A Mini da Meia |
Terça, 15 Setembro 2009 | |||||||
33ª Meia Maratona de S.João das Lampas pesar de me ter iniciado em provas numa Mini, e estar bem ciente da sua importância na divulgação, motivação e captação de novos adeptos da Corrida, para além de proporcionar momentos de saudável convívio aliado ao exercício físico, confesso que na minha perspectiva muito pessoal e no que à minha pessoa diz respeito, as mesmas (Minis/Caminhadas) se revestem de algo… menor, inferior, insuficiente, incompleto, como algo próprio de fracos e incapazes. E foi contrariando essa ideia e sentimentos errados e retrógrados, que impossibilitada de fazer a Meia Maratona por inequívoca incompetência física, que me decidi fazer a Mini/Caminhada inserida em prova que tanto estimo, quer pela forma como os atletas são tratados, quer pelo carisma peculiar da mesma, onde o calor humano nos envolve completamente. E assim, dando primazia ao racional em vez de alimentar culpas e frustrações, lá me decidi a ir correr os 5,6 km da Mini. Não esperando muito pois o encanto da Meia conhecida no meio como a das Rampas, está precisamente na Meia e nas suas rampas. E S.João das Lampas recebe-nos em festa., a par de outros anos. Dorsais levantados sem problemas, e depressa temos já os páraquedistas a cair do céu, perante o olhar atento da multidão, nos momentos que antecedem a prova. Os atletas para a Meia partem e atrás deles aguardam os da Mini/Caminhada, entre eles eu, não sem pena de não estar entre os primeiros. É dado tempo aos atletas da Meia para darem uma pequena volta por S.João, e se afastarem, e só depois (poucos minutos) a nossa partida é preparada e dada. Na primeira fila, alinhada de novo com o meu pai que iria caminhar, deixo-me invadir por emoções: o desejo de estar entre os atletas da Meia que passam junto a nós, e saber o porquê de não poder estar, e mais forte ainda, ver lado a lado dois amigos de data não muito curta, que nos davam a partida: Fernando Andrade e Jorge Teixeira. Fotografia captada pela retina humana e retida no peito. Partida dada e inicio a minha corrida fazendo-me acompanhar de forma espontânea por outra atleta de ritmo muito idêntico ao meu, apesar dela ter mais 21 anos que eu. Vamos conversando e eis que as famosas rampas se fazem também sentir na Mini. Enganada estava eu ao julgar que a Mini era para os fracos de quem não reza a história. Surpreende-me agradavelmente a incursão numa estrada de terra e a passagem por lugares a exalar a animais domésticos e seu estrume, transportando-me para um patamar que julgava impossível de alcançar numa Mini. Existe abastecimento a meio do percurso, completamente liberto de trânsito. A minha colega ocasional da corrida vai falando e apresentando as terras e os lugares, pois é a sua terra. Sinto as pernas doridas mas avanço com ela. Não a quero perder. A companhia torna esta corrida mais agradável, pelo menos hoje. E de tão bom que estava a ser, que é com tristeza que vejo que a meta está já ali. Um beijo roubado ao amor que me espera, num júbilo repentino consequente da surpresa, e corto a meta com 24m10s, com o maior sorriso que consigo fazer. Fácil a Mini da Meia de S.João das Lampas, não tanto por ser Mini, pois as rampas estão lá, mas provavelmente por isso mesmo: o prazer de correr esteve lá. Todo. Inteiro. Por pouco tempo mas esteve lá. Foi dado a todos que abraçaram este desafio, e por isso a Mini tem de continuar. À meta dão-nos uma mochila, um boné, água, fruta, bolos regionais, batatas fritas, e outros produtos. Não esquecendo a t-shirt, com a qual tivemos de correr, e como prémio de participação está muito bem, não descurando nem esquecendo que toda a vivência proporcionada é sempre o melhor prémio, quase sempre invisível para os olhos. Para o ano, quero voltar aqui mas, apesar de tudo de bom vivido na Mini, quero correr a 34ª Meia Maratona de S.João das Lampas em 2010. Até para o ano Por: Ana Pereira
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