Meia-Maratona de Lisboa com mais de 35 mil participantes.
Novamente com duas partidas distintas, a Meia-Maratona de Lisboa irá encher as ruas da cidade de Lisboa.
São mais de 35 mil os participantes previstos a correr a Meia-Maratona de Lisboa, evento cotado como “Gold Label” a mais alta distinção atribuída pela IAAF a provas de estrada que só pertence a seis meias-maratonas mundiais, entre elas as duas que são disputadas em Lisboa (Meia-Maratona de Lisboa e Meia-Maratona de Portugal).
Hoje foram apresentados os principais nomes presentes na prova de elite, que terá partida em Algés. Do lado masculino a evidência é tentar bater o recorde do mundo masculino na distância de Meia-Maratona e para isso o eritreu Zersenay Tadese (58.59 minutos) aposta tudo para a vigésima edição da competição. Além de Tadese, quatro atletas já correram a distância abaixo da uma hora : os quenianos Sammy Kitwara (58.59 minutos) Sammy Kosgei (59.35 minutos), Gedion Ngatuny (59.50 minutos) e o marroquino Jaouad Gharib (59.59 minutos). Além destes correrão ainda os quenianos John Kariuki (60.10 minutos), Silas Sang (60.20 minutos), Emmanuel Mutai (60.39 minutos), Ernest Kebenei (61.39 minutos), Duncan Kibet (um dos melhores à maratona, com 2:04.27 horas), Nicholas Korir e os etíopes Gashaw Asfaw (62.35 minutos), Kisorio Kipkoech e Ibrahim Gashu (jovem de categoria mundial). Os portugueses presentes deverão ser Luís Feiteira, Helder Ornelas (embora não deva estar presente por compromissos de selecção nacional), Ricardo Ribas, Alberto Chaíça e José Ramos.
No lado feminino a competição acaba por não ser tão rica quanto a masculina, embora se encontrem presentes atletas que podem lutar de igual para igual. A romena, campeã olímpica nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, é um dos destaques, com a atleta a ter como melhor à meia-maratona o tempo de 68.07 minutos. A concorrer contra si terá as quenianas Catherine Ndereba (67.53 minutos), Magdaline Chemjor (69.39 minutos), Irene Lorirareng e as etíopes Askale Tafa (69.37 minutos), Eyerusalem Kuma (69.12 minutos) e Mare Hurssa. Do lado português estarão Fernanda Ribeiro, Mónica Rosa, Mónica Silva, Cláudia Pereira e Filomena Costa.
RECORDE NA MEIA-MARATONA SERÁ DIFÍCIL DE BATER...MAS PODEM CAIR OUTROS
Toda a Organização tem a noção do objectivo de Zersenay Tadese, mas todos têm noção da dificuldade deste objectivo, já tentado nos dois anos anteriores pelo queniano Samuel Wanjiru e pelo etíope Hayle Gebreslassie. Tadese terá consigo três “lebres” de confiança, com a primeira lebre a ter objectivo de levar a corrida em bom ritmo até ao terceiro quilómetro e a segunda lebre que deverá passar aos dez quilómetros em 27.40 minutos, um tempo bem mais ambicioso que o da passagem aos 10 quilómetros no ano passado (que foi feita em 28.18 minutos).
O alvo a abater será o recorde mundial do queniano Samuel Wanjiru (58.33 minutos), recorde que já tem três anos. Quem o conseguir terá um prémio de 50 mil euros que poderá ajudar a “aguçar” o apetite aos melhores, sendo que a Organização terá prémios monetários para cada trinta segundos corridos abaixo da hora. Contudo, apesar de não serem atribuídos prémios nestas distâncias, serão colocadas cronometragens intermédias aos 15 e 20 quilómetros para a queda de recorde mundial nas mesmas. As provas de elite (masculinas e femininas) terão partida em Algés, à imagem do ano passado, para permitir a homologação das marcas.
Um dos factores preponderantes será o estado do tempo. As previsões meteorológicas dão 30% de probabilidade da ocorrência de chuva e para a prova principal existe a previsão do natural vento na margem do Tejo, onde decorrerá toda a prova, o que poderá inviabilizar a obtenção do recorde mundial.
CONTRANGIMENTOS EM LISBOA
Por causa da disputa do evento, a cidade de Lisboa terá alguns constrangimentos. Assim, a Avenida da Índia será encerrada ao trânsito às 23:00 de Sábado, para a montagem das restantes estruturas necessárias para o evento de Domingo. A Marginal será encerrada a partir das 8:00 de Domingo e a Ponte 25 de Abril terá de encerrar rigorosamente às 9:15 horas, informou o Comissário Gancho da PSP.
Por sua vez, os participantes no evento farão a sua deslocação para a partida, como costume, de comboio, através da Fertagus, a partir das 08:00 horas. O responsável técnico pela competição há 20 anos, Mário Machado, aconselhou hoje que os atletas apanhem os comboios entre as 08:00 e 08:30, a fim de evitar problemas.
ÚLTIMO ANO DA “MINI” PARA DAR LUGAR A NOVA DESIGNAÇÃO
Os muitos populares que irão atravesar a Ponte 25 de Abril para a distância mais curta, a Mini-Maratona, deverão fazer a última vez com essa designação, já que por proposta de Sean Wallace-Jones, representante a IAAF, esta deverá tomar o nome de Family Race (“Corrida da Família”), pelo espírito que a prova tem e aproveitando que “temos toda uma democracia nesta corrida”, referia o presidente do Maratona Clube de Portugal, Carlos Moia.
VÁRIAS PROVAS ALÉM DAS PROVAS PRINCIPAIS
A 20ª edição da Meia-Maratona de Lisboa terá, como é costume, outros motivos de interesse, além da corrida de Elite. Voltará a ser disputada a corrida em cadeira de rodas, com alguns dos principais atletas mundiais, que terá partida minutos antes da prova principal.
Assim o horário das competições será:
Sábado (20 Março)
10:00 – Corrida da Amizade (Padrão dos Descobrimentos-Mosteiro dos Jerónimos)
11:30 – 19º Passeio Avós e Netos (Debaixo da Ponte 25 Abril-Museu Electricidade)
16:00 – Prova Mini-Campeões (Museu Electricidade)
Domingo (21 Março)
10:15 – Prova de Deficientes Motores em Cadeiras de Rodas
10:30 – Meia-Maratona de Lisboa e Mini Maratona
LANÇADO HINO DA PROVA
Na sua vigésima edição, o Maratona Clube de Portugal decidiu lançar o hino da prova, através do músico João Gil, normalmente participante na competição e que decidiu prestar a sua homenagem à 20ª edição, a par de todas as restantes entidades. É uma música à imagem da competição e que para Carlos Moia “basta ouvirmos duas vezes para ficarmos com ela no ouvido”. A música chama-se “Os irmãos do Universo”.
 Dois dos principais candidatos à vitória na prova de cadeiras de rodas.
 Sean Wallace-Jones (à esquerda) foi o representante da IAAF na conferência de imprensa, um dia antes da chegada do presidente da IAAF, Lamine Diack.
 Atletas africanos, dois dias antes da prova, a aproveitar o bom dia em Lisboa, junto ao Parque Eduardo VII
Enviado Especial : Edgar Barreira (foto)
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