|
Não há competição internacional que não dependa de voluntários.
Do voluntariado só se espera desembaraço, competência, sorrisos e descontração...a troco de quase nada.
A Organização destes campeonatos colocou como fasquia que todos os voluntários tivessem conhecimento de alemão. Com este pré-requisito foram escolhidos 2000 voluntários, que durantes estes campeonatos tiveram um papel determinante no sucesso organizativo. É quase sempre assim...
Para estas vagas os candidatos a voluntários fizeram a sua inscrição com ano e meio de antecedência, que os levaram às primeiras entrevistas, feitas no Verão passado. Com esta primeira fase ultrapassada os voluntários tiveram a oportunidade de escolher as áreas que mais os entusiasmavam, colocando ao dispor toda a sua experiência para esse fim. Foram convocadas reuniões de preparação do evento com todos eles, todos tiveram ao longo dos seis dias de competição (e os restantes dias em que tiveram muito trabalho de preparação) de vivenciar os interiores de uma competição que, como sempre, exigiu deles aquilo o que se exige dos profissionais que noutras áreas do evento constituem uma parte do sucesso organizativo.
Como já é habitual falámos com voluntários, para sentir as suas experiências e deixamos o caso de um português, a viver na Suiça, perto de Zurique e da suiça Livia Meister, que vive em Basel. O português, já aposentado, estava nestes campeonatos com a missão de fazer as acreditações (identificação das autorizações de entrada no evento), um dos pontos mais relevantes dado que o sucesso das operações nesta área técnica permite que todos os que se deslocam a esta competição, com fins desportivos ou profissionais, necessitem da sua acreditação para a entrada nas zonas a que têm direito aceder. O sucesso desta área influencia, também, um dos outros aspetos importantes para o sucesso do evento, a Segurança. Para este português (a quem infelizmente não foi perguntado o nome) esta não foi a primeira experiência, depois de ter ajudado no Europeu de Futebol, em 2008, também na área de acreditação.
Já Livia Meister, de 22 anos de idade, estava neste Europeu para dar apoio no Centro de Imprensa e nas bancadas do Estádio de Letzigrund, um papel importante para o trabalho que os jornalistas desenvolvem a partir do local de competição, para todo o Mundo. Os voluntários funcionam, neste tipo de papel, enquanto facilitadores de dúvidas, divulgação de resultados e até limpeza das bancadas. Livia Meister também “alimentava” os arquivos de informação, em papel, com tudo o que há saber sobre o evento, muito relevante ao trabalho de um jornalista.
Atualmente eu não tenho qualquer experiência na área do jornalismo como alguns dos meus colegas”, disse Livia em entrevista ao Atleta-Digital. A estudante de Direito considerou a experiência positiva: ”estou orgulhosa de ter trabalhado aqui e de ficar com uma pequena ideia do que é o Mundo do jornalismo”. Além de alemão, esta voluntária dominava o francês, o inglês, além de dialetos de suiço-alemão.
Muitos dos voluntários que marcaram presença neste Europeu, como habitualmente, pertencem à família do atletismo. Livia não é diferente. Cresceu numa família de irmãos que vivem o atletismo enquanto atletas. ”O atletismo diz-me muito”, confirmou Livia, que leva destes campeonatos uma nova experiência e também a possibilidade de ver e estar com antigos atletas que se habituou a apoiar nos anos mais recentes.
Como aspeto mais curioso, Livia destacou o momento em que a seleção holandesa de 4x400 metros repetiu a sua prova (após ter ganho o protesto feito ao juri de apelo) com o estádio totalmente vazio, só com apoiantes holandeses e com os voluntários, na tentativa de apoiar uma equipa que fez uma espécie de contra-relógio para tentar chegar à final, o que acabaria por não conseguir. ”Admirei bastante a vontade da equipa holandesa, eles tentaram tanto chegar à final...”, explicou Livia.
Enviados Especiais: Edgar Barreira (texto) e Filipe Oliveira (fotos)
|
![[EURO14] Os voluntários de Zurique](/images/arquivo/2014/eventos/zurique14/livia_meister.jpg)
