As habituais histórias de comboio (dia 1)

Terça, 12 Agosto 2014
Quantos daqueles que acompanham os diários que fazemos a partir das competições internacionais já não se lembram das inúmeras histórias de comboio que vamos colecionando?

Não sei porquê, é um meio de transporte tão propício às histórias mais interessantes de viagem. Ora porque se apanhou o comboio errado, ora porque tomámos o sentido inverso, ora porque nos sentámos na 1ª classe em vez da 2ª classe. Tudo bons motivos para viajar de comboio...

E não fizemos diferente desta vez. Após a difícil ida do colega Filipe por elétricos até ao hotel, procurámos a melhor solução possível, desta vez por comboios. Apanhámos o comboio numa estação próxima ao hotel e na primeira troca de comboio perguntámos a uma das voluntárias da competição (sirva de algo termos uma credencial e eles usarem uniforme da competição) o melhor modo, apenas para o caso de estarmos a fazer algum disparate...Ela aconselhou a irmos no mesmo comboio com ela, mas perceberíamos mais tarde que afinal a nossa primeira intuição estava certa.

Fazendo a pausa nos caminhos de ferro, porque um comboio pode ser, por exemplo, um comboio de coisas para fazer, este primeiro dia não foi dos mais simples para os jornalistas portugueses. Sensação de déjà vu de competições passadas, quando Portugal começa a marcar presença em várias competições consecutivas. O primeiro dia de provas seria completo com uma “cerimónia de abertura”, digna do nível da competição, com a presença de algumas figuras históricas do atletismo suiço. Conclusão, saimos do Estádio já passavam das 11 horas da noite, para ir até ao hotel.

Depois de um caminho a pé, chegados à estação de comboio, tinhamos acabado de perder um – nada que uma pequena espera não resolva. E nessa espera identificámos aquilo que nos parece ser uma das estações de comboio mais movimentadas da Europa, com passagem de comboios quase de minuto a minuto, mesmo estando-se a falar do adiantado da hora (meia-noite).

Entrámos no comboio e um português aborda-nos. Era um trabalhador da área das limpezas e que também colabora neste Europeu de Ar Livre. Explicou-nos a sua história de vida, o motivo de trabalhar na Suiça, as dificuldades na aprendizagem do alemão, entre outros assuntos. E entre outros assuntos percebemos que este português vive nos arredores do hotel onde estamos alojados, que vem dar força à teoria de que estamos num dos pólos de portugueses em Zurique.

Está-se mesmo a ver, que para nós conseguirmos abarcar tantos temas é sinal de que o comboio se atrasou a chegar. Mais de uma hora de caminho, com perto de meia-hora feita a pé resultou em chegada tardia ao hotel. E foi ai que o habitante português nos explicava que uma das teorias que lhe “venderam” quando chegou à cidade para trabalhar é que os comboios suiços não se atrasam, tão implacáveis quanto um relógio suiço. Neste caso, como noutros, não é uma verdade, principalmente numa altura em que na cidade decorrem tantas obras ao mesmo tempo, as mesmas que fizeram parar o nosso comboio umas cinco vezes.

Isto não seria um problema se amanhã não decorressem os 20 quilómetros marcha logo de manhã. E não seria um problema se chegados ao hotel não tivessemos mais coisas ainda para fazer. O dia foi intenso, o descanso é merecido, amanhã há mais...

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