Maratona de Berlim |
Quinta, 24 Setembro 2009 | |||||||
João Silva participou na sua quinta maratona da carreira, no passado fim-de-semana em Berlim e conta-nos na primeira pessoa a sua experiência. A cidade de Berlim, no passado fim de semana, acolheu um dos seus maiores eventos desportivos do ano com a realização da Maratona de Berlim. Foram cerca de 40.000 participantes de mais de 100 países que alinharam à partida numa das mais participadas maratonas mundiais. Tendo sido a minha quinta participação numa maratona e a quarta fora de Portugal tinha já termo de comparação para avaliar a sua organização em relação às outras maratonas onde tinha participado, sendo a de Paris a última onde corri em Abril deste mesmo ano. Cheguei a Berlim na Sexta à noite num voo directo da EasyJet. Parecia um voo só de corredores tal era o número de atletas portugueses que também iam para competir na Maratona. No Sábado de manhã depois de um bom pequeno-almoço dirigi-me para a estação de metro mais próxima a fim de me dirigir à tradicional feira da Maratona. De facto o local da feira não podia ter sido mais emblemático, situada no já encerrado aeroporto de Tempelhof, aquele que se tornou um símbolo dos Aliados durante a guerra fria. Já com o dorsal na mão e depois de ter passeado um pouco pela feira foi altura para almoçar um bom prato de massa e de seguida tirar umas fotos para recordação. Ainda só com metade do dia de Sábado decorrido resolvi fazer um reconhecimento do terreno pelo menos da zona de chegada, o famoso portão de Brandenburg, por ali passariam os maratonistas que conseguissem chegar ao final da prova. Domingo de manha já com o estomago bem aconchegado e de dorsal ao peito era altura para me dirigir para o local de partida. Ainda foi necessário algum tempo para chegar ao meu bloco de partida pois a quantidade de atletas era impressionante e fazia-se fila para todo o lado. Faltavam cerca de 5 minutos para o inicio quando consegui entrar no meu bloco e aguardar pelo tiro de partida. Estava confiante para fazer uma boa prova, mas uma das razões pelas quais tinha escolhido a Maratona de Berlim começou a deixar de fazer sentido à medida que o tempo avançava, ou seja, a temperatura que teimava em subir. A média de cerca de 5.30 min/km a que corria para obter uma marca perto das 4 horas começou a descarrilar assim que comecei a sentir aquele calor na minha cabeça e o corpo a desidratar, apesar de ingerir líquidos de 5 em 5 quilómetros (Haile Gebrselassie afirmou mais tarde como a causa para não ter conseguido bater o recorde mundial, o calor que se fez sentir). O público era fenomenal e em grande número tentando motivar ao máximo os atletas. Entretanto olhava para o meu monitor cardíaco e o panorama não era muito bom, depois de passar os 30 quilómetros já tinha mais 10 batimentos por minuto sem ter aumentado a velocidade, ou seja, como desistir não fazia parte dos planos só me restou ter de ajustar a velocidade para terminar dentro daquilo que fosse possível. Lá na frente Gebrselassie corria num ritmo impressionante para um novo recorde do mundo na casa das 2:03.30 (acabou por bater o recorde do mundo dos 30 km em 1:27.49 e terminou com 2:06.08). Corridas à parte acabei a minha prova com 4:23.47 horas. Fazendo agora a análise à prova, saliento os pontos positivos como o trajecto quase totalmente plano, o forte apoio do público e a organização de uma maneira geral positiva, tendo em conta uma prova deste nível. Para mim o grande ponto negativo será sempre a confusão que é correr entre 40.000 atletas, sendo nos locais de abastecimento o caos para se chegar às mesas e continuar a correr sem que se perdesse ritmo e alguns segundos. Estranhei a falta de laranjas, sendo este um fruto tão nutritivo (na Maratona de Paris além de laranjas ofereciam também frutos secos). É de facto fantástico participar pelo menos uma vez numa Maratona como esta e viver todo ambiente que a rodeia mas decidi daqui para a frente só entrar em Maratonas com menos participantes e com qualidade idêntica, como por exemplo a Maratona de Frankfurt. Continuação de boas Provas e até à próxima! Por: João Silva
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