Três visões dos corredores do Tejo |
| Segunda, 20 Outubro 2008 | |||||||
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Esta é a reportagem de três repórteres do Atleta-Digital.com, que assistiram no passado dia 19 de Outubro a mais um edição da Corrida do Tejo... O regresso como uma espécie de jornalista… [EDGAR BARREIRA] Venho aqui dar mais um testemunho que contrasta com a minha actividade de há algum tempo e que obviamente me traz a devida nostalgia, como é óbvio. A Corrida do Tejo encontra-se efectivamente crescida, com um poder de marketing gigantesco, algo que pouco se vê em Portugal, mas que felizmente já se vai vendo mais frequentemente. Em 2004, quando corri esta belíssima prova, tinha-se atingido um máximo de participantes, um máximo que se tinha fixado em 3426 atletas e este ano assistiu-se a quase 9000 chegados à Praia da Torre, o que mostra bem o crescimento que esta prova sofreu em 4 anos. Também em 2004 eu era obrigado a correr com uma t-shirt ou equipamento meu, agora quase todos os atletas vestem a t-shirt da prova, dando um colorido intenso a esta prova grande, em Portugal. Faz lembrar as Meias/Minis das pontes de Lisboa, aquelas que são as mais participadas provas de Portugal, onde quase todos vestimos de igual, criando uma espécie de igualdade entre participantes, pelo menos ao nível do que se veste. Isto tudo, associado a uma colaboração estreita entre a Câmara Municipal de Oeiras e marcas muito poderosas, torna esta Corrida do Tejo num verdadeiro espectáculo desportivo, capaz de atrair público, capaz de passar num canal de televisão em directo e capaz de mudar os hábitos desportivos na região de Oeiras. Falta mais disto em Portugal, mais apoio a quem tem o know-how de realizar estas gigantesas organizações e acima de tudo, a quem tem vontade de as organizar. Para um atleta, chegar ao final da prova, com tanto incentivo, com tanta alegria é a melhor coisa que pode ter e é disso que eu, espécie de jornalista, sinto saudades. Saudades de estar no meio de centenas ou milhares de atletas, a mexer, a competir e a divertir-me com a corrida. Infelizmente, para mim, por vários motivos, tal regresso não ocorreu, mas obviamente que sei que um dia voltarei à corrida… Melancolias à parte, esta foi mais uma iniciativa onde o Atleta-Digital esteve presente. É um projecto que vejo crescer todos os dias e que tem a virtude de contar com elementos que gostam do atletismo. Assim, exerci hoje a minha actividade de repórter, onde recolhi centenas e centenas de fotografias e onde estive a recolher áudio não só para as notícias escritas, como para integrarem o regresso do programa de rádio “atletONews”, que em breve será anunciado no Atleta-Digital. Para quem nunca teve oportunidade de ver a prova de uma posição de Media só poderei dizer uma coisa, sente melhor quem corre, mas vê melhor quem reporta… O que vi do quilómetro 8... [RAFAEL LOPES] No quilómetro 8, Chema Martinez já seguia isolado, com cerca de 100m sobre Hélder Ornelas e 150m sobre o seu compatriota Jesus España. Logo atrás dos lugares do pódio, a surpresa veio do jovem Paulo Pinheiro, do Linda-a-Pastora , que seguia o andamento de Ricardo Ribas, o que só por si é digno de destaque. Só depois começaram a aparecer outros excelentes atletas nacionais, mas que aproveitaram esta prova para mais um treino, especialmente os atletas do Maratona C.P. e do Conforlimpa que terão na próxima semana a competição mais importante deste início de temporada. Viu-se José Maduro bem disposto, Hélio Fumo e Manuel Damião em uníssono e não demorou muito a aparecer Sandra Teixeira, levada por alguns atletas masculinos e sem pressão de qualquer adversária. Vanessa Fernandes passou em 4º lugar e ofuscando a participação de Leonor Carneiro (que estava poucos metros à frente) já que ouvia-se um acompanhante da triatleta a gritar "Ela está aqui" anunciando a nossa vice-campeã olímpica do triatlo, com honras de realeza. Dos atletas a conta-gotas, começou a definir-se um pelotão a partir dos atletas que passavam com mais de 40 minutos de corrida e quando passou o guia dos 50 minutos (já sem balão), parecia quase impossível mudar de ritmo, tal era a densidade do pelotão. Contudo a circulação fazia-se de forma muito ordenada, como se a "mão invisivel" do Adam Smith tivesse saído da economia directamente para a corrida do Tejo... O balão na "Corrida do Tejo" [JOANA OLIVEIRA] O dia começou belo para mais uma experiência de jornalista, a primeira em corridas de estrada. Chegando ao local de finalização da prova, tratámos das acreditações e fomos “explorar” a zona da prova. Enquanto andávamos por lá deparei-me com duas situações engraçadas. Uma foi quando duas simpáticas raparigas, que andavam a dar balões às pessoas, me ofereceram um balão, situação engraçada pois uma jornalista a andar com um balão atrás... A outra situação aconteceu quando um senhor me confundiu como sendo da Organização e pergunta-me, passo a citar, "Oh menina então quando chega as cervejinhas?" (risos) Voltando à prova, a partida deu-se por volta das 10 horas e nessa altura tentámos arranjar um lugarzinho melhor para fotografar. Enquanto ninguém chegava na linha da partida passámos pela tenda VIP, onde se encontrava o presidente da Associação de Atletismo de Lisboa e, por exemplo, Francis Obikwelu (mas repare-se que eu andava tão maravilhada que nem o vi). Passados 29 minutos da partida já se via o primeiro atleta. Era grande a euforia por parte do público e a zona dos fotógrafos era uma luta, todos à colheita da fotografia ideal. Depois das fotos tiradas aos masculinos, foi a vez dos femininos, 6 minutos depois. (vou fazer referência que vi a Vanessa Fernandes e é mais baixa do que parece na TV). Após essa grande confusão de fotos aos primeiros classificados, tentei tirar fotografias ao molho de pessoas que iam concluindo a prova e eu como principiante nestas andanças fiquei espantada com a quantidade de pessoas que aderiram a esta prova, era uma fila indeterminável de pessoas. O mais engraçado é que a maioria era do sexo masculino e atrevo-me a dizer que grande parte já de uma certa idade. Muitos, apesar do lugar que ocupavam no pódio, traziam um sorriso na cara de satisfação e alegria, por terem terminado mais uma grande prova como esta, era com alegria que sentia o espírito da estrada, como se estivesse ao lado deles (quem sabe um dia). Enquanto fotografava a multidão apercebi-me que uma grande personagem do atletismo português se encontrava por lá, Rosa Mota, mesmo ao meu lado e eu arrebatada com aquele lindo espectáculo. Eram milhares de pessoas a correr… Já sem espaço na memória para mais fotografias, terminei a minha tarefa ao ir em busca de mais informações sobre as classificações. Mas mesmo antes de sair ainda deu para ir à tenda VIP "roubar" uns petiscos e aí voltei a encontrar a Rosa Mota e mais outra glória do atletismo português, Carlos Lopes, que sinceramente não o reconhecia (grave pecado pelo que já percebi). Assim com balão numa mão, informações noutra, terminei o meu trabalho como repórter nesta prova. Valeu a pena… Enviados Especiais : Edgar Barreira, Joana Oliveira e Rafael Lopes.
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