Vitória de Farah a mais emocionante do dia.
Apenas três finais neste primeiro dia colocam dois países de leste (Rússia e Bielorrúsia) no topo da tabela de lugares. Portugal fez óptimo primeiro dia.
Este foi o primeiro dia de campeonatos, maioritariamente composto por qualificações, que desinteressou a presença de público no Estádio Olímpico de Barcelona. Sendo normal a menor presença de público nos momentos de qualificação, deverá ter ficado aquém do que a Organização esperaria, ainda para mais estando bom tempo, embora com calor a mais.
Um dos problemas organizativos que mais preocupou os responsáveis, foi mesmo um problema técnico que se relacionou com o alagar dos cabos de transmissão da cronometragem eletrónica, a cargo da Omega. Ponderou-se até a utilização de tempos manuais, por dificuldade no arranque da cronometragem, mas tal não chegou a ser necessário e todas as provas foram cronometradas eletronicamente.
A primeira final do dia, sempre directa, foi a dos 20 Km marcha, onde a dúvida era sempre como iriam resistir os melhores. E foi mesmo um dos mais jovens a conseguir a consagração, embora partindo com um dos melhores tempos de inscrição (1:19.43 hora), ale de um estatuto como júnior invejável, onde até é ainda recordista mundial dos 10 Km Marcha (38.28 minutos). Hoje confirmou o seu estatuto e triunfou com o tempo de 1:20.10 hora, batendo o italiano Alex Schwazer (Itália) que só ultrapassou o português João Vieira (medalha de Bronze) na última volta. Schwazer, que preparou também a presença nos 50 Km Marcha, considerou não se ter sentido bem e acabou com o tempo de 1:20.38 hora, não muito à frente de João Vieira que repetiu a medalha de Bronze dos Europeus de 2006, terminando com o tempo de 1:20.49 hora.
A prova de 10000 metros masculinos foi a mais emocionante do dia. Com um início de prova lento, o ritmo foi aumentando e de repente a corrida estava dividida em duas, com cerca de 14 atletas no grupo da frente. Esse grupo foi-se desfazendo, com a desistência de Rui Pedro Silva e outros atletas que descolaram como José Rocha e a 2000 metros do final tudo se transformou. O grupo foi reduzindo de sete até dois, quando Mo Farah (Grã-Bretanha) e Ayad Lamdassem (Espanha) ficaram sozinhos na frente, a disputar a vitória. O espanhol ainda tentou o ataque, altura em que Farah pedia ao seu colega de equipa (Chris Thompson) para tentar chegar perto dele. Talvez Farah já adivinhasse a sua ponta final e os seus últimos 400 metros foram demolidores, numa altura em que Thompson recuperava fôlego, acabando por ultrapassar o espanhol e batendo milimetricamente Daniele Meucci (Itália) com o mesmo registo 28.27,33 minutos. A vitória de Farah foi esclarecedora com o seus 28.24,99 minutos e um excelente apoio para o seu colega Thompson, que festejou efusivamente a Prata.
A outra das finais deste primeiro dia cumpriu-se no lançamento do peso feminino, onde as bielorrussas mostraram o porquê de serem as favoritas. Ao longo de todo o concurso foram Nadzeya Ostapchuk, Natallia Mikhnevich e Yanina Karolchyk a dominar os três primeiros lugares, até que a russa Anna Avdeyeva (19.39 metros) estragou a festa e colocou Karolchyk fora do Bronze. A prata de Mikhnevich com um lançamento de 19.53 metros não foi, porém, afectada e muito menos o Ouro de Ostapchuk, que no último lançamento, já campeã europeia, ainda teve folgo para lançar 20.48 metros e assim fechar com chave de Ouro o seu concurso.
Ao final do primeiro dia, quatro países lideram a tabela de medalhas, embora o domínio esteja no leste da Europa. Bielorrússia, Grã-Bretanha e Rússia possuem ambas duas medalhas, com uma delas a ser de Ouro e repartem a liderança. Itália segue no quarto lugar (duas medalhas, mas nenhuma de Ouro) e Portugal no quinto lugar (uma medalha de Bronze). Na tabela de luhares, considerando os oito primeiros lugares, lidera a Rússia (21 pontos), seguida da Bielorrúsa (20 pontos) e da Itália (19 pontos). Nesta tabela Portugal encontra-se no sexto lugar (7 pontos), naquela que foi uma excelente primeira jornada para as cores nacionais.
Enviados Especiais : Edgar Barreira (texto), Filipe Oliveira (foto) e Pedro Moreira
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