A Corrida das Lezírias |
Quinta, 18 Março 2010 | |||||||
Ana Pereira continua a correr pelas provas deste país e a relatar o que vê e o que sente. Desta feita a atleta deslocou-se a Vila Franca de Xira para a mítica "Corrida das Lezírias". Escrever sobre a Corrida das Lezírias é escrever acerca de cerca de 1500 atletas, indivíduos coloridos que enchem as artérias da cidade taurina, as percorrem para logo sair da mesma, pela ponte em direcção a Sul e se infiltrarem pelas Lezírias dentro. Caminhos de terra batida, pedras e vegetação, e pousar os olhos no campo enquanto as pernas correm e o coração bate no peito. É procurar os cavalos e os cavalos sermos nós. Sem a dignidade e a nobreza. Somos apenas humanos errantes. A correr em busca de nós. Eu. Cada um conta uma história. A sua. Nas Lezírias. Esta é a minha. É perder o olhar nos campos, ora verdes ora completamente brancos cobertos de margaridas. É inspirar a vida mais do que em qualquer outro lugar. Mesmo que digam que sim, isso poderia ser dito de qualquer outra corrida, mas não, não pode. Ali há o Tejo a correr ao nosso lado. Há o campo, os cavalos, os touros. Corrida inigualável. Como tantas afinal. Escalões jovens têm também provas adequadas às suas idades, o que dá à manhã um movimento, brilho e alegria continuada. Mariana Mota, vencedora no seu escalão. Haverá sorriso mais bonito que este? Muitos Parabéns Mariana, pela prova e pelo sorriso. Parabéns também ao mano, Luís Mota, que sei que também venceu o seu escalão e certamente presenteou todos com um sorriso igualmente bonito! Decorre também uma caminhada. Animação antes da prova, com incentivo ao aquecimento ainda esquecido por tantos, apesar da sua real importância. A cargo da Xistarca o apoio técnico, a prova não revelou irregularidades ou reparos significativos. Controlo por chip. Partida a horas. Trânsito cortado. Logística organizada. Massagem no final. Classificações disponibilizadas rapidamente. Prémios de presença, t-shirt em material supostamente indicado para a prática do exercício físico, saco e água. Cada vez ligo menos aos prémios materiais, visíveis e palpáveis. Cada vez absorvo mais, com sofreguidão, o essencial, o invisível para os olhos, mas claro como água para o coração. E a Corrida das Lezírias é das que melhores e mais valiosos prémios me dá. A mim. Porque os valores não são iguais para todos, como é natural. Os campinos, trajados a rigor sobre cavalos brancos em vários pontos da prova são uma imagem inapagável e já indissociável da prova. A Câmara Municipal de Vila Franca de Xira está de parabéns por esta Corrida, que nesta edição, uma vez mais se solidificou como uma corrida de qualidade, do agrado se não de todos, certamente da maioria. Sempre que possa, é corrida que não quero perder. Por: Ana Pereira
|
< anterior | Seguinte > |
---|