Desporto? E o dia-a-dia?

Sábado, 26 Março 2011


O tema das lesões desportivas é extenso: há bastante literatura disponível, científica ou não, e na “World Wide Web” encontram-se todo o tipo de artigos, desde os escritos por investigadores e profissionais do diagnóstico e tratamento até aos escritos pelo cidadão comum, atleta ou não.

Conforme o nome indica, se é uma lesão desportiva, é uma lesão adquirida na prática de um desporto. Contudo há algo que, na minha opinião e por experiência profissional, considero que pode ser muito relevante e que frequentemente não tido em conta – o “dia-a-dia”.

Um atleta, profissional ou amador, tem também uma faceta de “cidadão comum”. É precisamente em actividades diárias normais que aparecem muitas vezes os primeiros sinais de uma lesão, ou mesmo os factores que podem precipitar uma lesão. Há um conceito que tenho por hábito abordar frequentemente: o caminhar é biomecanicamente diferente da corrida ou de outra actividade física e, ao sê-lo, pode potenciar ou desencadear lesões que se poderão manifestar posteriormente na actividade desportiva.

É frequente e salutar constatar a preocupação de um atleta, por exemplo, com o calçado desportivo; mas nem sempre essa preocupação se estende ao calçado que usa quando não está em prática desportiva. Este exemplo também é extensível à actividade física não desportiva e a todos os aspectos da vida diária, incluindo as actividades sedentárias.

Um atleta pode acabar por desenvolver uma lesão durante a actividade desportiva que não resulte tão directamente dessa actividade como se possa pensar. Descrevendo de uma forma simples, pode ser o “transbordar de um copo que já estava cheio”

O atleta não é “só” uma pessoa que faz desporto 24 sobre 24 horas – há que ter em conta esse pequeno grande pormenor. Deve ter com o calçado, com o tempo que permanece sentado (e como), com a qualidade do ar dos ambientes que frequenta, com a alimentação, tempo de sono, etc…

Se não sente nada nos membros inferiores, pelve e coluna, que o chame à atenção na actividade desportiva mas, pelo contrário, que o incomode e/ou que seja limitante nas actividades do dia-a-dia que impliquem estar parado de pé ou caminhar, perceba-o como um sinal de alarme e consulte um Podologista.

Por Romeu Araújo – Podologista / Podiatra; Trofa, Porto, Portugal
E-mail: romeuaraujo@podologista.com


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