Recorde do Mundo ao cair do pano, foi a cereja da competição.
A única sessão competitiva do dia de hoje, ocorreu à tarde e entre desaires, a surpresa veio para a vitória do francês Teddy Tamgho, no triplo salto e com recorde mundial.
Foi uma tarde competitiva de bom nível, a que se viu hoje nos Mundiais de Pista Coberta, que terminaram hoje na cidade de Doha (Qatar).
O melhor do dia de hoje e de toda a competição só aconteceu nos minutos finais, altura em que o francês Teddy Tamgho “esmagou” a concorrência do triplo salto, com um salto impressionante de 17.90 metros, que derrubou o recorde mundial de Pista Coberta. A marca anterior era divida entre Aliecer Urrutia (Cuba), obtida em 1997, e Christian Olsson (Suécia), obtida em 2004. Curiosamente Christian Olsson foi um dos presentes nesta final de grande nível, com quatro atletas acima dos 17 metros e dois acima dos 17.50 metros, sendo que estiveram ausentes os campeões mundiais e olímpico, respectivamente Philips Idowu (Grã-Bretanha) e Nelson Évora (Portugal).
A final do salto em comprimento feminino valeu pela disputa e não tanto pelas marcas alcançadas, com a norte-americana Brittney Reese a triunfar com 6.70 metros e assim a juntar ao seu título mundial de ar livre, o de pista coberta. Bateu assim Naide Gomes (Portugal), que ficou apenas com menos três centímetros e outras atletas que se bateram até final do concurso pelo pódio (da primeira à sexta classificada a separação foi de apenas nove centímetros!).
O salto com vara voltou a trazer uma surpresa, com a favorita Yelena Isinbaeva (Rússia) a não ir além do quarto lugar, após ter falhado as três tentativas a 4.75 metros. Aproveitando este falhanço a brasileira Fabiana Murer acabou a triunfar com 4.80 metros, a mesma marca que a russa Svetlana Feofanova. Foi novamente a desilusão para Isinbaeva que contava neste mundial estabelecer o novo recorde do salto com vara em pista coberta.
A final do lançamento do peso foi também emocionante e após um vasto domínio de Valeri Vili (Neozelândia) nos grandes eventos dos últimos anos, a atleta acabou por se quedar no 2º lugar, acabando vitoriosa a bielorussa Nadzeya Ostapchuk, que ao lançar 20.85 metros obteve novo recorde dos campeonatos, apesar de Vili, com 20.49 metros, ter obtido recorde do continente da Oceânia, num concurso de elevada qualidade onde outra bielorrusa, Natallia Mikhnevich, lançou 20.42 metros, ficando o pódio composto só por atletas que lançaram acima dos 20 metros.
Final impressionante também nos 1500 metros femininos, com o destaque a ir para a vitória da etíope Kalkidan Gezahegne (4.08,14 minutos), que superou na recta final a sua colega e favorita Gelete Burka. O mesmo fez a espanhola Natalia Rodriguez, que um ano após a polémica que a desclassificou no Europeu de Pista Coberta, veio a Doha lutar com as africanas e alcançar uma brilhante medalha de Prata.
Logo de seguida a prata espanhola também surgiu nos 3000 metros masculinos, com Sergio Sanchez a intrometer-se na luta entre os favoritos, numa prova onde Bernard Lagat (EUA) atacou perto de fim para uma vitória soberba em 7.37, 97 minutos, após um forte andamento na prova imposto pelo etíope Tariku Bekele, que acabou na 4ª posição, fora do pódio.
Dominador foi Ivan Ukhov (Rússia), no salto em altura, onde o russo ganhou em bons 2.36 metros, cinco centímetros acima do segundo classificado, o seu homólogo Yaroslav Rybakov, tendo ainda tentado o recorde mundial a 2.41 metros, mas já sem estofo para tal proeza.
Numa corrida rápida, os 800 metros femininos trouxeram Mariya Savinova (Russia) em grande forma, triunfando (1.58,26 minutos) sobre a britânica Jennifer Meadows, que no seu melhor de sempre alcançou novo recorde nacional (1.58,43 minutos). Alysia Johnson (EUA) e Anna Pierce (EUA), terceiras e quartas classificadas, conseguiram novos recordes pessoais, bem como a portista Egle Balciunaité, que conquistou recorde nacional da Lituânia (2.01,37 minutos).
Já a prova de 800 metros masculinos foi mais linear e dependeu do grande valor mundial da actualidade, o sudanês Abubaker Kaki, que pegando na corrida desde início trouxe-a até à meta para uma vitória no tempo de 1.46,23 minuto, mantendo o queniano Boaz Lalang (1.46,39 minuto) e o polaco Adam Kszczot (1.46,69 minuto) nas mesmas posições desde o início da prova, ficando aí definido o pódio.
A final dos 4x400 metros femininos trouxe a quebra da hegemonia das russas nesta especialidade, com a equipa norte-americana, composta por Debbie Dunn, Deedee Trotter, Natasha Hastings e Allyson Feliz, a conseguir a vitória por 10 centésimos, com a melhor marca mundial do ano (3.27,34 minutos). Esta final trouxe ainda o recorde nacional jamaicano, agora fixado em 3.28,49 minutos, tempo que permitiu à equipa jamaicana a medalha de Bronze.
Do lado masculinos, os 4x400 metros apresentaram seis equipas, sendo que dessas apenas três foram classificadas, ficando logo definido o pódio. A República Dominicana, que acabou desclassificada, não foi a única a não terminar, após a desistência da Jamaica e das Bahamas, esta última por lesão de um dos atletas. Vitoriosa acabou a equipa norte-americana, que fez um autêntico contra-relógio na frente, acabando com o registo de 3.03,40 minutos, com uma vantagem alargada sobre Bélgica (3.06,94 minutos) e Grã-Bretanha (3.07,52 minutos).
Ainda na velocidade, os 60 metros femininos tiveram à partida uma super-Veronica Campbell (Jamaica), que mais habituada a provas de distâncias superiores, acabou vitoriosa em bons 7,00 segundos, um novo recorde pessoal para a atleta, tal como a sua colega de equipa Sheri-Ann Brooks (7,14 segundos, 4º lugar). A grande derrotada acabou por ser Carmelita Jeter (EUA), que não foi além da medalha de Bronze.
Nos 60 metros barreiras masculinos, Dayron Robles (Cuba) mostrou porque é o grande destaque mundial da especialidade e numa prova de grande valia, o cubano ganhou (7,34 segundos) nos metros finais e fez valer a sua estatura para chegar com o peito mais à frente do que Terrence Trammel (EUA), segundo classificado que ficou a 2 centésimos do cubano, embora com recorde pessoal. Os 7,34 segundos de Robles constituem novo recorde dos campeonatos. Liu Xiang (China) foi uma sombra do que já valeu nesta especialidade, ao não conseguir melhor que o 7º lugar nesta final.
Foi com estes resultados que terminaram os Mundiais de Pista Coberta, que tiveram resultados de grande valia em algumas provas, mas com outras provas menos conseguidas que com um nível tão baixo chegaram a estar abaixo dos campeonatos universitários NCAA (norte-americanos), que decorreram também neste fim-de-semana, em Arkansas.
Notícias relacionadas:
Teddy Tamgho com recorde
|