Zarudneva com 9.17,57 minutos ultrapassou o recorde, simples, de Alesia Turava (Bielorrúsia), que era de Gotemburgo 2006, marca também ultrapassada por Dominguez que acabou com o tempo de 9.17,74 minutos, a primeira medalha de Espanha nestes Europeus. A luta pelo bronze foi também interessada, mas neste particular Lyubov Kharlamova (Rússia) levou a melhor sobre a britânica Hatti Dean.
O outro recorde de campeonatos foi batido pela russa Natalya Antyukh, um dos recordes mais antigos dos campeonatos, que estava na mão de Marina Stepanova. Os 52,92 segundos hoje alcançados aproximaram-se, assim, do recorde mundial, numa grande prova da russa. Vania Stambolova (Bulgária) esteve também em muito bom nível, com a medalha de prata alcançada com recorde nacional de 53,82 segundos e medalha de bronze da britânica Perri Shakes-Drayton com o novo recorde pessoal de 54,18 segundos.
A penúltima final realizada foi a dos 800 metros femininos, muito apoiada pela presença da espanhola Mayte Martinez, que não foi além do 7º lugar. Vitória de mais uma russa, Mariya Savinova, à vontade com 1.58,22 minuto, com o quinto ouro russo neste dia de Europeu de Ar Livre. Com recorde pessoal, a holandesa Yvonne Hak arrecadou uma excelente medalha de prata (1.58,85 minuto) à frente da britânica Jennifer Meadows (1.59,39 minuto).
A prova mais apoiada do dia acabou por ser a última, os 1500 metros masculinos, onde os espanhóis tinham reais aspirações a medalhas. E assim foi, logo com o Ouro de Arturo Casado, com algum avontade, registando 3.42,74 minutos no cronómetro. A melhor disputa-se ia acontecer atrás de si, com vários atletas a lutarem pela medalhas, seis deles chegados em menos de meio segundo. Carsten Schlangen, com a medalha de Prata, estragou a possibilidade de um pleno espanhol no pódio, com o tempo de 3.43,52 minutos. Ainda assim, com o bronze, Manuel Olmedo deu mais uma medalha a Espanha, em 3.43,54 minutos, logo seguido de Reyes Estévez (Espanha), que quase chegava às medalhas, não fosse a sua quebra nos metros finais.
Nas tabela de medalhas e de classificações, hoje ocorreram algumas modificações, motivadas pelas muitas finais realizadas, mas com o domínio a continuar a ser da Rússia, embora o grande destaque do dia seja a subida da Espanha em ambas tabelas. Na tabela de medalhas a Rússia reforçou o estatuto de primeiro lugar, com 19 medalhas (8 de Ouro, 5 de Prata e 6 de Bronze), seguida da França (4 de Ouro, 2 de Prata e 4 de Bronze) e da selecção da Grã-Bretanha (3 de Ouro, 4 de Prata e 4 de Bronze). Portugal desceu para a 15ª posição, com o mesmo número de medalhas de ontem. Na tabela de classificações, até aos oito primeiros classificados, Rússia está destacadíssima com 181 pontos, seguida de Grã-Bretanha (101 pontos) e França (91 pontos). Portugal está agora em 9º nono lugar desta tabela, com os mesmos 29 pontos.
Enviados Especiais : Edgar Barreira (texto), Filipe Oliveira (foto) e Pedro Moreira
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