Treliças, Madeira e Trânsito (dia 0)

Sexta, 17 Junho 2011


Comecemos pelo fim, dizendo desde logo que chegámos a Estocolmo! Chegar a Estocolmo a partir de Aveiro tem o seu quê, principalmente quando o avião parte antes da hora do pequeno-almoço. A estratégia desta vez foi diferente da habitual, ou seja, em vez de se sair de casa em cima da hora, saiu-se de casa cerca quatro horas antes e descansar um pouco no carro até ao voo. A experiência resultou e não podia ser melhor, mas não resultou propriamente numa chegada com tempo ao avião, já que um atraso no estacionamento do aeroporto levou a uma das maiores correrias de sempre para apanhar um avião, na história de viagens pelo Atleta-Digital.

Pela frente tínhamos duas etapas duras pela frente, viajando de Porto para Londres e de Londres para Estocolmo Vasteras, que significa ficar a cerca de hora e meia de viagem, através de autocarro, do centro da cidade de Estocolmo. Mas antes de chegar a Estocolmo havia uma escala a fazer e na aterragem ao aeroporto de Londres Stansted, o avião enfrentou alguma turbulência e uma queda abrupta na aproximação, forçou o trem de aterragem a uma enorme força, mas aguentou…Foi talvez a abordagem à pista mais violenta que alguma vez fiz, mas depois de umas quantas viagens de avião, teria de acontecer algo do género…

Depois de uma corrida, para escapar da chuva, restou um café quentinho, sentados ao lado da equipa britânica de volley, enquanto o avião para Estocolmo não partia. Foi quase como um repouso, um dos muitos pequenos repousos feitos ao longo do dia de hoje. A entrada para o avião que nos traria a Estocolmo foi semelhante à entrada no Porto, uma longa fila, mas antes de aí chegar o maior insólito. Pela primeira vez fomos submetidos a um apertado controlo pela companhia aérea, no que toca ao peso da bagagem de mão. Se a minha estava abaixo dos 10 kg (9.75 kg), a do Filipe ultrapassava os 12 kg, pelo que a funcionária sugeriu gerirmos o peso….depois de alguma experiências e de sermos obrigado a colocar peso nos bolsos, ela bateu palmas e disse-nos que poderíamos passar. O riso foi impossível conter durante os minutos seguintes, porque obviamente que o que a funcionária queria era que a conseguíssemos enganar do melhor modo (pelos vistos com sucesso após quatro ou cinco tentativas).

A viagem até Estocolmo Vasteras decorreu bem, com chuva por cá, turbulência, mas uma aterragem com muita suavidade, completamente o oposto da aterragem em Londres. Vasteras é um aeroporto no meio de campos verdejantes, sem grandes povoações por perto e onde uma das únicas formas de dali sair é de autocarro, ou carro próprio, num terminal que tem um tamanho inferior, por exemplo, ao terminal de comboios do Oriente, em Lisboa. A viagem de autocarro estava prevista em 1:20 e durante esta viagem muitos campos verdes, cavalos, barragens, rochas, fazem parte da paisagem. À medida que existiu a aproximação a Estocolmo começaram a ver-se muitas obras, muitas delas feitas em madeira, com postes característicos em formato de treliças e quando tudo parecia quase feito, um longo trânsito, que adiou a chegada ao destino em cerca de 45 minutos, o pior momento do dia de hoje. Julgo não ter assistido a tamanho transito nos últimos tempos nas cidades portuguesas…

Chegado ao destino e após algumas informações, conseguimos perceber os passos a fazer para ainda hoje conseguirmos a acreditação e tentarmos que nos trouxessem ao hotel, que supostamente era oficial. Contudo o hotel oficial foi mudado de sítio, o que nos obrigou a vir para um hotel que não é oficial e não fica perto do Estádio. Para cá foi o táxi que nos trouxe, mas a partir de agora para lá essa missão será confiada ao comboio (a 5 minutos daqui) e ao metro, numa viagem que deve demorar uns 30 minutos. Ainda deu para jantar junto à estação, num género de pizzaria, que é ao mesmo tempo uma tasca local, com gente simpática e em que o tamanho de uma pizza individual é praticamente o tamanho de uma pizza familiar em Portugal.

Interessa que ficámos ambos bem alojados, num sítio sossegado e onde outros jornalistas vieram “ao engano”, o que acaba por ser importante para o apoio mútuo em dúvidas relativas aos procedimentos para o melhor trabalho possível em benefício deste evento. Hoje estamos exaustos, porque foram cerca de 12 horas desde o Porto, até chegarmos ao hotel, entre meios utilizados como o carro, avião, metro, táxi e andar a pé. A hora de diferença faz sempre aquela mudança dos sonos e a aposta é em descansar suficientemente esta noite, para um fim-de-semana intensivo, onde todas as provas têm um português e muitos motivos de interesse!

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