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Distritos de Aveiro, Lisboa e Setúbal foram os mais movimentados.
O período de transferências deste ano foi de novo agitado e a nota vai para agregação de atletas de equipas extintas para constituir equipas mais fortes.
A época de 2012/2013 pode muito bem apresentar mais equilíbrio, exceptuando os principais clubes que poderão acentuar os constrastes ao nível das disputas por clubes. A crise obrigou o fim do investimento de alguns clubes que eram históricos e adivinha-se uma difícil tarefa de reunir boas condições financeiras para os clubes estarem nos grandes eventos nacionais da temporada.
Num primeiro ranking de mexidas por associação regional podem detetar-se três associações acima da centena de entradas, são os casos de Lisboa (174), Aveiro (127) e Setúbal (102). Se no caso de Lisboa esta liderança, habitual, se fez com os tradicionais investimentos de Benfica e Sporting, em Aveiro e Setúbal as transferências deveram-se ao tradicional dinamismo das equipas e também a mudanças completas de equipas, que por extinção foram integradas noutras equipas. Esta foi, aliás, uma tendência verificada e acentuada noutros pontos do país. Entre as associações que divulgaram as transferências contam-se ainda neste ranking as associações de Santarém (96), Leiria (61), Madeira (55), Castelo Branco (53), Algarve (35), Guarda (30), Braga (23), Coimbra (12), Beja (10), Évora (10), Viseu (10), Portalegre (8), Ilha Terceira (8) e Viana do Castelo (6).
HÉLIO GOMES FOI A SURPRESA EM LISBOA, NA LUTA ENTRE BENFICA E SPORTING
Em Lisboa, já se sabe, a luta é maioritariamente entre Benfica e Sporting, nos últimos anos, na tentativa de captarem valores em ascensão no atletismo nacional. Do lado do Benfica houve novamente maior investimento que do lado do Sporting, uma aposta que é legítima e a pensar na Taça dos Clubes Campeões Europeus. Da mais de meia centena de contratações, a grande maioria é relativa a atletas a partir do escalão de juvenis e que alimentam as equipas desses escalões . Entre os destaques nas contratações encontram-se : Leslie Delgado (ex-Marítimo), António Rodrigues (ex-Individual), Nádia Cancela (ex-Senhora Desterro), Danny Gonçalves (ex-Marítimo), Miriam Tavares (ex-Marítimo), Bruno Jesus (ex-Maia AC), Rui Pedro Silva (ex-Individual), Elisabete Silva (ex-NS São Miguel), Jorge Grave (ex-Pinhalnovense), Pedro Santos (ex-CB Charneca Caparica), Tiago Costa (ex-Conforlimpa), Hélio Gomes (ex-Sporting), Liliana Cá (ex-Sporting), Paulo Pinheiro (ex-Linda-a-Pastora) e Ricardo Ribas (ex-Maratona CP). Com estas contratações o Benfica reforçou o alguns setores mais frágeis da equipa sénior masculina, mas também abre uma nova frente ao nível da estrada e corta-mato. A contratação destaque foi a de Hélio Gomes, ao Sporting, quebrando-se mais uma vez o pacto de não agressão ao nível da contratação de atletas. Já o setor feminino sai também mais forte, que promete aproximar a luta com o Sporting, ainda que de forma ainda não definitivamente séria. Saíram do clube pouco mais do que duas dezenas de atletas, só no caso feminino com saída para clubes de I Divisão, com as saídas de Débora Clemente e Ana Rita Henriques para a Juventude Vidigalense.
O Sporting acabou por lidar de forma mais tímida nesta época de transferências, com 31 entradas e sofrendo pouco mais de uma dezena de saídas, mas saídas que prometem causar mossa, como os casos de Hélio Gomes e Liliana Cá (para o rival Benfica), Elias Leal (para o CA Baixa da Banheira), ou ainda Susana Costa (para Individual). Entre as entradas mais destacadas estão as de João Fontela (ex-CCS João Madeira), Doroteia Peixoto (ex-NA Joane), Ricardo Vale (ex-SC Braga), Catarina Ribeiro (ex-SC Braga), Daniel Gregório (ex-CA Seia), André Marques (ex-GA Fátima), João Venade (ex-Marítimo), Carolina Duarte (ex-Marítimo), Carlos Nascimento (ex-Escola Movimento), Tiago Rodrigues (ex-CD Póvoa), Larissa Vieira (ex-SC Abrantes), Olímpia Barbosa (ex-GR Quinta da Lomba), Andreia Felisberto (ex-JOMA), Filipa Martins (ex-JOMA), Susana Franciso (ex-NS Lourinhã) ou Mónica Rosa (ex-Juv. Vidigalense). Desta forma o clube reforma mais claramente o setor feminino, onde é campeão nacional, ainda que com algumas entradas relevantes no setor masculino. O clube deve ainda contar com o regresso à competição de Luís Almeida, no lançamento do dardo, finalizado que está o período da sua inibição de competição por doping.
Além destes, outro dos clubes de I Divisão, a JOMA, fez a entrada de 19 atletas, com o destaque para o regresso de Marta Costa (ex-GD Estreito) que promete ser muito relevante para a luta da equipa na divisão principal. A maior parte das entradas ocorreu no setor masculino, depois do clube ter-se quedado pela III Divisão na época transata.
Depois de ameaçar fechar, a Conforlimpa manteve dois dos principais atletas e aproveitou para fazer entrar Pedro Ribeiro (ex-Maia AC), José Moreira (ex-Cyclones), Miguel Silva (ex-Maratona) e Sérgio Silva (ex-Maratona). José Ramos, que era uma das almas da equipa das limpezas, saiu do clube para passar a Individual. Já o Maratona CP manteve-se quase inalterável a este nível, só vendo a saída de Ricardo Ribas da equipa masculina, reforçada por alguns jovens atletas.
O Belenenses tem feito um esforço para se manter em divisões nacionais e apostou este ano com a entrada de 14 atletas, depois de este ano ter feito uma participação razoável ao nível da segunda divisão.
S. JOÃO DA MADEIRA E GRECAS CONTINUAM A APOSTA NA I DIVISÃO...ADREP E NA CUCUJÃES PERDERAM ATLETAS
O distrito de Aveiro registou muita atividade neste período de transferências, até porque tem algumas das suas equipas nas divisões nacionais. O caso mais paradigmático da aposta ocorreu pelo CC São João da Madeira que agarrou oito entradas para a equipa principal masculina, desta saíndo quatro atletas, o mais relevante dos quais João Fontela, que passou a representar o Sporting. Em ambos os géneros continua a atacar a equipa do GRECAS, com sete entradas em cada uma das equipas principais, com quatro atletas vindos da equipa da ADRE Palhaça. Esta é, aliás, a equipa que mais sai a perder neste defeso, com oito atletas a saírem da equipa feminina que há um ano foi campeã da segunda divisão.
Destaca-se ainda a continuidade do SC Beira-Mar, com Sónia Tavares a servir de “cabeça de cartaz”, à qual agora se juntam cinco jovens atletas, quatro delas da ADRE Palhaça. Neste distrito assistiu-se ainda a uma mudança massiva do FCC Lourosa para a JA Mozelense, com um total de 24 atletas em mudança. Duas atletas do distrito saíram dos seus clubes, passando a individuais : Sara Pinho (ex-Sporting) e Tânia Ferreira (ex-Cyclones). Quem também seguiu o caminho do desinvestimento foi o NA Cucujães, que depois de vencer a III Divisão masculina na anterior época, viu a saida de oito atletas.
BAIXA DA BANHEIRA AUMENTA DESTAQUE, QUINTA DA LOMBA APOSTA EM FEMININOS
Fortes dinâmicas de transferências acabariam também por acontecer em Setúbal e aqui o único clube de I Divisão, o CA Baixa da Banheira, foi destaque. Num total de 12 atletas entrados, oito deles vieram do GR Quinta da Lomba, equipa que desinvestiu no setor masculino, dando-se ainda a entrada importante de Elias Leal (ex-Sporting) que pode permitir muitos pontos no Nacional de Clubes ao nível do lançamento do dardo.
Embora desapostando em masculinos, o GR Quinta da Lomba não descurou da equipa feminina que teve apenas duas saídas contabilizadas, ambas para o Sporting (Rosário Martins e Olímpia Barbosa), dando a entrada de três atletas femininas na equipa principal, entre elas Lecabela Quaresma, atleta que regressa ao clube depois de passar pela JOMA.
Quem também promete destaque é a AA Pinhalnovense, clube que apesar de ver a saída de Jorge Grave para o Benfica, teve a entrada de 13 atletas, com três atletas a virem do NA Cucujães (Tiago Silva, André Pereira e César Pedreira). Já o GDR Covas de Coina colmatou quatro saídas da equipa masculina com quatro entradas, entre elas a de dois atletas habituados às andanças das provas nacionais : Bruno Moreira e Ricardo Paixão (ex-GD Estreito).
Ao nível individual registou-se o reforço do GD Independente do Barreiro com Túlio António, de regresso após lesão e ainda de Benvinda Costa (ex-Sporting) para o Monte Kapa.
CARLOS CALADO REFORÇA CP ALCANENA E BENAVENTENSE APOSTOU NO FUNDO EXPERIENTE
Das 96 transferências registadas em Santarém, 55 delas referem-se à passagem de todos os atletas do AAT Cartaxense para a AEA Rui Silva, um clube só dedicado ao atletismo, apadrinhado pelo fundista português, natural do Cartaxo. Das restantes, as principais transferências registaram-se nos três clubes que mais dominam no distrito.
A Casa do Povo de Alcanena foi “resgatar” o veterano Carlos Calado ao GA Fátima, que acrescenta qualidade à equipa que tem visto crescer os irmãos Santos (Pedro e Carlos), que por optarem pelo Decatlo acrescentam polivalência à equipa. Sem saídas, a entrada de Carlos Calado (e de mais seis atletas) poderá transportar esta equipa para a II Divisão nacional, depois de há um ano ter estado na III Divisão.
Já o GA Fátima não teve só a saída de Carlos Calado, como também de André Marques (para o Sporting) , ainda que compensada com a entrada de três atletas. Fora das representações em Nacionais de Clubes há ainda a destacar o reforço com sete atletas por parte do CUA Benaventense, que volta a apostar em fundistas experientes e que pode funcionais como “outsider” em Nacionais de Estrada : Ricardo Dias (ex-Conforlimpa), Manuel Ferraz (ex-CDA S. João), Jorge Pinto (ex-JU Fornos), Paulo Gomes (ex-Individual).
JUVENTUDE VIDIGALENSE MAIS COMETIDO, MAS APOSTANDO NA QUALIDADE E NA FORMAÇÃO
Em Leiria como a nível nacional a Juventude Vidigalense tem-se imposto e na época passada com o terceiro lugar na divisão principal, em ambos os géneros. A entrada de 19 atletas, a maioria para os escalões a partir de juvenis, mantém viva a esperança de novo pódio nacional. Entre as principais contratações contam-se as de Pedro Bernardo (ex-Sporting), Bárbara Ferreira (ex-SC Braga), Diogo Lourenço (ex-CAO Vianense), Tatiana Rosário (ex-Individual), Ana Rita Henriques (ex-Benfica) e Débora Clemente (ex-Benfica). Este ano o clube de leiriense só vê uma saída para um clube de I Divisão, Mónica Rosa (Sporting), algo que não compromete os objetivos de pódio.
O CA Marinha Grande, clube que disputou a II divisão feminina nesta temporada, contou com oito entradas, cinco delas no setor feminino, atletas maioritariamente vindas da Juventude Vidigalense. Já o AC Vermoil fez entrar sete atletas, com o maior dos destaques a ser a entrada de Cristiano António (ex-GA Fátima). Destaque-se os regressos de Bruno Ferreira e Ivo Vital ao ACDR Arneirense, clube caldense que continua a abastecer o Benfica, com a saída de Jéssica Galvão
FIM DA APOSTA DOS CLUBES MADEIRENSES É VISÍVEL NAS TRANSFERÊNCIAS
Se uma conclusão se pode tirar desta época de transferências é o nítido desinvestimento das equipas madeirense ao nível da qualidade das equipas. O caso mais visível do desinvestimento ocorre no CS Marítimo, que vê sairem 19 atletas das equipas principais, masculina e feminina. Enquanto que no setor feminino todas as atletas seguem para clubes de divisões nacionais, no setor masculino são seis os atletas a conseguirem encaixar-se em equipas principais. As entradas simplesmente não aconteceram...
Apesar de tudo registaram-se 55 mexidas, praticamente entre clubes madeirenses, com a A. Jardim Serra a liderar (com 12 entradas), seguida da ARCD Água de Pena (com 10 entradas). O GD Estreito só registou três entradas e o mesmo número de saídas.
DONAS CONTINUA O CLUBE DE REFERÊNCIA EM CASTELO BRANCO
Em Castelo Branco quem continua a dominar o plano regional é o GCA Donas que teve a entrada de 21 atletas, oito dos quais para a equipa feminina, maioritariamente de clubes que disputaram eventos nacionais de clubes. O investimento na equipa masculino, com as restantes entradas, sugere que também a equipa pode este ano tentar uma divisão nacional, principalmente se consideradas as entradas de atletas vindos de equipas desse nível. Entre os nomes, destaques das entradas de Vanessa Rocha (ex-Marítimo) e Miguel Quaresma (ex-Benaventense). O Desportivo CB acabou por ser o clube destaque pelo número de transferências, 18 no total.
NO ALGARVE É O FIM DA CASA DO BENFICA DE FARO...E O CRESCIMENTO DE PECHÃO E QUARTEIRENSE
O fim da aposta da Casa do Benfica de Faro foi motivo para que outras equipas locais se reforçassem. Entre as equipas com mais ambição parecem estaro CO Pechão e o CD Quarteira. No caso da equipa do Pechão a aposta deste ano parece estar na equipa feminina, com entradas de Andreia Lopes (ex-C. Benfica Faro), Marta Santos (ex-ADC Praia Falésia) e Paula Maurício (ex-Juv. Vidigalense). A equipa mantém-se e por lá mantém-se também Ana Cabecinha, aleta que tem conseguido ser talismã da equipa.
Já o CD Quarteira só se reforçou com dois atletas, mas ambos com alguma valia : Catarina Costa (ex-Benfica) e João Ramos (ex-CAAV). Mais ao nível individual destaca-se a contratação de Vítor Reis, atleta que deixou a Conforlimpa para reforçar o C. Areias de São João, clube que integra ainda Tiago Filhó (ex-Sporting), Elisa Cruz (ex-C.Benfica Faro) e Valéria Santos (ex-CD Quarteirense).
INÊS MONTEIRO REFORÇA O DISTRITO PASSANDO A INDIVIDUAL
Na Guarda o grande destaque foi o regresso de Inês Monteiro às inscrições nesta associação, agora como atleta Individual, depois desta ter deixar o Maratona Clube de Portugal, protagonizando uma das surpresas da temporada.
Além deste destaque mais individual, o destaque coletivo vai para a ACR Senhora do Desterro que teve 24 entradas, algumas delas com expressão nacional, como são os casos de Augusto Pereira (ex-ADREP), Lisandra Lopes (ex-GRECAS), António Silva (ex-JU Fornos), Eunice Tavares (ex-SC Braga) e Ana Marques (ex-JOMA). No caso particular da equipa feminina, significa a entrada de três atletas de I Divisão e duas atletas vindas do SC Braga, o que pode significar uma candidatura à chegada à divisão principal.
O CA Seia acabou apenas com três entradas, numa equipa masculina que só viu sair Daniel Gregório (Sporting) e que terá esta temporada o estatuto de equipa campeã da II divisão.
BRAGA PERDE O INVESTIMENTO DO PRINCIPAL CLUBE
O fim das equipas competitivas do SC Braga foi a principal má notícia num distrito que vê a sua atividade de destaque francamente reduzida. Só no setor feminino a equipa bracarense perdeu 11 atletas de competição nacional, sete destas para clubes de I Divisão, com apenas Cláudia Pereira e Juliana Silva a permanecerem no distrito, das atletas transferidas.
A Associação Moínho de Vermoim foi das equipas que mais apostou com oito novos atletas, entre eles o destaque de Cláudia Pereira (ex-SC Braga), Hugo Pinto (ex-RB Running) e Rui Silva (ex-JU Fornos). Individualmente chegou Jorge Santa Cruz, que deixou esta temporada o Benfica.
GIRASOL FOI EXCEÇÃO EM COIMBRA, MAS SEM ENTUSIASMO
Entre os restantes distritos, poucas exceções à regra. Ao nível do distrito de Coimbra o maior destaque para a equipa nacional do Gira Sol, que a par da Assoc. Académica de Coimbra fez entrar cinco atletas. Para o clube de I Divisão as entradas acabam por ser, apesar de tudo, pouco destacadas e de até algum desinvestimento, se consideradas as sete saídas, entre os dois géneros, duas delas para clubes adversários na I divisão feminina : Marisa Pereira (Juv. Vidigalense) e Goreti Silva (GCA Donas).
Em Viana do Castelo a má notícia é o desinvestimento do Cyclones, clube que vinha marcando alguma diferença num distrito que vê sofrer um revés na sua localização geográfica. Em Viseu o destaque vai para a transferência de Vasco Azevedo, algumas vezes campeão nacional de Maratona, para o Cracks Clube Lamego, deixando o SC Lamego.
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O Atletismo Nacional não é só o Benfica e o Sporting são todos os outro clubes, se só existissem só os dois não havia atletismo.
Continuem o bom trabalho mas mais valia demorar mais uma semana a publicar o artigo (ou publicá-lo por partes) do que deixar leitores assíduos desiludidos.