[EURO12] Portugal em busca de finais

Domingo, 24 Junho 2012
 [EURO12] Portugal em busca de finais

Viagens para Helsínqua começam hoje.

Europeu de ar livre começa na próxima 4ª feira na Finlândia, onde Portugal até pode sonhar com medalhas, com Marco Fortes e Sara Moreira à cabeça. 

Com 37 atletas portugueses presentes, esta bem pode ser uma edição interessante, não só como “ponte” competitiva para os Jogos Olímpicos, mas também ao nível dos resultados individuais. Deverá ser difícil chegar às quatro medalhas de Barcelona, há dois anos, até pela ausência das disciplinas de longa distância, mas Portugal não estará já à partida fora das medalhas, principalmente pela liderança europeia nos 5000 metros por parte de Sara Moreira. Os 15.08,33 minutos que a portuguesa já alcançou esta época, são apenas três centésimos melhor que a marca da russa Svetlana Kireyeva, mas não se deverá esquecer de outras adversárias que ainda não apareceram ao melhor nível nesta época. Por outro lado Sara Moreira também não contará com a presença das duas turcas (Alemitu Bekele e Elvan Abeylegesse) que ficaram à sua frente em Barcelona, quando alcançou a medalha de Bronze na mesma distância.

Quanto a Marco Fortes é outro dos atletas que pode fazer a diferença na comitiva nacional, não só pelos 21.02 metros que já alcançou este ano, mas também com a ausência de algumas das principais figuras. Aqui falar em medalha será mais difícil que no caso de Sara Moreira, até por neste caso depender de uma qualificação onde Marco Fortes terá de ser cuidadoso para não perder o acesso à final. O lançador mostrou-se otimista, mas de forma moderada, porque apesar de ser o segundo melhor entre o ranking de participantes, o lançamento do peso é pródigo em surpresas (agradáveis e desagradáveis). Independentemente do resultado, para Marco Fortes ”este é um primeiro teste muito sério para os Jogos Olímpicos”, o principal objetivo deste atleta para esta temporada.

As finais parecem possíveis, mas também dependerão das condições climatéricas em Helsínquia, que prometem chuva. No setor masculino Edi Maia (vara) e Marcos Chuva (comprimento) parecem ser os mais candidatos ao lugar na final, olhando os rankings, além da estafeta de 4x100 metros, embora agora enfraquecida pela ausência de Francis Obikwelu. Em feminino o fundo, nos 5000 metros com Sara Moreira e nos 10000 metros com Dulce Félix e Ana Dias, parecem ser as atletas capazes de um lugar de finalista (oito primeiras classificadas). A estafeta de 4x400 metros poderá também ser uma agradável presença, num trabalho forte que tem sido desenvolvido ao longo dos últimos anos.

SAMUEL LOPES CHEFIARÁ EQUIPA COM LOGÍSTICA JÁ PREPARADA

Na apresentação da equipa Samuel Lopes referenciou que esta ”aposta é uma aposta e uma oportunidade que também representa algum esforço financeiro” da Federação Portuguesa de Atletismo. Esta é igualmente uma aposta de futuro, tendo em conta que dentro de um ano Portugal terá a presença no Campeonato da Europa das Nações, na 1ª Liga, onde a equipa já terá de ser obrigatoriamente renovada, com alguns abandonos da modalidade e também com alguns dos melhores atletas a baixarem de rendimento pela idade. ”Queremos dar experiência internacional aos nossos atletas, principalmente aos mais novos”, referenciou Samuel Lopes.

Na logística, a seleção viajará em dois grupos diferentes, com algumas deslocações durante o próprio Europeu. Hoje partirá a comitiva que terá competição nos dois primeiros dias do evento, enquanto que amanhã a restante comitiva partirá para Helsínquia. Casos pontuais deverão viajar para o evento nos dois primeiros dias, no caso da sua participação apenas nos últimos dias do evento. Em cinco dias serão nove as jornadas de competição, um modelo que a Associação Europeia de Atletismo usa em ano de Jogos Olímpicos, até pela ausência das grandes distâncias. A chuva deverá cair em Helsínquia, inviabilizando eventuais boas participações individuais, mas como considerou Samuel Lopes, a chuva é democrática, quando cai, cai para todos…

FEDERAÇÃO CONTENTE PELA PREPARAÇÃO DOS ATLETAS E ESPERANÇADA NAS FINAIS…

Na abordagem aos possíveis resultados, José Barros prefere pensar neste Europeu como um momento de oportunidade para alguns atletas e de possibilidade de finais para outros. A aparente melhoria de qualidade dos resultados no atletismo deve-se à criação da nave do Jamor, onde 20 dos 37 convocados se preparam diariamente, que de há dois anos para cá já atingiu as 40 mil entradas.

Na continuação das estatísticas, o selecionador nacional decidiu dar alguns números interessantes. Dos atletas convocados, 16 já possuem mínimos para os Jogos Olímpicos, num ciclo olímpico onde já se conseguiram 53 medalhas internacionais. De Barcelona para Helsínquia, dos quatro medalhados há dois anos apenas Sara Moreira estará presente (João Vieira não tem provas de marcha, Jéssica Augusto abdicou da participação e Naide Gomes está lesionada). Dos finalistas de Barcelona, apenas quatro estarão presentes, enquanto relativamente a Daegu (Mundial de 2011) apenas quatro atletas não marcarão presente agora para Helsínquia.

Quanto a objetivos, José Barros volta a reafirmar a sua máxima : ”Não somos nós que definimos os objetivos, sem que haja definição dos mesmos por parte dos atletas e dos seus treinadores”. Colocando-se fora da responsabilidade de definir objetivos, o selecionador nacional tem, contudo, a expectativa que os ”resultados serão positivos”, realçando a possibilidade de bons resultados por parte dos atletas mais jovens da comitiva. Já a possibilidade de mínimos olímicos é, para José Barros, uma incógnita, embora acredite na tentativa dos atletas que ainda não os possuem : ”Poderão não estar condições ideais para algumas disciplinas”.

Mas o selecionador também lamenta não ter conseguido mais atletas convocados, quer por lesão, quer por opções. ”Estava a contar ter mais atletas nos 5000 metros e criámos condições para isso”, já que Sara Moreira será a única atleta presente na distância. A esperança de ter a equipa feminina de 4x100 metros também acabou gorada, não se encaixando entre as 16 melhores equipas europeias. O presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, Fernando Mota, também se mostrou otimista em relação à participação para Helsínquia. ”Em nome da Direção estamos contentes pelo trabalho realizado”, realçando ainda o papel das equipas na preparação dos melhores atletas nacionais.

Acompanhe este Europeu no Atleta-Digital, entre 27 de junho e 1 de julho, que terá um enviado especial a Helsínquia para cobrir o evento

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