Luzhniki é cofre bem guardado (dia 2)

Domingo, 11 Agosto 2013
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Já temos passado por várias organizações, umas mais cuidadosas que outras em matéria de segurança, o que também depende em grande medida do grau de perigo que estejamos a falar. Hoje posso afirmar que estamos perante as condições de segurança mais elevadas de que tenho memória destes cinco anos de eventos internacionais. O facto de estarmos na Rússia, um país que cultiva inimigos pelo Mundo, como quem o faz para colher feno muito inflamável no curto e médio prazo, obriga a planeamento de segurança muito maior que a maioria dos países no Mundo. Depois o conflito armado e em aberto com a Tchetchénia, que não permite borlas para que qualquer atentado ou ataque se faça. O contexto é este, vamos às respostas…

Desde que estamos por aqui que sentimos as medidas de segurança todos os dias, várias vezes por dia, das formas mais diversificadas. Primeiro a medida habitual, a verificação da acreditação, das zonas para a qual ela serve, etc. Ou seja, nada de mais! Logo no momento de fazermos a acreditação, no primeiro dia, que percebemos que o controlo seria ao estilo do que aconteceu em 2012 na Turquia, com detetores de eventuais explosivos. Mas aqui aparecerem ainda os raio-x e no caso de ontem deu ainda para sermos levados a uma carrinha dos serviços de inteligência para verificarem se as câmaras fotográficas não constituíam perigo à vinda de Putin ao Estádio Luzhniki (na fotografia poderão ver o autocolante azul…). Portanto, a segurança do estádio perante atentados é realmente máxima e no que toca aos jornalistas existe atenção máxima para eventuais jornalistas infiltrados e com outros propósitos.



Será tudo isto excesso de zelo? Confesso que ainda não percebemos totalmente se sim ou se não, porque falta-nos toda a realidade de base que serve o propósito de a perceber. Todo o recinto envolvente ao estádio está minado de seguranças, agentes de trânsito, polícias, militares e presumo que agentes descaracterizados. Os velhos autocarros da polícia encontram-se por todo o lado, cheios de agentes prontos a atuar e os ares não são nada simpáticos mesmo. Julgo que para eles somos potenciais terroristas no mais alto grau da escala e se isto serve para nos sentirmos seguros, serve também para atrapalhar o trabalho que desenvolvemos. Imagine-se o que é ter de passar 4 ou 5 controlos de segurança para se chegar à fala, na zona de entrevistas, a João Vieira, depois de ter vindo do percurso de marcha. Acabou por correr tudo bem, mas obrigou a muita ginástica de sobe e desce, que ainda sinto nas pernas.

Ainda hoje, fazíamos o reconhecimento do percurso de marcha, ao mesmo tempo que aproveitávamos para desfrutar um pouco do rio Moscovo, tendo sido abordados por mais do que uma vez por esses agentes russos, que por serem tão russos nada falam de inglês. Quando a questão ao barafustar deles era “English?”, eles viravam a cara, torciam o nariz e nós seguíamos em frente. Não ponho de lado que algumas das abordagens fosse no sentido de cravar um cigarro, já que é muito hábito ver esses agentes transformados em chaminés compulsivas de tabaco e por mais do que uma vez vi o mau hábito de cravar um cigarro à pessoa que passa ao lado. E para terminar, imaginem qual foi a reação quando vi dois polícias a cavalo, numa zona “defensiva”, a conversarem alegremente…e perguntei se lhes poderia tirar uma fotografia…Ai meu Portugal, Portugal…

O resumo da segurança sobre um jornalista em Moscovo 2013
1) Ninguém entra no autocarro sem analisar a credencial
2) O autocarro não entra no recinto sem ser analisado se se trata de autocarro oficial
3) Os jornalistas ao entrarem em qualquer recinto têm de passar o detetor de metais/explosivos, abrir as malas para os agentes verem
4) Para entrar na bancada Media ou para a zona Mista há que mostrar a credencial.
5) De forma aleatórias outros fenómenos de segurança ocorrem, como para passar gradeamentos imprevistos, ou para fotografar sem sermos abordados, etc



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