Ser atum numa lata ferroviária (dia 11) |
| Domingo, 23 Agosto 2009 | |
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E escrevo este, que é o último diário escrito em terras germânicas. Finalizaram os Mundiais e fica sempre aquela sensação de querer recordar os bons momentos e foram muitos : Recordes de Usain Bolt, recordes de competição, boa participação portuguesa, o domínio de Kenenisa Bekele, só faltando naqueles que têm a ver directamente com os Mundiais, porque entre nós ficarão outras boas recordações, quer da cidade, quer de experiências do grupo. Começava mesmo por aí, as experiências de grupo. O facto de sermos quatro e termos tarefas tão distintas obriga a que tenhamos diferentes experiências e isso é interessante porque cada um consegue extrair para si os devidos ensinamentos, o que faz desta uma super experiência de vida e algo que será importante para a nossa evolução, quer como pessoas, quer como projecto. Falando do dia de hoje, sendo que esta parte se refere também a ontem, foram dois dias impossíveis para se andar de comboio (embora tenhamos andado). Como os transportes públicos foram o principal meio de transporte usado para o público se deslocar ao Estádio Olímpico de Berlim, estiveram neste fim-de-semana super lotados. A conclusão que fica é que o comboio foi um género de lata de atum, com uma série de atuns dentro, entre eles quatro elementos do Atleta-Digital carregados com material informático e fotográfico. Foi o jogo do empurra, do esmaga, do “safa-te”, num ideal alemão quebrado por muitos turistas, como nós. Eu, pessoalmente, acho que nem no Metro, em Lisboa, fui alguma vez tão esmagado como ontem em Berlim, tal foi a afluência… Mas isto faz parte do espírito e é sinal que este Mundial mexeu com as pessoas, com a cidade, com o país e isso é bom para o atletismo. Estádio Olímpico com muita gente, onde os picos de enchente foi nos dias de participação de Usain Bolt (a estrela mundial do atletismo), no total mais de um milhão de pessoas que assistiram às provas de marcha e Maratona o que colocou este Mundial como um dos mais vistos “in loco”, por quase dois milhões de pessoas. É uma grande afluência e que é preciso louvar, por tão impressionante número. Segundo o Filipe, a palavra que mais usou foi o “sorry”, para pedir desculpa às pessoas que ía incomodando enquanto fotografava… Hoje foi mais um dia de competições, que terminou mais cedo. Deu, por isso, para ir jantar com mais tempo e num sítio em que se jantasse à séria, num ponto da cidade onde ainda não tínhamos marcado presença. Comemos todos um belo prato de frango com cogumelos, que estava muito bom. Na volta ainda ajudámos um atleta francês, não a encontrar o seu hotel, mas a encontrar uma superfície de venda de hambúrgueres, que começa com B e tem nome de rei (king). E por último não poderia deixar de falar do Berlino, a grande atracção destes Mundiais e que tanto facturou nas lojas de merchandising oficial. É a mascote e cujo actor que se encontra dentro fez um brilharete, tendo até algumas histórias engraçadas, que podem ser vistas nos seguintes links e que aconselhamos a todos a ver: http://www.youtube.com/watch?v=PhquxNp9D3Y http://www.youtube.com/watch?v=-Vj9rQsj4ow http://www.youtube.com/watch?v=E72h8pkwAaE http://www.youtube.com/watch?v=V6uLC-N8bX8 E penso que de Berlim é tudo...é uma cidade gigante, dispersa dentro de tudo o que pode ver e portanto para conhecermos bem a cidade teríamos de ter todo este tempo que estivemos em Berlim, mas só mesmo para passear na cidade e esse tempo foi passado na pista e nas competições… Todos adorámos a experiência e esperamos ter transmitido para Portugal o que era importante para os nossos leitores. 3ª feira, depois da viagem que faremos amanhã, escreverei o último diário, mais a documentar a viagem de regresso e uma ou outra reflexão que entretanto apareça. |
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