[EURO14] Um Euro de glória britânica

Terça, 19 Agosto 2014
[EURO14] Um Euro de glória britânica

Grã-Bretanha ganha nas medalhas, Rússia na tabela de pontuações.

Os 6 dias de Europeu de Ar Livre fazer a URSS temer pelo fim da liderança, 23 anos depois de ter sido extinta. 

A Grã-Bretanha continua o seu trajeto em busca de bater a liderança que a União Soviética (URSS) imprimiu durante vários anos, depois de ter feito a sua melhor prestação de sempre em Europeus. As 120 medalhas de Ouro que a URSS obteve, até que foi desmembrada em diferentes nações, estão, a prazo, comprometidas, com o incremento de 12 medalhas de Ouro na edição de 2014, que colocam a Grã-Bretanha nas 106 medalhas de Ouro. Será de esperar que dentro de uma ou duas edições de Europeu, a URSS saia finalmente da liderança por medalhas. Mas também interessante com a edição deste ano foi o facto da França ultrapassar a Alemanha nessa tabela classificativa por medalhas, dado que partia só com três medalhas de Ouro de desvantagem, conseguindo em Zurique cinco medalhas de diferença, com 9 de Ouro para a França e apenas 4 medalhas de Ouro para a Alemanha. Foi, assim, um sinal de fraqueza alemã, que em 2012 tinha vencido a prova por medalhas, mas à altura sem que as provas de estrada, um dos pontos fracos do atletismo alemão, tenham acontecido, por ser ano de Jogos Olímpicos. Foi, por outro lado, a melhor edição de sempre da França, que pode ainda queixar-se da anulação de duas medalhas por desclassificações, uma mais clara do que outra.

Por outro lado a Rússia, que tinha vencido a anterior versão de Europeu completo (com provas de estrada) e depois de há um ano ter feito uma excecional presença no Mundial, acabaria por ter a pior prestação campeã de sempre, com apenas 3 medalhas de Ouro, muito motivado pelas prestações de grande envergadura de França e Grã-Bretanha, apesar de ter alcançado um total de 22 medalhas. A equipa de Leste ganharia, assim, na tabela de pontuação, com 215 pontos, contra os 196 pontos da Grã-Bretanha e os 192 pontos da França. Nos recordes o campeonato deste ano valeu por tantos sucessos distintos, o maior deles o recorde do Mundo dos 50 quilómetros marcha, alcançado por Yohann Diniz que, naturalmente, chegou igualmente ao recorde europeu, com a marca de 3:23.33 horas. Só por três ocasiões cairam recordes dos campeonatos. Uma delas com o já referenciado recorde do Mundo de 50 quilómetros marcha, a outra com o máximo mundial do ano do lançamento do martelo feminino, por intermédio de Anita Wlodarczyk e ainda com a prova da Maratona feminina, que teve vitória da francesa Christelle Daumay, num percurso de dificuldade elevada e que nada fazia prever que a vencedora chegasse ao fim com o tempo de 2:25.14 horas. De referenciar a dupla vitória de Mo Farah, um dos atletas mais consistentes da equipa, que saiu de Zurique com a vitória nos 5000 e 10000 metros.

Alcançaram-se um total de 19 lideranças europeias do ano, das quais sete foram ao mesmo tempo as melhores marcas mundiais do ano. Destacam-se estas: Krisztián Pars (82.69 metros no lançamento do martelo), Andrei Krauchanka (8616 pontos no Decatlo), Yohann Diniz (3:32.33 horas nos 50 quilómetros marcha), Dafne Schippers (22,03 segundos nos 200 metros), Sandra Perkovic (71.08 metros no lançamento do disco), Anita Wlodarczyk (78.76 metros no lançamento do martelo e Ruth Beitia (2.01 metros no salto em altura).

Percurso da Maratona

Interessantes também os números em termos de recordes nacionais alcançados, num total de 36 recordes e ainda 23 recordes nacionais de sub-23, numa faixa etária onde a superação constitui sempre a alimentação das futuras seleções nacionais. Apesar de tudo este campeonato ficou marcado pela dificuldade de gestão de bilhética por parte da Organização local. As condições atmosférias não convidavam à assistência das provas, é certo, mas os preços avultados não convidavam à existência de estádio cheio, o que nunca aconteceu em nenhum dos dias. Dos 20 mil lugares a preencher só por uma vez se ultrapassou os 90% de ocupação, na sessão da tarde de sexta-feira, com os suiços a aproveitarem a habitual folga no trabalho para invadirem o Estádio de Letzigrund. Por outro lado só a oferta de bilhtes e o forte desconto dos últimos dias salvou a face da organização local, que recorreu aos voluntários para ajudar a compor a plateia, muitos deles não tinham esse privilégio nas suas acreditações. Ficam os números por dias e por sessões:

Terça-feira (dia 12) – 11288 (manhã) | 14569 (tarde)
Quarta-feira (dia 13) – 13526 (manhã) | 16037 (tarde)
Quinta-feira (dia 14) – 11456 (manhã) | 12725 (tarde)
Sexta-feira (dia 15) – 15547 (manhã) | 18939 (tarde)
Sábado (dia 16) – 16864 (tarde)
Domingo (dia 17) – 17481 (tarde)

Cooly

O público foi bem mais expressivo no que toca às provas de Maratona, onde foram estimados mais de cem mil espectadores, criando autênticos corredores humanos, fenómeno mais sentido na prova Masculina, que na prova Feminina. Foi uma das edições que trouxe mais espectacularidade neste tipo de provas, com uma grande subida até à Universidade de Zurique, um dos pontos altos da cidade e que geraram uma espécie de grande volta de ciclismo, com direito a nomes escritos na estrada e tudo, como a fotografia o documenta.

A mascote do evento, a “Cooly” foi a principal dinamizadora do público, uma das mascotes com mais capacidade dinamizadora que se assistiu nos mais recentes Europeus. Também a bancada dos apoiantes oficiais da Suiça (junto às partidas de 100 e 200 metros e junto aos concursos de salto com vara e lançamento do dardo), composta por voluntários, foi dinamizador do evento. Junto à bancada de imprensa um anónimo cantava muitos dos hinos e foi, ele próprio um destaque . Mas menos conseguida foi a iniciativa da Organização em fazer o resumo do dia em imagens, ao som de bandas da Suiça, num compacto que durava normalmente 10 minutos cada. A maior parte do público abandonava o recinto antes do compacto e a medida foi talvez uma das maiores falhas, de uma organização que foi muito próxima da perfeição (ou pelo menos conseguiu transparecê-lo). O rigor suiço acabaria por ser talvez excessivo, quando no segundo dia a Proteção Civil encerrou o estádio e adiou as competições, além da presença de Usain Bolt que, na promoção do Meeting de Zurique, ocupou um espaço de tempo exagerado, obrigando ao atraso de uma das séries de 800 metros. Valeu ai o espaço televisivo, mostrando-se mais uma vez que estas grandes competições só têm exposição se o apoio televisivo for efetivamente elevado.

Homem-Hino

Enviados Especiais: Edgar Barreira (texto) e Filipe Oliveira (fotos)

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