O lendário atleta está ativo na busca de soluções para a modalidade.
O ex-atleta norte-americano, uma das lendas da modalidade e que tem desenvolvido trabalho na área da promoção do atletismo, foi crítico esta semana.
Michael Johnson foi um dos atletas que mais notoriedade deu à modalidade, fruto de 4 ouros olímpicos e de 8 ouros em Mundiais, além de todo o prestígio que emanou das suas corridas fantásticas, principalmente aos 200 metros, onde fez aquele que chegou a ser considerado o mais difícil recorde do Mundo, nos anos recentes batido por Usain Bolt. Agora com 46 anos Johnson, dedica-se à atividade de motivar, que o faz percorrer o Mundo a ajudar crianças desfavorecidas e a promover a modalidade. A sua experiência é também usada no contexto empresarial, em sessões motivacionais e de criação de objetivos.
Mas a voz de Johnson tem também eco dentro dos corredores da modalidade e o ex-atleta norte-americano tem sido particularmente ativo. Apesar de não ser provável a sua candidatura à presidência da IAAF, cujas eleições se disputam em 2015, a verdade é que as declarações desta semana vêm agitar algumas águas. ”O atletismo estaria morto se não fossem os Jogos Olímpicos”, foi a frase mais forte proferida por Johnson esta semana, em Doha (Qatar). O atleta está convencido que, de facto, o jamaicano Usain Bolt é a imagem do atletismo no Mundo, mas não está convencido que esta boa imagem esteja de facto a ser aproveitada. ”Ele é do atletismo, mas a IAAF não trabalha com ele para promover a modalidade. Conhecendo-o como eu o conheço, se a IAAF se aproximasse dele e lhe pedissem para conjuntamente com ele promover a modalide, estou certo que ele o faria”, disse Johnson, considerando que atualmente Usain Bolt fundamentalmente se promove a si próprio.
Também os modelos competitivos foram postos em causa quando Johnson concretiza o seu discurso. ”Devemos acompanhar de perto do desporto e ver o que é que as pessoas gostam atualmente de ver. Nós precisamos da prova do lançamento de disco feminino? E das provas de 3 mil metros obstáculos e 5 mil metros no mesmo meeting? Nada tem acontecido desde o meu tempo para mudar a modalidade. Precisamos de ver um novo formato, para captarmos mais entusiastas. Outros desportos têm-no feito, porque é que o atletismo não o faz?” A outra das críticas de Johnson refere-se à ênfase dada nos recordes mundiais, em vez do apreciar das provas em si e pela essência do despique direto entre os atletas.
JOHNSON CONSIDERA ATLETISMO LIVRE DE DOPING UMA UTOPIA
O ex-velocista norte-americano tem ao seu lado a vantagem de nunca ter sido apanhado em qualquer controlo anti-doping, o que lhe permitiu sempre um capital de confiança depositado pelos adeptos da modalidade e pelos dirigentes da mesma. O único incidente de doping que afetou indiretamente a sua carreira foi na anulação de um recorde do Mundo de 4x400 metros, obtido em 1998. A anulação aconteceu por Antonio Pettigrew e Jerome Young, seus companheiros de estafeta, terem obtido este resultado por uso de substâncias. Este facto fez que Johnson tivesse retirado a medalha obtida na ocasião para um local diferente e não sinta orgulho na mesma.
”O Atletismo é o microcosmo da vida real”, aponta Johnson que não acredita que os batoteiros não existam na modalidade. ”Na vida real tu irás ter sempre pessoas que tentam cometer fraudes. Não é realístico esperar que o atletismo esteja liberto de drogas”.
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