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Quénia e Etiópia voltarão a medir forças.
A edição deste ano do Mundial de Corta-Mato promete provas mais abertas e sem vitórias antecipadas, o que pode trazer emoção à competição.
Na cidade polaca de Bydgoszcz tudo aponta para um percurso enlameado, o que poderá beneficiar os atletas especialistas em corta-mato, em detrimento dos bons atletas de pista.
SEM BEKELE E TADESE, QUE COMPETIÇÃO MASCULINA?
Do lado masculino a competição não terá este ano dois dos protagonistas dos últimos anos. Kenenisa Bekele (Etiópia) encontra-se lesionado e Zerzenay Tadese (Eritreia), aponta baterias para a Maratona de Londres, depois de um impressionante recorde mundial à meia-maratona, alcançado no passado Domingo em Lisboa. Assim abre-se caminho a uma maior probabilidade de vitória individual queniana, depois de em 1999 Paul Tergat se ter sagrado o último queniano a consegui-lo. O melhor queniano nos apuramentos no Quénia foi o jovem Paul Tanui (19 anos) e assume-se como um claro candidato à vitória no próximo Domingo.
Mas também estarão presentes outros valores quenianos, alguns mais experientes que Tanui e ainda a armada etíope, liderada pelo actual campeão mundial de corta-mato, o simpático Gebre Gebremariam, mas com outros valores como o actual campeão mundial junior, Ayele Abshero, que cumpre a primeira época como senior. A ausência de Tadese, pela Eritreia, poderá trazer o seu companheiro de treino, Samuel Tsegay, para um resultado interessante neste evento.
Entre europeus, apesar de algum deles poder chegar-se perto da frente da corrida, a disputa deverá ocorrer entre os africanos naturalizados Mohamed Farah (Grã-Bretanha) e Alemayehu Bezabeh (Espanha), embora outros atletas como o recente medalhado no Mundial de Pista Coberta, Sergio Sanchez (Espanha) e qualquer um dos atletas das equipas de Portugal, França, Espanha e Grã-Bretanha, possam entrar na disputa para melhor europeu, onde o importante vá ser a disputa colectiva, onde Espanha parece tirar clara vantagem.
ETIÓPIA, QUÉNIA E PORTUGAL EM FEMININOS?
Em femininos a prova tem, à partida, dois polos de competição individual fortes. A etíope Tirunesh Dibaba (campeã mundial em 2008) e a queniana Linet Masai (segunda classificada no ano passado) colhem as maiores probabilidades de sucesso, mas contarão, por certo, por uma forte oposição das suas colegas de equipa. Aliás, as principais medalhas colectivas terão uma forte possibilidade de serem arrecadadas por Etiópia e Quénia, tal como vem acontecendo, restando a dúvida sobre o terceiro lugar, onde Portugal é uma das selecções candidatas, mas não única.
Se a equipa da Austrália poderá apresentar-se mais fraca que o ano passado, a equipa britânica tem Hayley Yelling (campeã europeia de corta-mato) e a jovem Stephanie Twell, que tem brilhado nas camadas jovens e já se apresenta como forte atleta sénior, mesmo ainda sendo Sub-23. Também a Espanha poderá “incomodar”, até porque apresenta uma equipa forte, com valores como Nuria Fernandez ou Rosa Morató. Portugal tem, ainda assim, fortes hipóteses de alcançar o terceiro lugar, onde Jéssica Augusto e Sara Moreira aparecem como principais favoritas a uma boa classificação.
AS CURIOSIDADES DA COMPETIÇÃO...
A prova irá disputar-se na Polónia, na cidade de Bydgoszcz, que não sendo uma das principais cidades polacas, é aquela que mais dinamismo tem tido no contexto do atletismo mundial. A Irlanda, organizadora do recente Europeu de Corta-Mato, terá na Polónia apenas dois atletas, demonstrando o mau momento dos seus atletas de fundo. Já a Polónia apresentará um dos atletas mais velhos em competição, Jaroslaw Cichocki (38 anos), cuja última participação em Mundiais de Corta-Mato ocorreu em 1990, altura em que possivelmente nenhum dos juniores ganhadores este ano era ainda nascido. Se Portugal tem uma das curiosidade da competição, ao apresentar uma vice-campeã olímpica de Triatlo (Vanessa Fernandes), existe ainda a curiosidade de em competição se apresentar um atleta que treina em Portugal, mas que não é português, o suíço Stephane Joly.
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