[EURO14] Portugal finaliza prestação em Zurique

Segunda, 18 Agosto 2014
[EURO14] Portugal finaliza prestação em Zurique

O retorno português aos anos 90.

A prestação portuguesa neste Europeu teve nas medalhas da Maratona feminina o auge de uma prestação que globalmente faz uma espécie de regresso ao passado, num momento em que os atletas procuram por mais apoios. 

Este Europeu de Ar Livre mostrou este ano várias realidades diferentes que impedem um apurar de contas tão direto quanto ingrato. A prestação portuguesa não merece o pior dos infernos, mas demonstra preocupações que já tinham sido antecipadas: os apoios aos atletas.

Durante Zurique 2014 os atletas presentes procuravam os apoios para o que falta deste ciclo olímpico, ou procuravam renová-los, pelo menos. E o que se notou de mais positivo nestes Europeus foi mesmo a renovação da equipa, com vários jovens talentos a integrarem a equipa, que tinha ainda alguns dos “pesos pesados” em competição, que terão sido como que enquadradores dos melhores jovens presentes.Entre eles os capitães de equipa Marco Fortes e Dulce Félix e atletas internacionalmente reconhecidos, como Nelson Évora e Francis Obikwelu.

Apesar dos pontos positivos, com Portugal a chegar a dez lugares de finalistas (considerando a estafeta nacional dos 4x100 metros), não é possível chegar a uma conclusão demasiado otimista para as cores portuguesas, mesmo que a estatística não seja a única ferramenta de análise. A presença de 44 atletas só chegou para o alcance de pouco mais do mesmo “sumo” alcançado na edição de Split, em 1990, onde desde ai os 24 pontos alcançados na tabela de pontuação nunca tinha sido mais minimizados ou igualados. A Associação Europeia de Atletismo considerou que Portugal chegou aos 24 pontos, embora pareça existir um erro de somas, tendo em conta que a estafeta de 4x100 metros foi equipa finalista, logo somando pelo menos um ponto adicional. Este é somente um fator de análise, numa equipa cujos atletas são sedentos de apoios que lhes permitam encarar a Alta Competição com alta motivação. Porém os dez finalistas acabam por fazer com que Portugal tenha apresentado uma regularidade muito de acordo com os anos mais recentes, tendo efetivamente faltado medalhas a compor o resultado final.

José Dias, responsável técnico desta seleção, referenciou alguns dos jovens valores, como Ricardo dos Santos, que chegou a dois recordes nacionais nos 400 metros planos, Cátia Azevedo e Vera Barbosa, valores que também prometem, num futuro próximo, na volta única à pista, a segunda com barreiras. O treinador admite, contudo, que as medalhas ficaram aquém do esperado: ”sabe-nos um pouco a pouco”. ”Tirando as medalhas, a prestação é positiva”, relativizou o português, que ”tinha feito um prognóstico que não tinha uma ambição tão grande” em relação ao que aconteceu na pista e na estrada, quando traçou o cenário para a Direção da Federação Portuguesa de Atletismo.

O técnico nacional considerou para esta competição que todo o processo que levou os 44 atletas a Zurique foi superado com sucesso, destacando ”o contacto permanente com treinadores e atletas”, voltando a frisar que todos os atletas conheciam as marcas de qualificação e os regulamentos que existiam sobre a vinda de uma seleção a estes Europeus.

A prestação portuguesa será em breve analisada do ponto de vista federativo, nomeadamente sobre a nova aplicação de marcas de qualificação e marcas de referência para o Mundial de atletismo, que se disputa para o ano em Pequim. A tendência é o apuramento dos melhores para esta competição, uma tendência que começa a globalizar-se, em função da necessidade de eventos com menor duração e com maior aceitabilidade televisiva.

Ainda assim vários atletas conseguiram em Zurique lugares que os colocam. ou os fazem renovar os apoios da preparação olímpica, para os Jogos Olímpicos que se irão disputar daqui a dois anos no Rio de Janeiro. Neste particular, o destaque vai para a equipa de estafeta de 4x100 metros que agora poderá preparar melhor o seu apuramento para o Rio de Janeiro, com mais presenças internacionais conjuntas, tal como Ricardo Ribas, que fez uma dupla aposta, nos 10000 metros e na Maratona, conseguindo o 10º lugar na Maratona, que lhe permite agora pensar no Rio de Janeiro com apoios e menos provas de estrada. Ou, por exemplo, Susana Costa que, sem ser favorita, atingiu a final e na final chegou ao 8º lugar, também ela em busca de um apoio, tal como fez o seu companheiro de treino, Nelson Évora.

Os exemplos de superação não deixaram de acontecer nesta seleção, como os recordes de Portugal nas provas de 400 metros e 4x100 metros masculino e é na juventude que o foco parece ficar, para que se encare próximas edições deste Europeu com progressos classificativos. Portugal ficou no 16º lugar no somatório das prestações individuais e coletivas (seria 15º se fosse considerada a participação da Estafeta e exceptuando-se a Taça da Europa de Maratona) até ao 8º lugar e em 23º lugar no que às medalhas diz respeito, onde só a medalha de Bronze de Jéssica Augusto foi contabilizada, dos 27 países que saem de Zurique com pelo menos uma medalha ao peito.

Consulte a lista de atletas que atingiram o estatuto de finalista (até ao 8º lugar) nestes campeonatos:
Jéssica Augusto (3ª) – Maratona feminina
Sara Moreira (5º) – 10000 metros femininos
Nelson Évora (6º) – Triplo salto masculino
Sara Moreira (6º) – 5000 metros femininos
Ana Cabecinha (6º) – 20 Km Marcha femininos
Marco Fortes (7º) – Lançamento do peso masculino
Yazaldes Nascimento (8º) – 100 metros masculinos
Edi Maia (8º) - Salto com vara masculino
Susana Costa (8º) – Triplo salto masculino

Enviados Especiais: Edgar Barreira (texto) e Filipe Oliveira (fotos)

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